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Os bebês que vivem com animais de estimação desenvolvem menos alergias

3 minutos
Os bebês que vivem com animais de estimação desenvolvem menos alergias
Última atualização: 30 setembro, 2015

Ao contrário do que muitos pensam, diversos estudos têm comprovado que os bebês que vivem com animais de estimação têm menos possibilidades de virem a desenvolver alergias aos animais domésticos à medida em que vão crescendo.

Assim, se você tem uma criança com menos de um ano, mas ainda não tem um amigo de quatro patas, é o momento ideal para adotar um.

Crianças, animais e alergias

A época em que os profissionais recomendavam manter as crianças longe de cães e gatos para evitar alergias parece estar ficando para trás.

Segundo uma pesquisa publicada na revista Clinical & Experimental Allergy, os bebês que habitam lares onde há gatos, por exemplo, têm 50% de probabilidade de serem alérgicos a estes animais quando chegarem à adolescência.

Quanto aos cães, esse risco reduziu-se nos meninos, mas não nas meninas. O motivo ainda é desconhecido, mas os estudiosos supõem que pode ser devido a diferente forma que os meninos e as meninas têm, de se relacionarem com os cães.

Menos risco de alergia para os bebês que vivem com animais

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Outros dados da pesquisa indicam que se a exposição aos animais de estimação ocorrer próxima ou após o primeiro ano de vida, não se produz nenhum efeito sobre o risco de alergia.

Por tal motivo, os pesquisadores supõem que uma exposição precoce aos alérgenos (animais e bactérias) traz os seguintes benefícios:

  • Fortalece o sistema imunológico;
  • Acostuma o corpo a estas substâncias;
  • Contribui para as crianças desenvolverem uma imunidade natural.

O estudo foi desenvolvido por uma equipe comandada pela doutora Ganesa Wegienka, uma epidemióloga que trabalha no hospital Henry Ford de Detroit (Estados Unidos).

Detalhes da pesquisa

A pesquisa centrou-se em 566 crianças e seus pais. E, ainda que este não seja o único estudo que trata do tema, a diferença é que foi realizado um rastreamento até a adolescência. Quando os bebês estudados chegaram aos 18 anos, amostras de sangue foram colhidas.

Assim, comprovou-se que os adolescentes que conviveram com um gato durante seu primeiro ano de vida tiveram um risco menor que 48% de desenvolverem alergia aos felinos e que, aqueles que viveram junto com um cão, apresentaram um risco 50% menor.

Resumindo, enquanto a alergia produz intolerância a uma substância do meio ambiente, tudo parece indicar que se esta exposição for precoce, na realidade será produzida uma tolerância a ela.

Na mesma sintonia

Por sua vez, um trabalho realizado no Hospital Universitário de Kuopio (Finlândia) chegou a conclusões semelhantes em relação aos bebês que vivem com animais e sua relação com as alergias e, neste caso, as infecções.

Foram examinadas 400 crianças durante seu primeiro ano de vida. Assim, foi concluído que, aquelas que conviviam com um cão ou, em menor medida, com um gato:

  • Sofreram 30% menos de infecções respiratórias;
  • Tiveram 50% menos de infecções no ouvido;
  • Curaram-se mais rápido;
  • Precisaram de menos tratamento com antibióticos.

Um pouco de sujeira até que não é ruim

Pesquisadores finlandeses observaram também que os efeitos mais protetores ocorreram no caso dos animais que tinham contato com o exterior do lar, onde se supõe que há mais exposição a alérgenos.

Todos os caminhos parecem conduzir, então, à chamada hipótese da higiene, que propõe que quanto menos limpo esteja o ambiente nos primeiros anos de vida há menos possibilidade de alergias.

É simples. Quando há mais infecções – o que não quer dizer necessariamente doenças – o sistema imunológico está tão ocupado com elas que nem se lembra de produzir alergias.

Mais animais e menos alergias

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A extrema obsessão por um lugar onde reine a assepsia – aguçada por uma publicidade constante de produtos de limpeza – parece estar conseguindo o efeito contrário ao procurado.

Adoecemos mais e temos mais alergias porque o nosso organismo não aprende a se defender desde uma tenra idade.

Por isso, relaxe um pouco. Se um bebê está para chegar em sua vida, nem pense em doar o seu animalzinho. E, se você ainda não tem um amigo peludo de quatro patas, nunca é demais repetir: adote um.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.