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Bones, o cachorro que busca desaparecidos na Colômbia

3 minutos
Bones, o cachorro que busca desaparecidos na Colômbia
Última atualização: 26 abril, 2017

Os cães não cansam de nos surpreender com suas habilidades colocadas a serviço do homem. Hoje, vamos conhecer a história de Bones, um cão que busca desaparecidos na Colômbia. Um marco em um país castigado pela violência.

Um cão treinado para encontrar restos humanos

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Bones é um exemplar de Pastor Belga Malinois. Desde os 4 meses foi treinado para detectar cadáveres na região de Antioquia. Essa é uma área particularmente castigada por diversos conflitos que assolaram e assolam o país sul-americano (guerrilha, narcotráfico, milícias paramilitares, máfias etc.).

O peludo trabalha junto ao dono, John Fredy Ramírez, investigador do CTI (Corpo Técnico de Investigação). Bones nem tinha completado um ano e meio de vida e já encontrou quatro corpos.

De acordo com o Registro Único de Vítimas (RUV), existem 46 mil pessoas vítimas de desaparecimento forçado na Colômbia.

“Conheça a história de Bones, o cão que busca desaparecidos em Antioquia. Essa é uma das regiões mais afetadas pela violência que assolou e assola a Colômbia.”

O drama do desaparecimento de pessoas

“Não estão mortos e nem vivos. Estão desaparecidos”, disse uma vez um sinistro ditador da Argentina. Essa foi a sua resposta quando questionado pelas vítimas da repressão da ditadura militar instaurada no país (1976-1983).

A angústia e a incerteza que toma conta das pessoas que buscam os seus familiares e desconhecem a condição em que se encontram é uma história comum a muitos países da região.

Por isso, encontrar o corpo, mesmo que tenham se passado muitos anos, é a única maneira de acabar com esse sentimento de ansiedade. E o trabalho que cães como Bones podem levar adiante é fundamental para trazer um pouco de calma para essas famílias.

Conheça o treinamento de Bones

Diferentemente de outros cachorros treinados pelo CTI, Bones é um cão que trabalha exclusivamente na busca por desaparecidos.

Seu treinamento consistiu em aprender a detectar restos humanos através do olfatoPara conseguir isso, os treinadores utilizaram caixas de madeira com alguns orifícios. Quatro delas eram inodoras e a outra desprendia o odor que Bones deveria identificar.

Quando o animal identificava a caixa, era parabenizado com um clicker e recebia uma recompensa. No começo, eram guloseimas, que depois se transformaram em brinquedos e jogos.

Assim trabalha Bones, o cão que busca pessoas desaparecidas

Bones, o cão que busca desaparecidos, vive com Ramírez, sua esposa e três gatos. Ele tem sessões de treinamento todos os dias. Durante as manhãs, durante 1 hora, caminha e brinca com uma bola que tem cheiro de ossos humanos. À noite, realiza outro passeio, dessa vez de 30 minutos.

Ramírez acredita ter encontrado o cão ideal para essa tarefa: um animal resistente, capaz de percorrer entre 60 e 70 km diários.

No momento em que a equipe do CTI chega à área onde acreditam haver um corpo enterrado, o terreno é delimitado e sondas são colocadas no solo, criando cones de odor. É aí que começa o trabalho de Bones.

Quando o cão detecta o cheiro, marca o lugar, movendo-se em círculos. Para confirmar o resultado, Bones é retirado do local. Se ele voltar, se abaixar e começar a latir, não restam mais dúvidas e a equipe começa com as escavações. Enquanto isso, Ramírez recompensa o seu cão com brincadeiras e carinho.

O grande trabalho dos cães que buscam cadáveres

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Digamos que, por exemplo, supõe-se que haja um corpo enterrado em uma área de 5 metros quadrados. Os seres humanos poderiam levar de duas a três horas para encontrá-lo. O cão, por sua vez, é capaz de encontrá-lo em menos de 15 minutos.

Por isso, mais uma vez, destacamos a grande ajuda que os cães dão aos homens, ainda que às vezes recebam como resposta apenas maus-tratos.

No caso de Bones, embora o seu nome lide com o humor negro (significa “ossos” em inglês), contribui para levar um pouco de paz para as famílias que sofreram com o terrível drama do desaparecimento forçado de alguns de seus entes queridos.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.