Logo image
Logo image

Após o parto, quando a gata entra no cio?

5 minutos
Se não as informações sobre o cio após o parto nas gatas forem insuficientes, a vida da mãe dos filhotes pode ser colocada em perigo. Descubra o motivo aqui!
Após o parto, quando a gata entra no cio?
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Se a sua gata acabou de ter filhotes e você deseja evitar que isso aconteça novamente, ou se deseja que ela se reproduza em uma determinada época no futuro, certamente você já se perguntou como funciona o cio após o parto nas gatas. O ciclo reprodutivo desses animais é muito diferente do ciclo dos humanos, por isso é necessário se informar bem antes de escolher o momento do cruzamento.

Conhecer o processo de reprodução dos gatos é fundamental, já que fontes profissionais como a Affinity Foundation afirmam que os maiores índices de abandono em felinos ocorrem na época do cio. Infelizmente, alguns tutores não sabem como lidar com essa situação e optam pela pior opção possível. Com todas essas considerações em mente, a seguir vamos descrever a o funcionamento do cio nas gatas.

A reprodução dos felinos

Em primeiro lugar, é importante observar que as gatas são animais poliéstricos estacionais. Isso significa que apresentam ao longo do ano vários estros (fases em que a fêmea está receptiva em termos reprodutivos) distribuídos em uma estação específica. Em geral, as fêmeas estão preparadas para a fecundação entre fevereiro e agosto.

Cada cio ou estro (heat, em inglês) tem uma duração variável, mas a média é de 6 dias, conforme indicado por fontes veterinárias. Se a fêmea não for fecundada por um ou mais machos nesse período, vão se passar alguns dias nos quais a capacidade receptiva será nula. Entre ambas as fases, estima-se que cada ciclo estral na gata dure de 1 a 6 semanas, com uma média de 3 semanas.

As gatas precisam ser estimuladas

Por outro lado, é importante destacar que essa espécie é guiada por parâmetros de indução ovulatória. Isso significa que é o ato da reprodução mecânica que induz a liberação dos óvulos, diferentemente dos humanos. A maioria das fêmeas precisa de 3 a 4 encontros com machos para começar a ovular e engravidar.

As gatas são poliéstricas estacionais, pois entram no cio a cada 21 dias, em média, em determinados meses do ano.

 

Some figure

A gata pode entrar no cio após o parto?

O tempo de gestação das gatas é variável, mas a média varia entre 9 semanas (63 dias) e 10 semanas (70 dias). Depois de dar à luz, a gata ficará exausta e precisará de algum tempo de recuperação. Além disso, é importante considerar que ela terá que amamentar seus filhotes durante 6 a 8 semanas, uma tarefa difícil que requer muita energia.

De qualquer modo, não podemos ignorar o fato de que os gatos domésticos e outros animais de estimação ainda são animais selvagens. Por isso, seu principal interesse é ter o maior número de descendentes possível, sem colocar em risco sua vida ou a de sua prole. Em outras palavras, sim, após o parto a gata pode entrar no cio novamente.

Quanto tempo leva para uma gata entrar no cio após o parto?

Ao contrário do se costuma pensar, uma gata pode engravidar enquanto cuida dos filhotes. Segundo documentos profissionais, cerca de 4 semanas após o desmame, a fêmea pode engravidar se for estimulada e ainda estiver na época reprodutiva. Como você pode ver, o cio após o parto nas gatas se instaura rapidamente.

Se levarmos em consideração que o desmame ocorre cerca de 8 semanas no máximo após o parto, podemos estimar que a fêmea estará sexualmente ativa novamente cerca de 12 semanas depois de dar à luz. Além disso, como ela terá sido estimulada em ocasiões anteriores, durante as cópulas anteriores, pode ser ainda mais fácil engravidar novamente.

Como evitar que uma gata engravide após o parto?

A menos se trate de uma gata de raça pura ou você tenha programas de reprodução em mente, não há razões para que uma gata tenha mais descendentes. Como indica o Journal of the American Veterinary Medical Association, a taxa de mortalidade de filhotes na natureza antes ou depois do parto é de 6 a 12%.

A cada filhote que morre antes de nascer, as chances de a gata também falecer aumentam exponencialmente. Um feto preso dentro da placenta pode causar sérios problemas de saúde à mãe, como infecções sistêmicas ou hemorragias internas. Portanto, a melhor ideia é esterilizar o animal.

Mesmo em programas de reprodução, é necessário ter muito cuidado ao cruzar uma gata muitas vezes ou cruzá-la com parentes, mesmo que distantes. Tudo isso favorece o nascimento de proles com doenças congênitas.

É possível esterilizar uma gata que está amamentando?

Existe um falso preconceito de que uma gata recém-esterilizada costuma deixar seus filhotes sem cuidado. Isso não é verdade, pois o comportamento e o instinto materno não são ditados apenas pelos ovários, estruturas que são removidas durante o procedimento.

O principal hormônio que promove a lactação é a oxitocina, que é produzida nos núcleos do hipotálamo (cérebro). Por esse motivo, não há razão para acreditar que uma gata castrada possa produzir menos leite do que uma gata sexualmente ativa.

Os veterinários às vezes preferem esperar para realizar o procedimento, mas apenas porque as glândulas mamárias da gata podem dificultar a remoção dos ovários.

 

Some figure

O cio após o parto em gatas exige responsabilidade

A ocorrência do cio após o parto nas gatas é possível, portanto, será responsabilidade do tutor evitar que a gravidez aconteça novamente. O primeiro passo é sempre limitar a saída da gata ao exterior. Porém, para evitar surpresas indesejadas, a esterilização será a opção definitiva e recomendada em todos os casos.

De acordo com estudos da revista Nature Communications, gatos de rua matam 22,3 bilhões de pequenos mamíferos a cada ano nos Estados Unidos. Se quisermos conservar a biodiversidade que nos rodeia, é necessário manter sob controle a reprodução dos animais de estimação.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Nutter, F. B., Levine, J. F., & Stoskopf, M. K. (2004). Reproductive capacity of free-roaming domestic cats and kitten survival rate. Journal of the American Veterinary Medical Association, 225(9), 1399-1402.
  • Loss, Scott R.; Will, Tom; Marra, Peter P. (2013). “The impact of free-ranging domestic cats on wildlife of the United States”. Nature Communications. 4: 1396. doi:10.1038/ncomms2380. PMID 23360987
  • Estrus cycle in cats, VCAHospitals. Recogido a 10 de junio en https://vcahospitals.com/know-your-pet/estrus-cycles-in-cats
  • Little, S. E. (2012). Female reproduction. The Cat, 1195.
  • McIntyre, R. L., Levy, J. K., Roberts, J. F., & Reep, R. L. (2010). Developmental uterine anomalies in cats and dogs undergoing elective ovariohysterectomy. Journal of the American Veterinary Medical Association, 237(5), 542-546.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.