Animais à beira da morte em uma associação protetora espanhola

Animais à beira da morte em uma associação protetora espanhola

Última atualização: 23 maio, 2016

Que triste ter que dar de novo uma notícia sobre maus-tratos animal! Mas acreditem, é necessário conscientizar as pessoas para que estes casos sejam cada vez menores. E o que mais me dá tristeza é que o maltrato mais uma vez ocorreu no país em que nasci, realmente sinto vergonha. Triste, mas a verdade é que esta associação protetora espanhola mantinha os animais à beira da morte.

Quando escutamos histórias sobre maus-tratos, todos nós nos entristecemos, mas se além disso, como é o caso, o maltrato provém de pessoas que, se supõe, são pagas para cuidar deles, isso nos enche ainda mais de indignação e impotência. Contaremos essa história e esperamos que você a compartilhe com muitas pessoas para frear estes abusos.

A associação protetora espanhola que maltrata animais

Cachorros na rua

Essa suposta associação protetora está localizada em Alcalá de Henares, em Madrid, e suas siglas são CIMPA (Centro Integral Municipal de Proteção aos Animais). É uma associação protetora municipal que depende de recursos providos pela prefeitura de Alcalá e das doações de pessoas amantes dos animais.

Segundo Alberto Ejido, vereador de meio ambiente desta prefeitura, eles começaram a suspeitar que algo não ia bem quando notaram que os recursos outorgados à associação protetora não cobriam as necessidades básicas dos animais e das instalações. Do outro lado, os integrantes desta associação protetora não faziam nada para conseguir recursos extras, assim os números não se encaixavam.

Então começou a investigação a qual se uniram veterinários, membros do Seprona e policiais, fazendo visitas a várias associações protetoras espanholas onde rapidamente puderam ver o estado em que estavam os animais.

Vários deles tiveram que ser hospitalizados, a maioria com caquexia (magreza extrema). Os animais não só não recebiam a higiene adequada, mas também não eram alimentados, estavam desnutridos e desidratados.

Seria pequeno o recurso econômico recebido por essa associação protetora?

Ao que me parece, não, não seria. Vejamos o que você acha. A associação protetora foi cedida à empresa Desratizações Parque S.L quando ocorreram as eleições de junho de 2014. Firmou-se, então, um acordo em torno de 80 mil euros ao ano a associação protetora.

Levando em conta que há uma média de menos de cem animais por mês, não me parece uma quantidade desprezível para que se deixe os animais sem alimentos e à beira da morte. O que teria acontecido se a prefeitura não tivesse se colocado a par da situação?

Associação protetora espanhola pega de surpresa

Dizem que quando nos visitam de surpresa sempre nos pegam com a casa de pernas para o ar, mas será que nós apenas arrumamos a casa quando sabemos que alguém vem nos visitar? Foi isso mesmo o que aconteceu com esta associação protetora espanhola. E essa foi a infeliz desculpa que a associação deu textualmente:

Animal num gramado

“Nunca o Seprona, a polícia e nem a Comunidade encontraram irregularidades nas visitas. Tampouco o vereador. É ilógico que alguém se apresente no CIMPA de madrugada sem a presença do pessoal qualificado. A acusação é improcedente, mancha o trabalho da equipe e desprestigia a empresa”. – Fonte: Jornal El País.

Ou seja, quando as visitas eram programadas, os cães desnutridos estavam escondidos, mas claro, por chegarem de surpresa encontraram os cães expostos. Sim, foi feita uma espécie de “batida policial” e os pegaram com a mão na massa. Que bom que eles fizeram dessa forma!

O juiz e a prefeitura ficaram omissos a tais desculpas baratas que os responsáveis pela associação protetora usaram para se defender.

Segundo o CIMPA, o veterinário lhes disse que a magreza se dava por conta do frio. Entretanto, de junho de 2014 a novembro de 2015 houve um total de 125 mortes de animais.

O relatório do mesmo veterinário que eles nomearam para o investigar o caso diz que está claro que é um caso de maus-tratos animal em que não se atendia nem mesmo as necessidades básicas dos animais e que nem se faziam as intervenções necessárias para que os cães estivessem limpos e em condições salubres.

A empresa foi destituída do cargo, ainda à espera do julgamento no qual esperamos que eles paguem pelo que fizeram aos animais, e a prefeitura cedeu a associação protetora espanhola a outra empresa, já que, segundo eles, “não é uma entidade qualquer, pois deve velar pelo bem de outros seres vivos, e isso para nós é muito importante”. Obrigado Alcalá!


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