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Cachorros sabem distinguir sorriso ou raiva no rosto humano

4 minutos
Cachorros sabem distinguir sorriso ou raiva no rosto humano
Última atualização: 24 julho, 2015

Os cachorros são capazes de ler as mentes de seus donos? Não exatamente. Trata-se muito mais de uma adaptação especial que os cães desenvolveram ao longo de sua história de domesticação que os tornou muito mais sensíveis às formas de comunicação dos seres humanos.

O que a ciência demonstra?

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Pesquisadores do Instituto Max Planck para a Evolução Antropológica asseguram que existem muitas evidências que sugerem que a pressão para a seleção durante o processo de domesticação canina, modificaram os animais de tal maneira que eles se adaptaram muito rapidamente e totalmente a seu novo nicho, que é o meio ambiente humano.

As provas científicas indicam que, inclusive, os cachorros nascem com a habilidade de entender o que é um objeto, pois cães com seis semanas após o nascimento demonstram ter essa capacidade sem ter recebido qualquer treinamento específico.

A domesticação e os muitos anos de convivência com os seres humanos deram aos cachorros uma habilidade evolutiva de poder prestar atenção e entender a comunicação humana através de seus gestos.

Ainda que fosse possível pensar que os chimpanzés, por serem mais próximos anatomicamente aos seres humanos, pudessem entender melhor a gesticulação, isso não acontece devido ao pouco contato entre as espécies,  por isso eles não são capazes de compreender gestos simples como um ser humano apontando um objeto.

Isso sugere que indicar objetos não é apenas uma característica que os seres humanos herdaram. Ainda que os chimpanzés sejam mais próximos aos humanos, geneticamente falando, os cachorros também adotaram essa habilidade.

Outros estudos

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Além da questão desse simples gesto, uma pesquisa recente da Universidade de Veterinária de Viena (Áustria) determinou que os cachorros são capazes de diferenciar expressões de tristeza e felicidade no rosto humano.

O estudo foi realizado a partir do treinamento de raças diferentes, como Border Collie, Pastor Alemão e Golden Retriever, que acionavam uma tela sensível ao toque quando viam um rosto alegre ou triste.

Para assegurar, por exemplo, que os cachorros não reagiriam a qualquer exibição dos dentes humanos como um sorriso,  foram usadas imagens do rosto completo, tanto da parte inferior quando da parte superior da face. 

Dessa forma, os cães puderam identificar as emoções diferentes do rosto, não apenas da boca.

Foi pedido a diferentes grupos de cachorros que fossem identificadas certas expressões. A partir daí, alguns deveriam escolher entre imagens de pessoas que conheciam ou de indivíduos totalmente desconhecidos expressões de felicidade ou de raiva, para receber um prêmio.

Quando os cachorros conseguem identificar as emoções, o fazem sem se importar sobre qual parte do rosto estão focando, ainda que o estudo tenha constatado uma informação curiosa: os cachorros se concentravam mais na metade esquerda do rosto.

O grupo de cães que foi convidado a identificar as características de alegria fez isso com maior rapidez que os cachorros que identificaram as expressões de raiva.

Acredita-se que os cachorros tenham identificado com mais rapidez um rosto alegre do que um de raiva, talvez pela associação negativa que os cães fazem com as atitudes de ira.

Um rosto feliz significa carícias, comida e, quem sabe, algum prêmio. Já uma face com raiva traz o significado que o dono não lhe dará a atenção que deseja e, inclusive, pode ser o caso de receber uma bronca.

Todavia, não é possível determinar se os cachorros identificaram essas expressões por suas experiências de vida ou pelo processo de domesticação. Sem conhecer a razão no momento, é evidente que os cães podem diferenciar entre ambas as expressões.

Devido a um laço tão forte que se originou entre humanos e cachorro ao longo de milhares de anos, foi criada uma conexão onde os cachorros, onde eles aprenderam a entender como o seu melhor amigo (humano) se sente.

Desde que o processo de domesticação começou, foram sendo geradas raças para realização de determinadas tarefas, uma das quais pode ser, talvez, entender nossas emoções.

Para o futuro, há planos para estudar outras espécies que convivem com o homem, como suínos ou gatos para verificar se essa condição é exclusiva dos cachorros ou se tem a ver com o condicionamento animal em geral.

Além disso, o estudo também pretende estender a pesquisa a cachorros que não tenham tido contato com humanos, incluindo outras espécies caninas, como os lobos, para saber se essa característica foi aprendida ou já está incluída no código genético dos cachorros.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.