Um refugiado sírio percorreu 500km com sua cadela

Um refugiado sírio percorreu 500km com sua cadela

Última atualização: 22 fevereiro, 2016

Atualmente somos bombardeados com o drama de muitos sírios, que fogem de seu devastado país e procuram abrigo em diversos países europeus. Mas de tempos em tempos, também surgem histórias que dão um nome e um rosto para esta terrível situação. É o caso do Aslan, um jovem de 17 anos que percorreu mais de 500 quilômetros com sua cadela Rose até chegar a Lesbos, uma ilha grega situada no Mar Egeu e próxima às costas da Turquia.

Contaremos como um refugiado sírio percorreu 500 quilômetros com sua cadela

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O jovem viaja sozinho com poucos pertences e provisões em sua mochila e, em uma caixa de transporte, carregava a sua cadela, uma cadela da raça Husky Siberiano. O animal conta com um passaporte para poder se transportar de um país para outro.

“Amo esta cadela, preciso dela”, contou Aslan, que, quando teve que abandonar Damasco, seu lugar de residência, não duvidou nem um instante em levar a sua cadela junto. O jovem calculou que, para alcançar o território europeu, deveria caminhar mais de 500 quilômetros.

Estima-se que 5 mil pessoas chegam diariamente às ilhas gregas fugindo da guerra na Síria. Alguns, assim como Aslan, levam com eles os seus animais de estimação. É o caso de um refugiado que atravessou o mar junto com a sua gatinha Zaytouna, que significa azeitona em árabe. A imagem deste homem e sua bichana viralizou nas redes sociais.

A história do jovem refugiado sírio que percorreu mais de 500 quilômetros com sua cadela Rose, deveria servir de exemplo para aqueles que abandonam irresponsavelmente aos seus animais de estimação, como se fossem objetos descartáveis.

Os animais de estimação, vítimas inocentes dos conflitos armados

Mas o drama humanitário que geram os diferentes conflitos bélicos está acostumado a deixar em um segundo plano a tragédia que também sofrem os animais domésticos nestes terríveis cenários.

Embora quase nunca sejam notícia nos muitos meios de comunicação, estes seres inocentes também morrem, são feridos ou ficam desamparados por causa do falecimento ou do deslocamento forçado de seus donos.

Aqueles que conseguem sobreviver aos ataques, devem enfrentar o desafio de procurar alimentos em um território que ficou devastado.

Há tempo atrás, ficou conhecida a história de um motorista de ambulâncias que alimentava a 150 gatos que ficaram desamparados no Alepo, uma das cidades sírias mais afetadas pela guerra daquele país.

A guerra que a tudo arrasa

Entretanto, não só os animais de estimação são vítimas inocentes destes conflitos. Também se veem afetados os animais que se encontram em:

  • Estado selvagem
  • Zoológicos
  • Criadouros
  • Granjas
  • Reservas

Por exemplo, foi muito difundida a notícia sobre os animais do zoológico da Gaza que morreram de fome e sede por causa do enfrentamento entre palestinos e israelenses.

Um mundo de contrapontos

Saber que um refugiado sírio percorreu 500 quilômetros com sua cadela em busca de um destino melhor, deveria fazer refletir à aquelas pessoas que abandonam os seus animais de estimação quando se cansam ou se incomodam com eles, acreditando que são objetos que podem desprezar de acordo com o próprio desejo.

Em meio de uma situação desesperadora, Aslan não duvidou nem um instante em levar Rose com ele e iniciou com ela uma travessia, guiado pelo amor e pela lealdade. Deixar seu animal de estimação abandonado a própria sorte em Damasco, não foi uma opção válida para o moço sob nenhum ponto de vista.

Contrariamente, em lugares onde a vida não costuma ser tão dura, as associações protetoras recolhem cada vez mais animais que foram jogados na rua por seus irresponsáveis proprietários.

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Horizontes e sonhos para Aslan e Rose

Embora o horizonte se afaste cada vez que queremos nos aproximar dele, como canta Joan Manuel Serrat, não deveríamos perder a esperança de que um mundo melhor é possível.

Esse mundo melhor não deveria ter nem guerras e nem animais abandonados pela irresponsabilidade de seus donos.

Pode soar utópico, mas a utopia, conforme nos revelou, já faz algum tempo, o grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, serve para seguir caminhando.

Assim entendeu Aslan, que caminhou com sua cadela em busca de uma vida melhor para os dois.

Imagem cortesia do Beall.

 


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