Quais infecções podemos contrair ao beijarmos o nosso cão na boca?

Quais infecções podemos contrair ao beijarmos o nosso cão na boca?

Última atualização: 25 agosto, 2016

Estamos acostumados a pensar que beijar um cão na boca, ou permitir que ele nos beije, é uma grande demonstração de amor. É óbvio, ele não é um animal de estimação… é parte de nossa família, o consideramos um membro a mais em casa. Embora alguns estudos indiquem que é bom beijar os animais, o certo é que nós podemos contrair doenças e infecções.

Beijar um cão na boca = transmissão ‘cruzada’ de infecções

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Amar os cães é algo belo, mas fazê-lo em excesso tem consequências negativas não só para o cão, mas também para as pessoas. Ter um contato muito próximo com os cães aumenta os riscos da transmissão de bactérias e vírus que, por exemplo, eleva a possibilidade de virmos a sofrer de problemas dentais.

Segundo um estudo realizado por um grupo de cientistas japoneses da Universidade de Osaka e liderados pelo Dr. Yoji Yamkazi, muitas pessoas consideram o cão como um membro a mais da família e, por esta razão, eles lhes permitem que os beijem a boca ou o rosto. Estes indivíduos estão mais propensos a apresentar doenças, já que seus animais de estimação lhes transmitem os vírus próprios dos caninos.

Nessa pesquisa se analisou a saúde de 66 cães e de seus donos, assim como também de veterinários e voluntários de abrigos de animais. O resultado foi assombroso: na maioria dos casos as pessoas que costumam beijar os cães tinham em sua boca bactérias que causam periodontite.

Este tipo de infecção afeta os ossos e os ligamentos que suportam os dentes, por isso é mais provável que os dentes fiquem frouxos ou caiam. Por sua vez, os peludos tinham em sua boca bactérias orais que são próprias dos seres humanos.

Embora as bactérias das pessoas e dos cães sejam diferentes, através dos beijos elas podem ser transmitidas de um indivíduo para outro.

O que acontece ao se beijar os cães?

Se você for daqueles que dorme com seu animal de estimação ou que demonstra seu carinho através dos beijos no focinho ou boca, deve saber que, por exemplo, eles podem ter carrapatos, os quais causam uma enfermidade chamada Lyme e que afeta aos seres humanos.

Mas o que tem a ver beijar um cão e esta doença? Os cães se lambem onde lhes dói, coça ou incomoda. Se eles tiverem carrapatos tentarão tirá-los mordendo a área. Além disso, se estes parasitas passarem muito tempo na pele do animal e lhe chuparem o sangue, podem contagiar o cão com alguma enfermidade que depois é transmitida aos humanos através da saliva.

Outra das infecções que podemos contrair ao beijar os cães é a raiva. A raiva não só afeta os animais, mas também as pessoas. E se transmite pela saliva! Nos cães, a raiva causa febres muito altas, comportamentos agressivos e inclusive a morte, se se propagar para o cérebro.

Um caso grave de se beijar um cão: parvovírus

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Esta enfermidade conhecida por suas siglas PVC-2 é extremamente contagiosa e as duas vias de contaminação são a saliva e os excrementos. O parvovírus é tão resistente que pode sobreviver por muito tempo em condições climáticas extremas (frio, calor, secura, umidade, etc). Afeta sobretudo os filhotes de até quatro meses se estes não forem vacinados.

Este vírus é muito contagioso e pode ser transmitido às pessoas através dos beijos que damos nos cães. As raças mais vulneráveis de virem a morrer em virtude do PVC-2 são Rottweiler e Dobermann. Se o nosso animal de estimação não foi imunizado contra esta enfermidade, é provável que ele a contraia e que nos contagie através dos beijos.

Por esta razão, sempre recomendamos que os donos de cães vacinem seus animais para prevenir todos os tipos de complicações, não só nos cães, mas também em suas famílias humanas.

No que se refere a beijar os cães, aconselha-se não o fazer, embora se trate de um animal muito saudável e limpo. Nunca sabemos com o que o nosso animal pode ter tido contato e quais vírus ou bactérias estão em sua boca.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.