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Babesiose, ou doença do carrapato: entenda este mal

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Babesiose, ou doença do carrapato: entenda este mal
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Nos últimos anos, a babesiose, mais conhecida como “doença do carrapato”, deixou de ser uma doença exótica e passou a ser endêmica. Ela se transformou em motivo de preocupação em quase todos os continentes. Por isso, estudiosos da medicina veterinária alertam sobre a necessidade de todos saberem mais sobre ela. Trata-se de preservar a saúde de nossos animais.

O aumento dos casos de babesiose canina na última década se deve basicamente à proliferação de carrapatos. Sobretudo o da subespécie Rhipicefalus sanguineus, um carrapato de cor marrom que atua como vetor. Isto é, abriga e transporta o verdadeiro causador da doença: o protozoário Babesia canis, que ataca o sangue.

Apesar de se desenvolver mais facilmente na espécie canina, o protozoário também pode afetar gatos e humanos, causando graves danos à saúde.

O que é a babesiose canina e como é transmitida?

A doença do carrapato consiste em um processo infeccioso generalizado. É ocasionado por um exemplar da família dos hematozoários: o Babesia canis. Os microrganismos desta família também podem provocar várias doenças mais benignas que a babesiose.

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Autor: Soggydan Benenovitch

Os últimos estudos determinaram que existem 4 genótipos de Babésia. A Babesia canis vogeli, Babesia canis canis, e Babesia canis rossi (doença de Lahler). Até o momento, somente a Babesia canis vogeli está relacionada à babesiose. Foi encontrado no sangue dos animais infectados e dos carrapatos Rhipicefalus sanguineus.

Babesia canis vogeli é um hematozoário intracelular de ciclo indireto. Por isso, precisa de uma hospedagem intermediária para desenvolver suas larvas. Costuma colonizar o intestino, o ovário e, principalmente, as glândulas salivares de diversos carrapatos. Sobretudo, da família Rhipicefalus sanguineus.

Este pequeno parasita externo tem enorme capacidade de sobrevivência, mas seu desenvolvimento ótimo ocorre em climas mais quentes ou temperados. É por isso que sua maior população se encontra em países tropicais e subtropicais. Na Europa, a população é crescente e tende a se proliferar com a chegada do verão.

A forma mais comum de transmissão da babesiose canina é por meio da picada dos carrapatos. Por isso, a melhor prevenção consiste em evitar a proliferação destes parasitas.

Quais os sintomas e tratamentos da babesiose canina?

Uma vez picado pelo carrapato afetado, o período de incubação nos cães costuma durar de 2 a 4 semanas. Os primeiros sintomas notáveis da babesiose canina podem demorar de 1 a 2 meses para aparecer.

O mais preocupante desta doença é a velocidade de expansão dos hematozoários. Ao atingir a corrente sanguínea, rapidamente afetam glóbulos vermelhos, macrófagos e os tecidos do pulmão e do fígado.

Começa um decaimento geral na saúde do animal afetado durante as 24 horas posteriores à identificação dos primeiros sintomas. A maioria dos cães com babesiose precisam ficar em terapia intensiva para controlar a evolução do quadro infeccioso.

Os sintomas mais frequentes da doença do carrapato são a febre e:

  • Falta de apetite e perda de peso
  • Abatimento e sono excessivo
  • Aumento na produção de bilirrubina
  • Hemoglobinúria (ruptura dos glóbulos vermelhos)

Diagnóstico precoce

É importante que a doença seja tratada devidamente após o aparecimento dos primeiros sintomas. Caso contrário, pode evoluir rapidamente e ocasionar danos irreversíveis ao fígado e ao pulmão.

A intensidade dos sintomas varia em cada animal. Um cão imunodeprimido ou mais idoso pode apresentar sintomas mais intensos do que os animais mais jovens e saudáveis. Cães desnutridos ou mal alimentados possuem o sistema imunológico mais vulnerável a todos os tipos de doenças.

O diagnóstico precoce, portanto, é fundamental para permitir a cura integral da babesiose canina. O animal deverá ser hospitalizado rapidamente.

A complexidade de alguns casos

Em casos sintomáticos, o tratamento consiste em administração de glicocorticoides, heparina e transfusão de sangue.

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Muitas vezes, é difícil reconhecer os sintomas da babesiose. Podem ser confundidos com sinais de transtornos menores ou benignos. Por isso, a melhor forma de evitar a doença do carrapato é levar periodicamente o seu animal de estimação ao veterinário para realizar as consultas e os exames de rotina.

É indispensável evitar que os parasitas se proliferem no corpo do animal. O ideal é realizar a desparasitação interna e externa periodicamente. Também podem ser utilizados sabões ou coleiras antipulgas, seja como remédios naturais ou para espantar os parasitas através do cheiro.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.