Saúde bucal: cáries nos gatos

Saúde bucal: cáries nos gatos

Última atualização: 24 outubro, 2015

As cáries nos gatos, tal como nas pessoas, são uma patologia pouco frequente. O que sim costuma afetar com frequência os gatos é a chamada lesão reabsortiva odontoclástica.

Trata-se de uma deterioração da estrutura do dente, com aparência similar à que apresentam os humanos, mas com diferente mecanismo. Por isso, ela também é conhecida como falsa cárie.

Cáries nos gatos: uma doença pouco comum

Ainda que as cáries nos gatos sejam raras, já que a dieta deles não é rica em açúcares, os veterinários especializados em odontologia têm observado um aumento de casos nos últimos tempos.

A causa deve ser procurada no mau hábito dos humanos de dar doces aos animais de estimação.

Fora deste dado específico, outros motivos que podem provocar cáries nos bichanos são uma má nutrição e uma deficiente higiene bucal. Lembre-se que esta patologia se deve à presença de ácidos produzidos pelas bactérias da placa, que se depositam nas superfícies dentais, e que provocam a destruição ou necrose dos tecidos.

Os molares dos gatos são os mais afetados por esta doença. O tratamento das cáries nos gatos é similar ao que o nosso dentista realiza em nós, dependendo do tamanho das mesmas e das partes do dente que estejam afetadas.

Informação sobre a lesão reabsortiva odontoclástica

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A falsa cárie nos gatos se dá quando as células -chamadas odontoclastas- se ativam, por causas ainda desconhecidas, e começam a destruir os tecidos dentais duros. Este problema começa, geralmente, na zona cervical da peça dental e se estende de forma progressiva à raiz e à coroa.

Esta doença pode atingir 50% dos gatos e é mais habitual em animais idosos.

Os dentes mais afetados costumam ser os terceiros pré-molares inferiores, os molares inferiores e o quarto pré-molar superior.

Sinais das falsas cáries felinas

Entre os sinais que podem indicar que o seu gatinho está sofrendo desta doença, se encontram:

  • Dor (o animal toca a boca com as patas de forma constante)
  • Inflamação das gengivas
  • Salivação excessiva
  • Anorexia
  • Perda de dentes
  • Dificuldade ou impossibilidade de engolir
  • Apatia
  • Halitose
  • Espirros constantes
  • Movimentos frequentes da língua
  • Dentes de coloração amarelada
  • Emagrecimento
  • Letargia
  • Sangramento bucal

Diagnóstico e tratamento da lesão reabsortiva odontoclástica

Ainda que o diagnóstico desta lesão possa ser feito com a simples observação da boca dos gatos, às vezes, poderá não ser fácil de detectar. É que como costumam aparecer na linha da gengiva, podem estar escondidas pelas gengivas, pelo tártaro ou pela placa bacteriana.

Por esse motivo, um diagnóstico certeiro deverá ser dado através de radiografias.

É sim possível utilizar algum tratamento restaurador das peças dentais, porém, o mais provável é que isto não detenha o avanço da doença, portanto se recomenda a extração dos dentes afetados.

Possíveis causas das falsas cáries

Os especialistas desenvolveram diversas hipóteses sobre os motivos desta patologia nos felinos, mas nenhuma foi provada até o momento. Entre elas se destacam:

  • Uma reação imunomediada originada por um quadro inflamatório.
  • Fraturas traumáticas agudas ou crônicas devido ao estresse mecânico.
  • Uma dieta deficiente em cálcio ou com excesso de vitamina D.
  • Doenças virais como a leucemia e a imunodeficiência felina (FIV), o calicivírus (CVF) e o herpesvirus (FHV-1).
  • Ácidos gerados como consequência da fermentação bacteriana associada com a enfermidade periodontal.
  • Regurgitação ácida das bolas de pelos.
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Gatos com dentes cuidados

Como a lesão reabsortiva odontoclástica é de natureza progressiva, há maiores possibilidades de tê-la sob controle se diagnosticada de maneira precoce. Assim se evitará a destruição do tecido dental e o aparecimento de manifestações severas associadas a ela, como é o caso da anorexia por dor oral.

Também, se o seu gatinho já teve as falsas cáries, é importante que mantenha controles periódicos da arcada dentária com um especialista, já que os animais que foram afetados por esta doença podem voltar a tê-la em algum momento de suas vidas.

Sendo assim, não deixe de consultar um veterinário diante de qualquer dúvida e, também, peça a ele que lhe aconselhe sobre a melhor forma de manter a boca de seu felino devidamente higienizada.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.