A tuberculose nos cães

A tuberculose nos cães

Última atualização: 16 outubro, 2015

Ainda que a tuberculose nos cães não seja uma doença que seja diagnosticada com muita frequência, parte disso porque seus sinais clínicos podem ser confundidos com outras doenças, o número de casos tem aumentado.

Isto se dá devido ao aparecimento de espécies de vírus resistentes aos tratamentos tradicionais e do aumento de doenças imunodepressoras, tanto em humanos como em animais.

Alguns dados sobre a tuberculose

A tuberculose é uma patologia infecciosa e crônica que pode afetar tanto o homem quanto os animais domésticos e silvestres.

É causada por bactérias do gênero Mycobacterium. O Mycobacterium tuberculosis e o Mycobacterium bovis são os agentes etiológicos que mais afetam os cães.

Esta doença é considerada uma das maiores zoonoses. E as infecções em cães por M. tuberculosis são uma zoonose inversa, já que, neste caso, é a pessoa que transmite a doença ao animal.

Além disso, os cães que convivem com pessoas doentes podem hospedar o agente etiológico na faringe, mas sem apresentarem lesões tuberculosas.

Infecções por M. bovis e por M. avium

Cão doente

Autor: Soggydan Benenovitch

As infecções por M. bovis, ocorrem quando os cães ingerem leite cru, vísceras ou cadáveres de animais doentes. Também podem ser infectados por via respiratória ou por feridas.

Os cães também são potenciais disseminadores de M. bovis, quando as lesões se localizam no intestino ou no trato respiratório.

Porém, a infecção com M. avium não costuma ser frequente. Ocorre pela ingestão de aves tuberculosas ou através do contato com os excrementos da mesma.

Sinais de tuberculose nos cães

Os sinais clínicos que a doença apresenta em cães são inespecíficos:

  • Astenia (fraqueza);
  • Anorexia;
  • Perda progressiva de peso;
  • Febre;
  • Tosse;
  • Dificuldade respiratória;
  • Diarreia.

Também pode ocorrer uma inflamação dos gânglios linfáticos e um desenvolvimento progressivo de lesões nodulares (granulomas) na pele da cabeça, pescoço e extremidades, que chegam a criar úlceras e geram um aspecto rugoso.

Também, nas primeiras fases, a doença costuma passar desapercebida, o que constitui um risco para outros animais e para as pessoas.

Em alguns casos, os sinais clínicos manifestam-se similares a fatores causados por estresse, como imunossupressão (diminuição de resposta imunológica) e também similares a sintomas de gravidez.

Como a tuberculose afeta os cães

Os órgãos mais afetados nos cães com tuberculoses são os linfonodos broncopulmonares e o pulmão.

As lesões no pulmão caracterizam-se por áreas inflamadas de cor vermelha acinzentada que podem confluir e formar cavidades, que se abrirão para a cavidade pleural ou se conectarão com os brônquios.

Estas lesões propagam-se rapidamente e variam desde uma congestão aguda até a hepatização, que consiste na transformação do tecido pulmonar em uma massa sólida semelhante ao fígado.

Outros tipos de lesões

  • Frequentemente pode ocorrer uma inflamação inespecífica que afeta os ossos longos, na qual poderá se observar um aumento do volume bilateral e simétrico dos mesmos, em especial os das extremidades;
  • Por sua vez, as lesões que se situam na região abdominal, se apresentam frequentemente no fígado. São amareladas, com uma zona central baixa e com bordas hemorrágicas irregulares.

Isso provoca aderências intestinais com estenoses (estreitamento ou redução do diâmetro interno do intestino), íleo paralítico (distensão intestinal, lentificação ou interrupção da passagem do que foi ingerido, sem uma obstrução mecânica) e ascite (acumulação de líquido seroso na cavidade peritoneal, também conhecida como barriga d’água).

Diagnóstico e prevenção

Cão doente

A confirmação definitiva de tuberculose nos cães se dá com um cultivo bacteriológico, com a detecção do agente nos tecidos mediante diferentes técnicas de laboratório e com exames radiológicos.

Confirmado o diagnóstico, os especialistas recomendam o sacrifício do animal. O motivo é que, ainda que o animal se recupere, poderá continuar sendo bacteriologicamente positivo, constituindo um risco para a saúde de humanos e também de outros animais.

Melhor prevenir

Diante da inexistência de vacinas para tratar a tuberculose em cães, a prevenção ainda é o melhor remédio.

Então, evite dar ao seu animal leite ou vísceras cruas. Escolha preferencialmente alimentos balanceados ou considere que:

  • O leite deverá ser pasteurizado ou fervido;
  • As carnes deverão estar bem cozidas.

E, levando em conta que nós, os humanos, podemos passar tuberculose para os cães, cuidando de nossa saúde estaremos cuidando também de nossos animais.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.