O vírus do mixoma: letal para coelhos

Ele apresenta uma alta taxa de mortalidade e pode afetar tanto os animais domésticos quanto os animais selvagens. Infelizmente, o vírus que causa essa doença é altamente contagioso e ainda não tem cura.
O vírus do mixoma: letal para coelhos
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez.

Última atualização: 15 dezembro, 2022

O coelho é considerado um bicho de estimação exótico que a cada dia faz mais sucesso e é mais comum nas nossas casas. Mas, infelizmente, existem vários vírus que podem causar doenças perigosas tanto para nosso bicho de estimação preferido quanto para seus parentes silvestres.

Embora sejam pouco comuns em coelhos domésticos, eles podem sim ser contagiados. Esses vírus que atacam coelhos são muito nocivos para criadores, e podem até mesmo afetar a sobrevivência de outras espécies silvestres.

O que é a mixomatose?

Provavelmente, um dos problemas mais conhecidos seja a mixomatose, uma doença muito contagiosa que afeta tanto bichos de estimação quanto coelhos silvestres. É causada por um vírus da família Poxviridae, muito similar ao vírus que causa a varíola.

A mixomatose é transmitida pelo contato direto com animais infectados ou através de insetos hematófagos como os mosquitos, que agem como vetores na transmissão entre doentes e saudáveis. É por isso que essas doenças costumam estar associadas ao aumento da quantidade desses insetos, e são mais frequentes nas regiões úmidas durante a estação quente.

O contato com materiais contaminados com secreções e suor de coelhos doentes, tanto nasais quanto oculares, pode ser uma fonte de contágio da doença.

Coelho

Quanto à sintomatologia, dependendo da cepa, aparecem em maior ou menor grau os mixomas ou nódulos no rosto e genitais, inclusive, nas mucosas, que tendem a se espalhar por todo o corpo.

A doença apresenta uma alta taxa de mortalidade em adultos, enquanto que os filhotes de coelho menores de um mês costumam resistir à infecção. A incubação acontece entre três e seis dias e não existe tratamento eficaz contra a doença.

O que é a Doença Hemorrágica Viral do coelho?

Esse vírus do coelho é uma doença que também é muito contagiosa e de elevada mortalidade. O causador da doença viral hemorrágica é um calicivírus que se transmite pelo contato direto com os animais doentes ou com elementos contaminados, como bebedouros, roupa ou jaulas.

O período de incubação da doença é curto, entre um e três dias. Os sintomas costumam aparecer nos coelhos com mais de dois meses de vida, que apresentam febre repentina e morte súbita entre 12 e 36 horas. A doença hemorrágica viral pode produzir sintomas como diarreia, inchaço, perda de peso, problemas respiratórios e nervosos.

Embora não se traduza em uma sintomatologia observável, esse vírus do coelho produz hemorragias em diversos órgãos, como indica seu nome.

Coelho no veterinário

Ambos os vírus podem e devem ser prevenidos mediante a aplicação de vacinas para coelhos. Devemos fazer uma consulta com nosso veterinário para saber quando aplicá-las. Embora a transmissão para coelhos de estimação seja rara, a vacinação se torna mais recomendável para proteger o bichinho completamente.

Tanto a mixomatose quanto a doença viral hemorrágica são doenças que devem ser diagnosticas mediante a identificação do vírus.

O impacto do vírus do coelho

Ambas as doenças foram usadas de propósito para eliminar coelhos na Austrália, o que causou milhões de mortes. Aconteceu algo parecido em diversos países da Europa, como Grã-Bretanha e Alemanha, onde os coelhos se proliferaram sem predadores e onde foi introduzida a mixomatose para eliminá-los. Foi uma ideia de Armand Delille, um médico francês que introduziu esse vírus na Europa nos anos 1950.

Em outros países não havia a intenção de diminuir a população de coelhos, e a doença é considerada um perigo para as populações silvestres e para os animais que dependem delas. Na Espanha, o aparecimento dessas doenças gerou a queda populacional de espécies emblemáticas, como a águia-imperial e o ameaçado lince-ibérico.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.