Por que os humanos começaram a cortar o rabo dos cães?

Por que os humanos começaram a cortar o rabo dos cães?

Última atualização: 13 novembro, 2015

Atualmente, existe um forte movimento para tentar por um fim no corte do rabo dos cães por motivos estéticos, pois isso resulta em uma prática improdutiva que pode prejudicar o animal, apenas para se atingir um padrão de beleza.

Mas, como se iniciou esta prática?

Um pouco de história

Apesar dos cães estarem entre os humanos durante milhares de anos, não se tem um registro claro de quando se iniciou a amputação do rabo dos cães, mas há alguns desenhos e pinturas que mostram cães com o rabo cortado desde as civilizações antigas.

No entanto, a finalidade nestes casos era muito diferente de simplesmente corresponder aos padrões estéticos da raça, tendo uma razão bem mais funcional dependendo da raça e do uso que os cães tinham.

Cães caçadores

Cachorro

No caso dos cães que eram utilizados para rastreamento, perseguição e para apanhar as presas, a cauda era cortada para evitar que eles se machucassem durante a atividade.

A cauda era uma das zonas mais expostas e vulneráveis, tanto era assim que, para muitas das raças usadas para caça, privilegiaram-se os cães com cauda curta para os percursos de caça. É o caso dos Fox Terrier.

Cães de briga

Tanto a cauda como as orelhas eram amputadas nos cães de briga ou nos cães usados para a guerra, para evitar que os rivais os pegassem por estas regiões. Mesmo assim, as orelhas eram cortadas para dar a estes cães um aspecto mais feroz.

Cães com diferentes usos

Para os cães aos quais eram dados diferentes usos, o melhor era que tivessem a cauda e as orelhas cortadas, pois nunca sabiam que tipo de atividades eles iriam realizar.

Por exemplo, os Boxers eram usados em inúmeras tarefas, tais como mensageiros, guardiães ou cães assistentes. De maneira que as orelhas e o rabo eram cortados para que eles pudessem desempenhar suas tarefas de maneira excelente (por exemplo, com o corte das orelhas a faixa de escuta destes cães era ampliada).

Diferenciação de classe

Alguns cães com características específicas eram exclusivos da realeza. Por exemplo, os Bobtails com cauda longa eram muito apreciados pelos nobres, que tinham que pagar um imposto para tê-los.

Com a finalidade de diferenciar os exemplares de luxo, cortava-se o rabo dos filhotes que não cumprissem com o padrão tido como normal.

Cães granjeiros

Aos cães especializados em cuidar de granjas, em especial aqueles que viviam nos celeiros ou moinhos para cuidar do grão e caçar ratos, tinham a cauda amputada para evitar que fossem mordidos por ratos e contraíssem doenças.

Na atualidade

Doberman

A partir de 1839, com um ensaio de Sir William Youatt, iniciam-se os primeiros protestos na contramão da amputação de partes do cão, pois na vida moderna essas amputações são completamente desnecessárias.

Enquanto em uma época as amputações eram feitas para proteger a integridade do cão (na maioria dos casos), na atualidade somente se realizam amputações com a finalidade de manter padrões de raça, ou seja, se mutila os cães exclusivamente por um critério estético.

De fato, em alguns países europeus, a amputação de rabo e orelhas com fins estéticos encontra-se regulamentada e se qualifica como maltrato animal.

Nos dias atuais, é cada vez mais comum ver donos que não submetem os seus cães a estes absurdos, demonstrando que cada vez mais as pessoas tratam os seus animais de estimação como seres vivos e não como meros objetos.

Em que casos é bom amputar a cauda

Ainda que não seja bom submeter o cão a estes procedimentos por fins estéticos, existem situações muito pontuais nas quais sim, é conveniente que se faça.

Por exemplo, por infecções graves ou lesões severas, que põem em risco a saúde do animal ou a sua qualidade de vida e nas quais se faz necessária este tipo de intervenção.

De acordo com o que diz a legislação de alguns países, só nestes casos são consentidas as amputações e o dono deverá conservar a evidência veterinária para que não tenha problemas no futuro.

Créditos da imagem: O Colecionista de Instantes Fotografia & Vídeo.


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