Um veterinário argentino foi curar elefantes na África

Um veterinário argentino foi curar elefantes na África

Última atualização: 05 fevereiro, 2016

Nicolás Davio é um jovem veterinário argentino que fui curar elefantes na África. Nascido em Baradero, um município na província de Buenos Aires, Argentina, e medalha de ouro entre os graduados da Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade de La Plata, aos 37 anos ele abandonou o consultório em que operava gatos e cachorros e pegou um avião com destino ao Quênia.

Leões e elefantes: do sonho à realidade

Elefante

Davio contou que, desde criança, sonhava tratar leões no continente africano. Ao final, ele terminou atendendo elefantes vítimas da caça furtiva por causa da indústria do marfim.

Para conseguir este objetivo, ele teve que esperar cerca de 5 horas por dia ao longo de 2 semanas diante do escritório do diretor da Área de Veterinária do Serviço de Fauna do Quênia, que duvidada das intenções de um argentino branco e loiro.

Finalmente, o órgão lhe deu uma oportunidade, e assim Davio passou dois meses no Parque Nacional de Tsavo, que conta com 250.000 hectares de extensão nas quais vivem 12 mil elefantes.

Nicolás Davio é um veterinário argentino que viajou ao Quênia e se dedicou a cuidar de elefantes vítimas da caça indiscriminada por causa da indústria do marfim.

A experiência de cuidar de elefantes

Davio se empenhou como veterinário de campo e de enfermaria destes gigantes que, vítimas dos caçadores, acabam feridos ou ficam órfãos.

Para a obtenção do marfim, estes animais são expostos a mortes cruéis e violentas, geralmente sob ordens dos nativos da região que, apesar de terem problemas pela falta de dinheiro, também se livram deles pois os animais costumam destruir seus cultivos.

Uma das consequências mais terríveis destas práticas é a dos elefantes mais jovens, que ficam traumatizados e desolados depois de presenciar a morte terrível de suas mães.

Foi neles que o veterinário argentino focou grande parte do seu esforço. Assim, por seu trabalho dedicado, ele conseguiu uma recomendação do diretor geral do Serviço de Fauna que abriu as portas para que ele pudesse continuar  sua tarefa no Kenya Wildlife Service, a entidade chave na proteção dos animais naquele país.

Os elefantes, vítimas de um negócio cruel

As estatísticas mostram que a cada 15 minutos um elefante na África é morto por causa do marfim de suas presas, que na realidade são seus incisivos. E embora estes animais estejam no continente há mais de 60 milhões de anos, eles correm o risco de desaparecer em 2025 se este ritmo de mortes não for interrompido.

Os elefantes são perseguidos por caçadores furtivos que se dedicam a abastecer um mercado em crescimento que quer o marfim para satisfazer a nova classe média asiática, apesar das restrições a nível mundial para o uso deste material.

Estima-se que o marfim ilegal que é contabilizado é apenas uma parte do volume total contrabandeado no mundo. Além disso, o número de mercadorias confiscadas aumentou muito nos últimos anos.

Usos do marfim

O marfim é um elemento muito apreciado por algumas culturas, como a chinesa. Ele é utilizado principalmente para a elaboração de:

  • Pulseiras
  • Caixas de jóias
  • Utensílios de mesa
  • Figuras ornamentais
  • Teclas de piano
  • Peças de dominó e xadrez
  • Estátuas
  • Cabos de escovas

Em defesa dos elefantes

Em defesa dos elefantes

Governos e organizações públicas e privadas se mobilizam ano após ano com recursos e campanhas para tentar deter a matança de elefantes e tratando de conscientizar, sobretudo, cidadãos chineses e vietnamitas, para que acabe a demanda pelas peças de marfim.

No entanto, apesar do trabalho incansável destas instituições e de diversos profissionais e voluntários, estes gigantes memoráveis de 7 toneladas, assim como outros animais, continuam sendo vítimas dos caprichos dos humanos.

É assim que estas inocentes criaturas são assassinadas para a obtenção da sua pele, couro, ou presas, que contêm, supostamente, propriedades afrodisíacas. Eles são exibidos como troféus por caçadores que os matam impunemente, e depois dizem que isso é apenas um esporte.

Por outro lado, existe o trabalho silencioso de boas pessoas que, como Davio, oferecem o melhor de si mesmos para tentar paliar e reverter esta terrível e triste situação.


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