Por que chimpanzés fêmeas evitam humanos? Descubra!
O enorme impacto que os humanos têm na vida selvagem tem mobilizado muitos grupos para tentar estabelecer um modo de vida sustentável e em harmonia com o resto das espécies. Uma investigação recente a esse respeito descobriu que chimpanzés fêmeas evitam humanos quando povoam áreas habitadas por eles.
Em animais sociais tão complexos quanto nós, como é o caso dos grandes primatas, estudar seu comportamento é fundamental para uma convivência sustentável e pacífica. Nesse caso, diferenças sexuais são evidentes no nível comportamental que podem afetar esse aspecto. Vamos saber mais sobre a investigação.
O complexo comportamento dos chimpanzés
Os chimpanzés (Pan troglodytes) são nossos parentes vivos mais próximos em termos de DNA. Compartilhamos 98% do material genético que nos define. Essa grande semelhança nos ajuda a entender melhor seu comportamento, já que, apesar de certas diferenças, é guiado por bases semelhantes.
Entender esses hominídeos é tão difícil quanto intuitivo. Eles foram provavelmente os primeiros a nos ajudar a romper com o antropocentrismo e as crenças de superioridade de nossa espécie. Empatia, inteligência e uma cultura sustentada por uma memória extraordinária são os 3 pilares que fazem dos chimpanzés uma espécie que vale a pena conhecer.
Dizer que são animais sociais, diurnos e que vivem em sociedades de fissão-fusão é um eufemismo. Guerras foram travadas entre os chimpanzés da África tropical, territórios foram patrulhados, mortes foram lamentadas e amizades foram feitas entre membros de diferentes grupos. Quanto mais as observamos, menos sentido faz separar a etologia da psicologia.
Coexistência entre chimpanzés e humanos
Infelizmente, não existe uma coexistência chimpanzé-humana adequada. Ou os humanos se mudam para as porções da floresta dos primatas ou estes se aproximam das zonas antropogênicas. Portanto, a sobrevivência de espécies como o chimpanzé infelizmente depende de sua capacidade de adaptação à invasão humana e seus efeitos.
É justamente isso que observa o estudo citado no início: como os chimpanzés se adaptam à presença humana em relação aos seus espaços naturais. Esse interesse decorre dos conflitos que abundam nas áreas vizinhas, além da caça de chimpanzés para consumo humano, há competição por recursos e agressões decorrentes de encontros casuais, entre outros.
Em outras palavras, dada a coexistência de duas espécies territoriais que tendem para a agressão, como somos ambas, é necessária uma estratégia de coexistência eficaz. A este respeito, observou-se que chimpanzés fêmeas evitam mais os humanos em comparação com os machos. Vamos ver esses resultados em detalhes.
Chimpanzés fêmeas evitam humanos, diz estudo
Esta pesquisa observacional foi realizada em Uganda, em uma área rica em jaqueiras (Artocarpus heterophyllus) . Nesse local, é comum a entrada de humanos em áreas de chimpanzés e a aproximação destes a áreas antrópicas, já que ambas as espécies consomem essa fruta.
Porém, o estudo revelou um detalhe interessante, os grupos variaram em número nos dois cenários. Uma observação mais exaustiva detectou que os chimpanzés fêmeas evitam os humanos, pois são elas que costumam faltar nas expedições ao território humano. Além disso, essa tendência foi acentuada quando algumas fêmeas estavam no período de maternidade.
A configuração dos grupos que iam para áreas de risco também era diferente: os machos tendiam a liderar as marchas e se localizavam na periferia do grupo.
Por que elas evitam os humanos?
O estudo extrapola seus resultados para uma hipótese específica. A percepção de risco representada pelos humanos impacta a organização social dos chimpanzés. Isso tem várias implicações:
- As diferenças entre machos e fêmeas no temperamento e na tomada de riscos são reais e têm um impacto na sociedade dos chimpanzés.
- Esse risco que os chimpanzés percebem ao entrar em áreas antropogênicas, mantido a longo prazo, vai gerar mudanças que são permanentes na sociedade dessa espécie.
- A ausência de fêmeas nessas áreas é uma falha na hora de transmitir as informações necessárias para a sobrevivência, já que os indivíduos jovens também não estarão presentes para aprender.
- A dominância dos machos dentro dos grupos é acentuada em áreas habitadas por humanos.
Portanto, essa tendência conservadora das fêmeas frente aos riscos ambientais tem um valor adaptativo, mas traz consequências de longo prazo. É muito importante ter em conta que a influência da nossa espécie não afeta apenas o ecossistema em si. Os chimpanzés, como seres sociais e inteligentes, adaptam suas vidas e hábitos para nos evitar. Portanto, está em nossas mãos minimizar o impacto que temos sobre eles.
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