Treinamento dos cães anti-pirómanos

Treinamento dos cães anti-pirómanos

Última atualização: 18 setembro, 2015

É possível que você ainda não tenha escutado falar de cães anti-pirómanos, por isso hoje falaremos um pouco sobre este importante trabalho que desempenham alguns cães.

Os cães têm acompanhado e ajudado as pessoas ao longo da história e o uso de certos dons e características dos cães têm sido sumamente benéficos para a nossa espécie.

Os cães têm sentidos muito potentes, como a audição e o olfato, o que lhes permite detectar coisas que, para nós, seriam impossíveis.

No entanto isso não é algo gratuito. Os cães precisam de treinamento para poder fazer trabalhos específicos, bem como potencializar todo os seus talentos e tirar o maior proveito possível deles.

O que é um cão anti-pirómano?

Os cães anti-pirómanos são um grupo de cães treinados especificamente para detectar o uso de agentes aceleradores de fogo em casos de incêndios e, dessa maneira, poder detectar se estes foram provocados.

Também se utiliza cães anti-pirómanos em instituições, ou edifícios, com risco de ataque terrorista, para deter esse tipo de ações (com função similar a dos cães antibombas).

A maneira como eles fazem a detecção é através da utilização de um de seus sentidos mais poderosos: o olfato.

Através desse poderoso sentido, os cães podem descobrir produtos como a gasolina ou o querosene, ainda que em quantidades mínimas, que nem sequer as máquinas conseguiriam detectar.

O que é um incêndio provocado?

Cão policial

Algo que obrigou a polícia e os demais entes reguladores a treinar cães para esta função específica, deve-se à quantidade de incêndios provocados que se apresentam a cada ano. Então, qual é a diferença entre um incêndio provocado e um normal ou acidental?

Como o próprio nome indica, os incêndios provocados são aqueles que são causados por uma pessoa, com uma finalidade específica. Os incêndios provocados diferenciam-se dos acidentais porque têm dolo, isto é, quem o provoca o faz com plena consciência de que suas ações repercutirão em um incêndio.

Vejamos alguns motivos:

  • Para receber um seguro. As fraudes aos seguros são, possivelmente, a razão número 1 de incêndios provocados.
  • Para encobrir um crime. Em muitas ocasiões, provocam-se incêndios com a finalidade de apagar a pista de um crime de pior magnitude (roubos, homicídios, etc.).
  • Por vingança. É muito chamativa a quantidade de incêndios que são cometidos em propriedades de terceiros como uma forma de vingança por ofensas de diferentes naturezas.
  • Por uma patologia. Uma das causas menos comuns, mas que ainda se apresenta, é a dos incêndios provocados por pessoas que sofrem de piromania, ou uma atração incontrolável pelo fogo ou por incendiar coisas.

Qualquer que seja o motivo, determinar a causa de um incêndio é importante porque, assim, podem ser iniciadas as investigações que culminem com o paradeiro dos responsáveis e, assim, estes poderão responder pelos danos que causaram.

Como é o treinamento dos cães anti-pirómanos?

Cão trabalhando

Os cães anti-pirómanos devem ter seus treinamentos iniciados quando ainda são filhotes. São primeiramente treinados como cães policiais, o que inclui uma educação em obediência, em perseguição e em resgate e salvamento.

No entanto, selecionam-se exemplares com um olfato excepcional para que recebam o treinamento específico (igual ao que acontece com os cães antidrogas).

O treinamento basicamente consiste em familiarizá-los e ensinar-lhes a procurar produtos como a gasolina, o óleo, o querosene e diferentes tipos de álcool (incluindo o licor), ou qualquer tipo de substância que seja conhecida por suas propriedades acelerantes (a capacidade de causar incêndios).

Assim que o cão localiza a substância, ele recebe prêmios.

Ensina-se o cão a se mover de maneira discreta, para que ele não corra riscos de sofrer um acidente enquanto cumpre com o seu trabalho (por exemplo, cair em um buraco ou pisar em alguma brasa).

Na medida em que o treinamento avança, utiliza-se diferentes localizações, que tenham toda a classe de estímulos, sejam visuais, auditivos ou olfativos; estes funcionam como distrações para educar ao cão no que ele deve se concentrar.

Na fase final do treinamento, o cão é levado a cenas reais (algumas podem ser criadas somente para o propósito do treinamento) para ver como o cão reage e para que ele se familiarize com esse tipo de cenário.

Finalmente, ele recebe o seu diploma de cão anti-pirómano, o que lhe atribui um colega humano e funções dentro da polícia.

A média do treinamento é de um ano, ainda que deva ser reforçado durante os primeiros quatro anos de vida do cão.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.