A meningite em cães
Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
A meningite em cães se assemelha muito à doença de mesmo nome que afeta os humanos. Ainda que não seja contagiosa, sua taxa de letalidade é preocupante e o diagnóstico precoce pode salvar a vida do animal.
O cérebro se encontra protegido por três camadas ou membradas de composição majoritariamente lipídica. Essas membranas são conhecidas como meninges. Quando são afetadas por uma inflamação aguda, caracteriza-se a doença conhecida como meningite.
O processo da meningite em cães geralmente é dolorosa e ocasiona complicações graves no sistema nervoso do animal. Por isso, é importante conhecer os sintomas e saber como reconhecer precocemente essa doença.
No que consiste a meningite em cães?
Como já mencionamos, meningite é o nome da inflamação das membranas protetoras do cérebro. Esse processo inflamatório geralmente é consequência de uma infeção generalizada que pode ser causada por bactérias, vírus e fungos.
A meningite bacteriana é a forma mais comum a acometer cães e seres humanos. Acontece quando uma infecção bacteriana proveniente de qualquer parte do corpo afeta a medula espinhal e/ou o cérebro. A meningite viral e de fungos se desenvolvem e se manifestam de forma parecida no organismo.
O avanço da doença em cães é mais alarmante quando leva ao desenvolvimento de inflamações secundárias. É o caso da meningoencefalite e/ou da meningomielite.
A meningomielite ocorre quando a inflamação das meninges se expande para a medula espinhal. Já a meningoencefalite é o nome da inflamação das meninges e do cérebro.
A maioria dos animais afetados por uma meningite simples acaba desenvolvendo uma ou ambas as inflamações secundárias. O resultado são complicações neurológicas severas.
Em casos mais avançados de meningite em cães, ocorre a obstrução do líquido cefalorraquidiano (LCR). Esse fluido, responsável por nutrir e proteger o cérebro e a medula espinhal, deve circular livremente entre eles. Uma vez obstruído, o LCR se acumula, podendo ocasionar convulsões e paralisias.
Quais cães podem ser afetados pela meningite?
A meningite pode afetar cães de todas as idades, raças e tamanhos. No entanto, não é uma doença tão frequente, já que o sistema de proteção do cérebro e do sistema nervoso costuma ser eficiente.
No entanto, os filhotes e cães idosos podem ser acometidos mais frequentemente. Seus organismos são mais vulneráveis, permitindo que uma infecção alcance mais facilmente o cérebro e a medula.
Os cães imunodeprimidos e/ou desnutridos também têm mais tendência a sofrer lesões em geral. Seus sistemas imunológicos não têm condições de combater e eliminar os agentes patógenos. Isso ocasiona sintomas mais severos e quadros de fraqueza geral acelerada do organismo.
A comparação de casos diagnosticados em cães adultos e filhotes aponta que algumas raças são mais vulneráveis à meningite. É o caso do Pug, do Beagle, do Bioadeiro de Berna e do Maltês Terrier.
Quais são os sintomas da meningite em cães?
Quando a meningite aparece, geralmente é sinal de que uma infecção já se espalhou no organismo do animal. Os primeiros sintomas da meningite em cães podem ser mais gerais. Alguns exemplos são a febre, a perda de apetite, diarreia, vômitos, cansaço, depressão ou letargia. Os sintomas mais específicos das meningites bacterianas, de fungos e virais geralmente são parecidos e progressivos. Isso quer dizer que o cão apresenta uma queda gradual de sua força e estabilidade neurológica.
Sinais frequentes de meningite
- Alteração dos movimentos
- Dificuldades de orientação espacial
- Transformações na conduta cotidiana
- Dificuldade para reconhecer ou atender comandos (incluindo seu próprio nome)
- Convulsões
Existe tratamento para a meningite em cães?
O tratamento para a meningite em cães depende do agente que origina a infecção. Podem ser utilizados antibióticos para as meningites bacterianas. Os fármacos fungicidas são recomendáveis para as infecções por fungo.
O objetivo principal de todo tratamento para meningite é erradicar a inflamação. E isso antes que o cérebro ou a medula sejam afetados. Trata-se de evitar danos neurológicos irreversíveis e sequelas na saúde do animal.
Geralmente usam-se anti-inflamatórios corticoides para potencializar o combate ao processo inflamatório das meninges. Em casos mais avançados, geralmente são utilizados antiepiléticos para evitar as convulsões.
Vale a pena lembrar que o veterinário é o único profissional preparado para indicar um tratamento adequado e eficiente para cada cão.
Como prevenir a meningite em cães?
Não existe um método específico para prevenir a meningite em cães. Manter uma alimentação balanceada e praticar regularmente exercícios físicos é essencial para um desenvolvimento saudável e para manter o sistema imune do cão forte, evitando infecções como esta.
Respeitar a carteira de vacinação e desparasitar periodicamente também são atitudes indispensáveis para conservar o bem-estar de seu animal de estimação.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.