Fidelidade a prova nos piores momentos:mendigos com seus cães

Fidelidade a prova nos piores momentos:mendigos com seus cães

Última atualização: 04 agosto, 2015

Uma vez que um cão cria uma relação com seu dono, seu lealdade é indestrutível. Ao contrário dos homens, os cães não julgam as pessoas que caem em desgraça ou ficam sem lar. Eles sempre mostram seu carinho por seus donos e colocam sua fidelidade a prova nos piores momentos.

Normalmente, os filhotes são animais que inspiram muito carinho e ternura. E ao demostrarem lealdade e estarem totalmente inseparáveis de seus donos, tornam-se ainda mais queridos.

Inspiram ainda mais amor e dão um exemplo de comportamento, mesmo se o dono for um morador de rua, uma pessoa que não tem um lugar fixo para morar, que tem a dolorosa obrigação de morar por noites debaixo de uma ponte, no banco de um parque ou na esquina de um sinal de transito…

Os animais de estimação dessas pessoas não lhes deixam desamparados, mesmo se seus donos estiverem nas piores condiciones, enfrentando fome e frio. Moram com eles, têm frio e sentem fome, mas estão sempre juntos.

A lealdade desses animais proporciona companhia, calor e, sobretudo, transmite a sensação de que a pessoa não está sozinha no mundo, que é um exemplo e dá lições de grandeza para qualquer ser humano.

O cão é o melhor amigo do homem e demonstra isso amando seu dono acima de tudo, sem ter em conta o dinheiro ou a situação econômica. Ficando com seu dono em qualquer situação, mostrando seu carinho e companhia de um jeito incondicional.

Dessa forma, os animais de estimação oferecem uma ajuda vital para as pessoas que não têm lar e protegem-lhes dos perigos que enfrentam por morarem na rua.

Existem muitas histórias de companhia e amor de moradores de rua com seus cães. Vamos contar aqui uma história muito comovente, de Serafim e Moteado:

“Serafín era um velho morador de rua que vagueava pelas ruas da cidade. A seu lado, sempre, seu fiel escudeiro, um cão de rua que atendia pelo nome de Moteado.

Serafim não pedia dinheiro.

Ele aceitava sempre um pão, uma banana, um pedaço de bolo ou um almoço feito com as sobras de comida dos mais ricos.

Quando sua roupa ficava ruim, sempre era socorrido por alguma alma caridosa. Mudava sua aparência e era o alvo de piadas.

Serafim era conhecido como um homem bom, que tinha perdido a razão, a família, os amigos e também a identidade.

Ele não ingeria bebida alcoólica, estava sempre tranquilo, mesmo quando não recebia nem um pouco de comida.

Ele falava sempre que Deus lhe daria um pouco na hora precisa, e sempre na hora que Deus determinava, alguém lhe doava uma porção de alimentos.

Serafim agradecia com reverência e orava a Deus pela pessoas que lhe ajudavam.

Tudo que lhe davam ou achava ele primeiro dava para Moteado, que pacientemente, comia e ficava aguardando por mais um pouco.

Eles não tinham onde dormir; e onde estavam quando anoitecia, ali dormiam. Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte, e ali ele ficavam refletindo com o olhar perdido no horizonte.

Aquela figura me deixava sempre pensativo, porque não compreendia aquela vida vegetativa, sem progresso, sem esperança e sem um futuro promissor.

Certo dia, com a desculpa de oferecer-lhe umas bananas, fui a conversar um pouco com o velho Serafim.

Comecei a conversa falando de Moteado, pergunte-lhe que idade tinha o cão, mais Serafim não sabia. Falava não ter ideia, porque um dia eles se encontrarem quando ambos caminhavam pelas ruas e disse-me:

– Nossa amizade começou com um pedaço de pão. Ele parecia estar faminto, eu oferecei-lhe um pouco do meu almoço e ele agradeceu abanando o rabo. Desde aquele dia, ele não me abandonou. Ele me ajuda muito e eu recompenso essa ajuda sempre que posso.

Curioso, perguntei:

– Como é que ele te ajuda?

– Ele me vigia quando estou dormindo; ninguém pode se aproximar, porque ele late e ataca. Também quando ele dorme, eu fico vigiando para que outro cão não o incomode.

Continuando a conversa, perguntei:

– Serafim, você tem algum desejo na sua vida?

– Sim, ele respondeu – tenho desejo de comer um cachorro quente, daqueles que vendem ali na esquina.

– Só isso? – Eu disse.

– Sim, neste momento é só isso que eu desejo.

– Então, eu vou a satisfazer agora esse desejo.

Sai e comprei um cachorro quente para Serafim. Voltei e o entreguei. Ele abriu os olhos, me mostrou um sorriso, agradeceu o presente e ao mesmo tempo sacou a salsicha, deu para Moteado e ele só comeu o pão com o molho.

Eu não compreendi aquele gesto do morador de rua, porque eu imaginava que a salsicha fosse o melhor pedaço.

Não me contive e perguntei-lhe intrigado:

– Por que você deu a salsicha para Moteado?.

Ele com a boca cheia respondeu:

– Para o melhor amigo, o melhor pedaço!

E continuou comendo, feliz e satisfeito.

Me despedi de Serafim, passei a mão sobre a cabeça de Moteado e fui embora pensando…

Aprendi que é bom ter amigos. Pessoas em quem podemos acreditar.

Por outro lado, é bom ser amigo de alguém e ter a satisfação de ser reconhecido do mesmo jeito.

Nunca esquecerei a sabedoria daquele senhor: “PARA O MELHOR AMIGO, O MELHOR PEDAÇO!”

Autor: Innocêncio de Jesús Viégas

Tradução: Neny Garcia

Nas fotografias mostramos em imagens sobre o que falam os parágrafos do artigo.

Os protagonistas desta história são pessoas que, de um modo ou outro, são ignorados pela sociedade e a rotina, embora, para seus cães sejam o mais importante, e recebem um apoio essencial.

É inevitável perceber a tristeza e a dor que há em seus olhares. Além disso, os donos e os animais sabem que desfrutam da melhor companhia, que ficam juntos nos momentos bons e ruins, tentando fazer com que o outro não tenha que passar por grandes dificuldades e agradecendo a companhia.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.