Carta para o meu cão adotado que está no céu
Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
Nas redes sociais podemos encontrar todos os tipos de declarações, dirigidas aos cães já falecidos e que demonstram amor e gratidão. Em uma carta para o meu cão adotado que está no céu, mistura-se o amor com a dor.
Exemplo de carta para o meu cão adotado
“Decidi ir a um abrigo e procurar um cão com não mais que dois meses de vida, percorri vários, os requisitos que me pediam eram como se eu fosse adotar uma criança, eu não o entendia o por quê. Cansado e entediado de procurar e não encontrar nenhum filhote, eu estava disposto a me render. ”
“Retornei a um dos abrigos, caminhei pelas gaiolas até que um pequeno suspiro chamou minha atenção, me virei para ver e lá estava você, com esses olhos cor de café intensos, quase negros, você me olhou e senti algo em meu coração. Comecei os trâmites para te levar para casa comigo, a senhora que cuidava de você me advertiu que você já tinha sofrido muito, que você tinha cruzado com pessoas muito cruéis e que tinham te machucado e quase te levado a morte. ”
“ Escrevo esta carta para te dizer obrigado, obrigado por me salvar da escuridão, obrigado por encher a minha vida de alegria com suas brincadeiras e suas travessuras, como esconder meias três-quartos para depois brincar com elas, obrigado por me fazer ver que não fui eu quem te salvou a vida, mas sim que foi você que salvou a minha e que me deu a oportunidade de amar de verdade. Dedico essa carta a você, meu grande amigo, que um dia encheu meus dias de luz e que agora ilumina o céu com seus grandes olhos café intensos”.
“Não sei onde você está, mas quero que saiba o quanto sentimos saudades. Fizemos o impossível para cuidar de você e para te amar, porque você se tornou uma parte de nós. Se existir um céu depois daqui, tenho certeza que Deus te levou para lá, para te ter junto a ele, por sua bondade e carinho, pelo olhar terno de seus pequenos olhinhos que foram ficando cada vez mais tristes em seus últimos dias. ”
“Tenho muito clara a lembrança da noite da sexta-feira e do sábado pela manhã. Minha intenção era ter estado toda a noite te acariciando, falando com você e chorando ao seu lado, mas você estava tão tranquilo, dormindo sem dores, sem convulsões, depois de tantos dias, que preferi não te incomodar. Ainda me lembro como antes de entrar na clínica você se despediu com um pequeno choro, tínhamos lhe dado sedativos para que você fosse tranquilo para aquele local que você odiava, a clínica veterinária. Obrigado por se despedir irmãozinho”.
Emoções e culpa na carta para o meu cão adotado
São muitos os casos de donos que se surpreendem quanto as emoções que podem chegar a sentir ante a morte de um animal de estimação. Sentimentos como a lembrança da fidelidade, a culpa, a pena, a impotência, etc., são habituais e não fazemos mais nada além de pensarmos que o nosso cão era parte de nossa vida, de nossa rotina e de nosso lar.
Não devemos ter vergonha de sentir dor e de chorar por um ser que nos acompanhou por tanto tempo, durante toda sua vida. Nós o vimos crescer desde pequeno, se desenvolver, etc. É muito positivo nesses momentos falar de nosso animal e de como nos sentimos por sua ausência com aquelas pessoas que não sabem nos entender. A carta para o meu cão adotado pode ser muito útil para entender a situação e aceitá-la.
O processo que seguiremos será o de um ajuste emocional, depois da perda de um ser querido, e diferentes emoções vão se manifestar, assim como diversas etapas, como a negação (a fase em que nos negamos a aceitar que o nosso animal de estimação já não está mais aqui e que ele nunca voltará), a raiva (conosco mesmos e com os outros, sentimentos como nervosismo, ira, cólera, etc., quando nos damos conta de que já aconteceu, de que é um fato), a fase em que nos culpamos pelo ocorrido, etc.
Depois destas fases chega a depressão, quando nos sentimos angustiados, com medo, com um sentimento de pesar muito grande, nos lembramos da doença de nosso amigo, se tinha câncer, etc. Começamos a nos tornar conscientes de que a perda é irrevogável e de que a vida continua.
Na fase de aceitação, começamos a nos sentir preparados para retomar nossas vidas de uma forma tranquila. Não significa que já não pensamos mais neles (de alguma forma eles sempre estarão em nosso pensamento), mas sim que podemos seguir adiante aceitando o fato de que eles nunca mais estarão ao nosso lado.
Recordar os bons momentos na carta para o meu cão adotado
Embora não seja fácil, não devemos nos deixar dominar pela amargura. Nesses momentos de muita tristeza é sempre muito positivo pensar nos dias que compartilhávamos com o nosso cão situações muito agradáveis, quando desfrutávamos de sua lealdade. É importante tentar manter essas sensações, que foram muitas, e certamente os bons momentos compartilhados estarão sempre presentes. Com o passar do tempo, a sensação cinza desaparece.
Substituir um cão por outro
Não é uma boa ideia substituir um cão falecido com outro. Se você não esperar passar algum tempo, será muito difícil apreciar o novo companheiro, se você ainda estiver sentindo muita dor pelo seu cãozinho que já não está mais presente. Cada cão é único, com uma personalidade diferente e uma forma de se comportar muito particular. O prazo de tempo não é igual em todos os casos, mas a dor certamente passará, cedo ou tarde.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.