O mito do gato preto

Venerado no Antigo Egito, considerado um deus e queimado na fogueira por estar relacionado com a feitiçaria.
O mito do gato preto

Última atualização: 11 agosto, 2018

Para alguns, é sinônimo de má sorte; outros consideram completamente o oposto. De onde vem o mito do gato preto? Sempre foi o mesmo? Neste artigo nós contaremos tudo.

Gato preto: de venerado a odiado

A relação do homem com os felinos remonta há muito tempo. No Egito Antigo, por exemplo, os gatos eram considerados enviados dos deuses. Uma de suas principais divindades, Bastet; tinha a forma de um gato e representava o sol.

Os faraós tinham gatos de todas as cores como animais de estimação e eram enterrados com eles; para assim serem protegidos das forças do mal no caminho para o paraíso.

Na Inglaterra vitoriana e na Escócia, acreditava-se que; se os recém-casados ​​encontrassem um gato preto na entrada de sua nova casa, ele simbolizaria prosperidade e felicidade no casamento.

Além disso, os marinheiros faziam de tudo para ter um felino doméstico preto nos barcos; já que consideravam que ele trazia boa sorte. E suas esposas levavam um para casa; para “garantir” que seus maridos retornariam sãos e salvos do alto mar.

Esta ideia positiva foi mudando ao longo do tempo; precisamente na Europa, durante a Idade Média. Naquela época, os gatos eram associados às bruxas, devido a seus hábitos noturnos; especialmente os de cor preta, porque é assim que os adoradores da magia se vestem. Até mesmo era dito que, na verdade, eles se transformavam nesses animais durante a noite; para poderem caçar e fazer coisas ruins.

Gato preto de olhos verdes

No entanto, essa imagem dos gatos era um pouco mais antiga. De acordo com as tradições hebraicas e babilônicas, os gatos pretos eram comparados às cobras e; portanto, ao mal. Havia também uma lenda contada no País de Gales e na França, que falava sobre o “chat Palug”, um gato monstruoso que aterrorizava todos os habitantes da ilha de Anglesey; até que o famoso Rei Arthur o matou.

O gato preto e a superstição

O olhar penetrante de um gato preto causava espanto na sociedade; pois as pessoas acreditavam que, dessa forma, ele as encantava. Se alguém tivesse um animal com essas características; ele seria marcado como amante do diabo e criador de feitiços mágicos. Portanto, o gato e o dono eram perseguidos e aniquilados (queimados na fogueira para sermos mais precisos).

No século 13, havia uma lei que dizia que: “todas as pessoas que acolhessem um gato preto em suas casas corriam o risco de serem condenadas à fogueira por praticarem bruxaria“. A igreja fazia parte desta perseguição e nas noites de São João queimavam gatos pretos à vista dos fiéis.

Nos Estados Unidos, precisamente na cidade de Salém, o gato preto era um daqueles capturados durante a famosa ‘caça às bruxas’, já se acreditava que eram mulheres transformadas em gatos para fazer o mal durante à noite sem serem reconhecidas; assim como acontecia na Europa.

Em 1881, na França, especificamente no distrito parisiense de Montmartre, um famoso cabaré foi inaugurado e visitado por artistas da estatura de Pablo Picasso. O nome do estabelecimento era nada menos que ‘o gato preto’ – le chat noir em francês – e seu pôster publicitário é um dos mais famosos do mundo.

gato preto

As superstições continuaram a existir, já que se acreditava que os gatos eram portadores de certas doenças. Se um gato preto cruzasse na frente de uma pessoa numa noite de lua cheia; isso significava que haveria uma epidemia. Na Itália, afirmava-se que; se um felino fosse visto na cama de alguém doente, que essa pessoa em breve morreria.

Boa ou má sorte?

Ainda que muitas das ideias contra os gatos pretos tenham sido perdidas no tempo, a cultura popular ainda tem um pouco de relutância em relação a eles. Por exemplo, no que diz respeito às adoções; eles são os últimos a serem adotados. As pessoas preferem um felino branco, marrom ou malhado; em vez de um felino preto com olhos verdes ou amarelos.

Há também aqueles que, se na rua, veem um gato preto atravessando a calçada; dão três passos para trás para evitar a suposta ‘maldição’.

O oposto acontece com aqueles que decidiram batizar seus negócios com esse nome. Em Buenos Aires, Corfu e Nantes existem cafés que são chamados nada menos do que “O gato preto” e estão abertos ao público há anos. Outra razão para acreditar que não há maldição em relação a esses belos animais!


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