Deslocamento de abomaso no gado: saiba mais aqui!

Esta doença pode ter consequências muito sérias, uma vez que produz falta de apetite. Isso é especialmente preocupante se você for pecuarista. Afinal, o animal pode apresentar extrema magreza e fraqueza, podendo inclusive interromper a produção de leite. Apesar disso, a boa notícia é que o tratamento é de baixo risco.
Deslocamento de abomaso no gado: saiba mais aqui!
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O deslocamento de abomaso é uma das alterações digestivas mais comuns em ruminantes.  Como o nome sugere, envolve a movimentação do órgão chamado  abomaso. Esse é o órgão que cumpre a função de estômago nos ruminantes. Isso porque as outras partes do sistema digestivo servem para a ruminação.   Essa condição pode causar distúrbios digestivos e comportamentais no animal.

Causa do deslocamento de abomaso

É uma doença que ocorre com maior frequência em fêmeas de produção de leite, maiores de quatro anos. Portanto, os animais jovens, os machos e as raças de corte, terão uma menor predisposição para sofrerem dessa doença.

Em geral, vacas leiteiras, como a holstein-frísia, têm maiores demandas e sofrem de problemas nutricionais. Por conta disso, a doença é mais frequente em animais desse tipo. Essa condição  ocorre especialmente durante o puerpério. Ou seja, no período após o nascimento dos filhotes em que o corpo da vaca retorna ao estado produtivo, pouco a pouco.

Outro fator relacionado a essa doença é a alimentação. Sendo assim, dietas pobres em fibra – pouco energéticas – após o parto, obesidade e déficits alimentares podem causar essa doença. Normalmente, nesses casos, ocorre uma redução no volume do rúmen, permitindo que o abomaso se mova e que até fique retorcido.

Deslocamento de abomaso

Outros fatores, como a estação ou o estábulo, também podem influenciar. De fato, essa doença é mais frequente nas épocas frias e nas vacas que possuem pouca mobilidade. Ou seja, tenha especial atenção com os animais que vivem em estábulos de criações intensivas.

Sintomas do deslocamento de abomaso

No o início da doença, a vaca diminui o apetite e perde peso. Por isso, tentará comer apenas ração ao invés de alimentos concentrados. Por isso, a produção de leite pode ser reduzida até pela metade. Esses sintomas não devem ser confundidos com o comportamento natural do período pós-parto. Afinal, esse é um dos períodos mais importantes da criação de vacas leiteiras.

Se o animal continuar sem tratamento, ele poderá parar a produção de leite. Além disso, pode apresentar magreza e fraqueza extrema, chegando até a ficar sem conseguir se levantar. Devido à perda de apetite, o animal apenas eliminará os excrementos na forma de diarreia. Além disso, os animais também poderão apresentar febre.

Diagnóstico e tratamento do deslocamento de abomaso

O diagnóstico deve ser feito pelo veterinário. Normalmente, o profissional irá para a fazenda após a descoberta dos sintomas, que são bastante inespecíficos. Portanto, um bom veterinário é muito importante. O profissional deve ser capaz de diagnosticar a doença por meio da percussão e palpação do animal.

Tratamento do deslocamento de abomaso

Quanto aos tratamentos, há vários e dependem da perícia do especialista, dos recursos do agricultor e do caso em particular. Um dos tratamentos mais usados ​​é girar a própria vaca após a administração de uma solução de cálcio.

No entanto, o mais comum é realizar uma operação cirúrgica. Além disso, a resistência do gado permite operações no campo, com o animal sob anestesia. Isso permite uma laparotomia exploradora, que é uma incisão para ver o nível de rotação do abomaso e outras possíveis alterações.

A partir da laparotomia, o veterinário pode resolver a torção e colocar o abomaso no lugar certo. Depois, o profissional poderá fixá-lo à parede abdominal com uma sutura, que irá prevenir recaídas bastante típicas no deslocamento de abomaso.

A doença, se estivermos atentos ao gado, têm baixa taxa de mortalidade. A cirurgia  não é arriscada e a prevenção é bastante simples, apenas com tratamento adequado dos animais.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.