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O apego em animais resgatados

4 minutos
As pessoas que resgatam animais silvestres devem, na medida do possível, reduzir o contato com eles, evitando assim o apego. Dessa forma, esses animais poderão se reintegrar melhor à natureza.
O apego em animais resgatados
Ana Díaz Maqueda

Escrito e verificado por a bióloga Ana Díaz Maqueda

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O apego em animais resgatados, conhecido cientificamente como imprinting, é uma das consequências que ocorrem ao salvar indivíduos silvestres muito jovens na natureza. 

Vamos ver mais detalhes sobre esse interessante assunto a seguir.

O resgate da vida selvagem é essencial

Se nenhuma medida for tomada quando aves ou mamíferos recém-nascidos são resgatados – grupos de animais nos quais o imprinting ocorre –, no momento em que começarem a crescer e adquirir mais autonomia, eles vão encarar o cuidador como “mãe”.

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Ao mesmo tempo, o resgate da fauna, tanto silvestre quanto urbana, é essencial para a conservação das espécies. Com isso, não apenas é possível salvar o indivíduo, como também são obtidos dados muito importantes sobre a espécie em si. Por exemplo:

  • Dados anatômicos.
  • Distribuição geográfica.
  • Rotas migratórias.
  • Principais doenças.
  • Perigos e ameaças potenciais à sua conservação, etc.

O apego não é um problema no caso de animais resgatados que não possam retornar à natureza e que devam permanecer em um centro de conservação da vida selvagem. Pelo contrário, o desenvolvimento de um vínculo entre o cuidador e os animais não recuperáveis ​​facilita o manejo e a permanência do indivíduo no centro.

No entanto, se o animal tiver condições para retornar à natureza, o cuidador deve fornecer uma série de cuidados, com o objetivo de satisfazer suas necessidades, mas sem que o imprinting aconteça. Dessa maneira, evita-se que as chances de sobrevivência do animal sejam drasticamente reduzidas.

Como os animais resgatados chegam aos centros? 

A cada ano, milhares de espécies chegam a centros de recuperação de animais silvestres ou centros de atendimento, avaliação e reabilitação. Eles podem pertencer a qualquer grupo de animais, desde artrópodes, como as aranhas, até mamíferos, como os ursos.

As razões pelas quais um animal pode acabar em um centro desse tipo são variadas:

Assim, como podemos ver, um animal pode acabar em um centro de recuperação por vários motivos. Na maioria dos casos, foram maltratados pelo tráfico ilegal de espécies.

Geralmente, eles vêm de outros países, tornando praticamente impossível devolvê-los ao seu local de origem. Além disso, raramente sobrevivem após a viagem em condições precárias.

Gestão da vida selvagem

Muitas vezes, os animais pertencentes a espécies exóticas invasoras – que não tenham chegado ao centro por confisco – são sistematicamente sacrificados. Isso é feito dessa forma nos locais em que a legislação exige. Além disso, esses animais representam um sério perigo para a fauna e flora nativas.

Por outro lado, quando chegam espécies pertencentes à fauna nativa, normalmente outro protocolo é seguido:

  • Se o animal estiver saudável e não apresentar nenhum tipo de desconforto, ele é devolvido à natureza.
  • Caso contrário, se apresentar alguma patologia, traumatismo ou se ainda for muito jovem, ele vai permanecer no centro até sua recuperação total e posterior liberação para o ambiente natural.
  • Se o animal que chega tiver algum tipo de doença categorizada como “irrecuperável”, ele vai permanecer no centro pelo resto da vida. Geralmente, é incluído em programas de pesquisa, como, a procriação em cativeiro.

Problemas com o apego em animais resgatados

Em muitas ocasiões, os animais que chegam aos centros geralmente são filhotes ou indivíduos muito jovens. Eles devem ser alimentados com mamadeira (se forem mamíferos) ou papinhas especiais, de acordo com a espécie (se forem aves).

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Diante de situações desse tipo, o ideal é manter esses animais com indivíduos da mesma espécie e idade, sempre que possível. Por outro lado, a alimentação sólida deve ser iniciada o mais rápido possível.

Além disso, a acomodação deve ser adequada e, quando os animais tiverem idade suficiente, devem passar para gaiolas de musculação (no caso das aves) ou recintos maiores (no caso dos mamíferos).

Da mesma forma, os animais precisam aprender a encontrar alimentos, principalmente as espécies carnívoras, que terão que aprimorar sua estratégia de caça no centro.

Se isso não for feito dessa maneira ou de alguma outra maneira semelhante, os animais resgatados não poderão ser liberados por vários motivos:

  • Provavelmente, eles não terão medo dos seres humanos (o que pode colocá-los em perigo, pois se um traficante se aproximar para capturá-los e vendê-los, eles não vão fugir).
  • Não saberão como se relacionar com sua própria espécie.
  • Não poderão ficar 100% reabilitados.
  • Toda a dedicação de tempo, esforço e recursos financeiros não terá valido a pena.

Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • ARTURO, L. B. NEONATOLOGÍA Y CRIANZA ASISTIDA DE FAUNA SILVESTRE.
  • DE LA COMUNA, D. H. A., & FORESTALES, I. MANEJO DE FAUNA SILVESTRE.
  • de Recursos Naturales, S. D. A., & Protegidas, A. (2012). Manejo de fauna silvestre postdecomiso.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.