Tudo sobre epilepsia em cachorros

Tudo sobre epilepsia em cachorros

Última atualização: 27 fevereiro, 2018

A epilepsia é um transtorno cerebral que faz com que o cachorro tenha repentinos, descontrolados e recorrentes ataques físicos com ou sem a perda de consciência. Às vezes isso pode acontecer sem que as razões sejam conhecidas. Acredita-se que, em alguns casos de epilepsia em cães, os motivos sejam genéticos.

A epilepsia surgida espontaneamente (idiopática) caracteriza-se por lesões estruturais do cérebro e atinge com maior frequência os machos. Se não for tratada, os ataques normalmente se tornam mais frequentes e com maior gravidade.

Quais são os sintomas da epilepsia em cães?

Sintomas da epilepsia

Um cachorro com epilepsia sofre convulsões. Quando isso ocorre, ele pode ficar atordoado, se esconder ou procurar por atenção.

No momento da convulsão, seu cachorro vai cair para um lado, ficará rígido, salivará profundamente, fará xixi, cocô e emitirá sons. Essas convulsões geralmente duram entre 30 e 90 segundos.

As convulsões ocorrem geralmente à noite ou de madrugada, enquanto o animal está descansando ou dormindo. Em geral, os cachorros se recuperam no momento em que são levados para o veterinário para a realização de exames.

Logo depois do acontecimento das convulsões, seu cachorro se sentirá confuso e desorientado.

Pode caminhar em círculos e bater nos móveis. Também é possível apresentar muita baba no queixo e, talvez, algum tipo de sangramento na boca caso tenha mordido a si mesmo.

Ele pode tentar se esconder, ter aumento de sede e apetite. A recuperação após a crise convulsiva pode ser imediata ou demorar até 24 horas.

Em caso de um ataque focal, a atividade elétrica anormal acontece em apenas uma parte do cérebro.

As convulsões focaisdas podem provocar movimentos incomuns em uma extremidade ou um lado do corpo. As vezes duram apenas alguns segundos e podem começar apenas em um local, e logo passar a ser generalizadas.

Os cachorros com epilepsia podem ter convulsões em intervalos regulares de uma a quatro semanas. Isso geralmente acontece nos cães de raças grandes.

Quanto mais jovem é o cachorro, mais graves são as convulsões. No entanto, quanto mais cedo a doença se manifestar, maiores as chances do tratamento funcionar. O medicamento é especialmente eficaz em cachorros com menos de dois anos de idade.

No caso de seu cachorro sofrer um ataque epilepsia, a primeira coisa a fazer é tratar de manter a calma. Caso o cão esteja perto de algo que possa machucá-lo, como um móvel ou de escadas, trate de, suavemente, retirá-lo desse lugar.

Mantenha livres a boca e a cabeça de seu animal. Não ponha nada na boca de seu cachorro. Se a convulsão durar mais de dois minutos, o cão ficará em risco de ter a temperatura elevada. 

Ligue o ventilador e coloque água fria em suas patas, converse com ele em voz baixa e toque suavemente nele. Ligue para o veterinário quando a crise convulsiva terminar.

A epilepsia em cães também pode ser ocasionada por problemas genéticos. Em muitas raças de cachorros essa condição é bastante comum. Existem vários genes recessivos em raças como o Labrador Retriever e o Boiadeiro de Berna.

Também foram descobertos genes recessivos nos cães das raças Braco Húngaro de pelo curto, Lébrel Irlandês,  Springer Spaniel Inglês e Spitz Finlandês.

As características associadas com a epilepsia genética geralmente se manifestam entre os dez meses e três anos de idade. Por outro lado, as raças mais propensas à epilepsia com causas espontâneas incluem Beagle, Kesshond, Tervuren, Golden Retriever, Labrador Retriever, Braco Húngaro de pelo curto e Pastor-de-Shetland.

Tratamento da epilepsia em cães

Tratamento da epilepsia em cães

Os fatores mais importantes no diagnóstico da epilepsia com causas espontâneas são a idade do início e o padrão das convulsões (tipo e frequência). Em geral, parte do tratamento é ambulatorial.

É recomendável que o cachorro não tente nadar. Assim é evitado um afogamento acidental.

A maioria dos cachorros que são medicados com remédios contra a convulsão, a longo prazo acabam ficando com sobrepeso. Dessa forma, é importante verificar seu peso com frequência e consultar um veterinário a respeito de um plano de dieta.

É importante controlar os níveis das substâncias químicas dos remédios no sangue.

Os cachorros tratados com fenobarbital, por exemplo, devem ser monitorados depois de começar o tratamento durante a segunda e quarta semanas. Para eles, recomenda-se que se faça um perfil químico de sangue a cada seis ou 12 meses.

Não há como prevenir a epilepsia. Porém, se seu cachorro sofre com essa doença, é necessário que as convulsões sejam controladas.

Trate de evitar comidas salgadas, especialmente aquelas com que animais de estimação adultos são tratados, tendo bromato de potássio como ingrediente. A substância pode levar à convulsões e insuficiência renal.


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  • Pellegrino, F. (2015). Epilepsia genética canina. Revista Argentina de Neurología Veterinaria.(4), 1, 71-86.
  • Pellegrino, F. C. (2021). PARTE 2: Enfoque diagnóstico de la epilepsia canina. Neurología, 9(2), 14.

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