Quais são as diferenças entre cães machos e fêmeas?

Cachorros são diferentes de cadelas? Eles se comportam da mesma forma? É melhor adotar um sexo em vez de outro? Aqui respondemos tudo isso e muito mais!

Escrito e verificado por a psicóloga Sara González Juárez.

Última atualização: 09 janeiro, 2024

Embora a personalidade de cada indivíduo seja única, a distinção entre cães machos e fêmeas é relevante em determinadas áreas, como cuidados veterinários ou convívio com outros animais domésticos. Portanto, é conveniente conhecer essas distinções e levá-las em consideração na hora de expandir a família.

Aqui vamos contar as diferenças mais relevantes entre os sexos no que diz respeito à espécie canina, com suas vantagens e desvantagens. Não perca nada. Começamos!

Diferenças anatômicas entre cães machos e fêmeas

A nível anatômico, as diferenças entre machos e fêmeas são facilmente reconhecidas, por se tratar de uma espécie que apresenta dimorfismo sexual. A genitália é externa, de modo que o pênis do macho é visível — assim como os testículos, se ele não for castrado — e a vulva da fêmea também. Nas cadelas, os mamilos podem ser vistos ao longo do abdômen, maiores que os dos machos.

Por outro lado, os machos tendem a atingir um tamanho e peso maiores. Em algumas raças pequenas essa diferença é quase imperceptível, mas existe. É importante levar isso em consideração na hora da adoção, principalmente se o animal ainda for filhote: se for macho, seu espaço e acessórios devem ser planejados levando em consideração que será maior.

Diferenças sexuais no ciclo reprodutivo

O ciclo reprodutivo é diferente em canídeos machos e fêmeas e, além disso, influencia diretamente suas relações sociais, seu humor e sua saúde. Sendo regulado por hormônios, o comportamento geral do animal será afetado.

Por um lado, as fêmeas Canis lupus familiaris são consideradas sazonalmente monoéstricas. Isso significa que elas têm um ou dois períodos férteis por ano, a cada 5 ou 6 meses. Dentro desse ciclo, distinguem-se as 4 fases seguintes:

1. Anestro: a fêmea não apresenta atividade ovariana ou comportamentos relacionados à reprodução.
2. Proestro: caracterizada pela atividade folicular. Essa é a fase em que a fêmea produz a típica secreção vulvar sanguinolenta e não mostra interesse pelos machos (ou seja, rejeita suas abordagens).
3. Estro: embora não haja secreção vulvar nessa fase, a fêmea aceitará as aproximações do macho e terá um humor mais ameno, até afetuoso em alguns espécimes. Aqui os corpos lúteos estão em formação.
4. Destro: aqui termina a receptividade sexual da cadela e começa a fase mais longa, que separa um período fértil do outro. Dura de 60 a 90 dias, em média.

Os machos, por outro lado, são férteis o ano todo. Deriva disso seu comportamento sexual, que costuma se expressar naturalmente através das seguintes manifestações:

• Acasalamento.
• Territorialidade.
• Leve agressividade (às vezes).

Embora tenha sido demonstrado que esses comportamentos são atenuados com a castração, eles não desaparecem necessariamente e requerem um trabalho educacional do tutor para uma socialização adequada.

Diferenças etológicas

A nível comportamental, também existem diferenças entre machos e fêmeas. Muitas delas são mediadas por ciclos hormonais, mas também pela genética e pela influência do meio ambiente. Portanto, cada animal terá uma personalidade própria e uma forma única de se comportar.

Os machos tendem a ser mais dominantes e territoriais do que as fêmeas.

As fêmeas, por outro lado, podem apresentar comportamentos mais carinhosos ou simplesmente afiliativos. No entanto, não há base científica para essa afirmação, pois, conforme discutido, são muitos os fatores que determinam o comportamento de um indivíduo.

O que é melhor adotar: um macho ou uma fêmea?

Um não é melhor do que o outro. Quando você decidir aumentar a sua família, encontrará num abrigo de animais o cão ou a cadela que mais se adequa à sua personalidade, às suas condições socioeconômicas e ao seu estilo de vida. Apesar disso, você deve levar em consideração o seguinte:

• Animais não castrados terão mais problemas para se ajustar à convivência, independentemente de serem do mesmo sexo ou não.
• Obviamente, ter dois cães não castrados de sexos diferentes terá o perigo adicional de que eles se reproduzam.
• A castração de fêmeas costuma ser mais cara que a de machos, pois a cirurgia é mais invasiva e acarreta mais riscos, além de custos. No entanto, os abrigos geralmente têm uma política de doar animais castrados para evitar sua reprodução indiscriminada.
• Se houver animais de outras espécies em casa, deve-se procurar aconselhamento antes de adotar um cachorro, pois a convivência pode não ser possível.

Cães machos e fêmeas precisam de cuidados iguais

Por fim, resta enfatizar a responsabilidade ao incluir um novo cão na família, seja macho ou fêmea. Muitas vezes, ideias preconcebidas ou falsos mitos que circulam na sociedade criam preconceitos na hora de escolher e cuidar. Portanto, antes de tomar a decisão, certifique-se de que a vida do animal será digna e feliz.