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Humanizar os animais: cães muito civilizados

3 minutos
Humanizar os animais: cães muito civilizados
Última atualização: 17 dezembro, 2015

O que entendemos por cães muito civilizados ou por humanizar os animais? Seriam aqueles que se comportam o tempo todo como cavalheiros e nos fazem ficar bem em espaços públicos e quando recebemos visitas?

Possivelmente também possamos incluir nesse item os que saem vestidos na última tendência da moda canina e não emitem um latido, embora tenham que morder a língua porque bem na frente deles está um lindo gatinho.

Humanizar os animais de estimação

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Autor: Barcelona · Three Looks

Querer humanizar os cães parece ser um sinal dos tempos modernos, uma tendência humana de medir tudo com a própria régua.

Se formos um pouco psicólogos, possivelmente poderíamos assinalar que a insegurança pode ser um dos grandes motores que levaram aos homens a quererem dominar ao outro –pessoa ou animal- e impor suas regras, ao invés de tentar entendê-lo e de conviver na diversidade.

Notas sobre o verbo civilizar

Mas afinal, o que significa civilizar? Apontaremos algumas especificações que nos oferece o dicionário:

  • Elevar o nível cultural de sociedades pouco adiantadas.
  • ­Introduzir em um povo a civilização de outro.
  • Melhorar a formação e o comportamento de pessoas ou grupos sociais.

Como se pode observar, além de definições escritas por aqueles que relatam a história do lugar do vencedor, são conceitos referidos aos seres humanos. Aos animais não se civiliza. Então, por que insistir no conceito de cães civilizados?

“O cão não é ‘quase humano’. E não se conhece um insulto maior à raça canina que descrevê-los dessa maneira.”
-Jhon Holmes-

Devemos civilizar os nossos cães?

O engano essencial que se estamos acostumados a cometer é pensar que o que é bom para uma pessoa deve ser bom para os cães. Muitos dos comportamentos e atitudes que podemos ter com os nossos animais de estimação, às vezes de maneira inconsciente, podem produzir inconvenientes em sua saúde física e mental. Por exemplo:

  • Provocar sobrepeso através de dietas inadequadas, sobretudo, pelo excesso de doces.
  • Dar aos cães medicamentos de humanos.
  • Levá-los constantemente em seus braços se forem animais pequenos. O cão deve ter contato com o chão e assim enfrentar diferentes situações.

Cães humanizados e bem vestidos

Além disso, um mundo regido pela estética -e por todo o negócio que se move atrás dela- não podia deixar de fora os animais de estimação. Assim estão em qualquer parte:

  • Roupas e acessórios de moda que se renovam a cada temporada
  • Casinhas de luxo
  • Tratamentos de pelos e de beleza

A questão é: Aos nossos cães interessa tudo isso, serve de alguma coisa? Ou melhor ainda, fazemos bem a eles ou estamos os prejudicando com toda essa parafernália?

“Primeiro foi necessário civilizar ao homem em sua relação com o homem. Agora é necessário civilizar ao homem em sua relação com a natureza e os animais”.
-Víctor Hugo-

Cada um com o seu mundo

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Autor: Enzo Antonio

Muitos peritos em comportamento animal assinalam que os problemas de comportamento e de convivência com os cães podem ser devidos, entre outras questões, ao desconhecimento real do que o animal necessita.

O comportamento do cão é o resultado tanto de sua herança genética como da educação que recebeu e das experiências que teve, principalmente quando era um filhote.

Em incontáveis ocasiões, e sobretudo por ignorância, pretendemos aplicar aos animais considerações que só são válidas no mundo humano racional, mas inúteis e até perniciosas no universo instintivo animal. Ali começam os problemas.

Convivendo com os nossos queridos peludos

Voltamos então para a pergunta de um milhão. Por que essa necessidade de dar uma personalidade humana aos animais? Por que não aceitá-los como cães e os apreciar tal como são? Certamente evitaríamos que os nossos peludos passassem por muitos transtornos de comportamentos derivados de querermos fazer deles o que eles não são.

Por isso, se os amamos de verdade, vamos tentar interpretar a própria linguagem deles e não os confundir querendo mudar a natureza deles.

Conhecer e aceitar quais são as diferenças e as semelhanças que temos com os cães, certamente nos fará mais humanos. E assim proporcionaremos aos nossos amigos de quatro patas uma forma mais saudável de relação e convivência.

Imagem cortesia de emdot.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.