Os cães vão para o céu?

Se o seu cachorro morre e você segue o cristianismo, provavelmente está se perguntando se os cães vão para o céu. Este artigo responde a essa pergunta do ponto de vista de várias religiões.
Os cães vão para o céu?

Última atualização: 29 dezembro, 2021

Perder um cachorro é sinônimo de dizer adeus a um membro da família. Em termos cerebrais, o luto que se segue à morte de um animal é o mesmo experimentado quando uma pessoa nos deixa. Portanto, não é surpreendente que os humanos recorram aos mesmos mecanismos de alívio e rituais de despedida de sua espécie, o que pode fazer você se perguntar se os cães vão para o céu após a morte.

Todos os membros de uma sociedade ocidental conhecem essa ideia do cristianismo, em que os animais vão para um lugar melhor após a morte, graças à sua inocência e à ausência de maldade. Mas e quanto a outras religiões e culturas? Como a passagem para a vida após a morte é concebida em vários lugares do globo? Neste artigo, você encontra uma visão geral das diferentes crenças a esse respeito, então não perca.

Os cães vão para o céu?

A palavra animal vem do latim, língua em que significa “dotado de respiração ou do sopro vital”. Portanto, desde tempos imemoriais considera-se que os animais possuem uma alma ou uma energia vital que os dota de movimento e consciência.

Segundo esse princípio, a religião cristã considera que os animais possuem um sopro vital recebido de Deus, assim como todas as criaturas vivas do planeta. Portanto, os cães vão para o céu, porque seu espírito é separado do corpo quando morrem e eles não poderiam ir para o Inferno, pois são criaturas totalmente inocentes.

Há uma tese histórica que diz que Jesus Cristo não aceitava sacrifícios de animais, pois pertencia à comunidade dos essênios, que eram vegetarianos.

Se você se interessar por esse tópico, abaixo encontrará a visão que outras religiões professam sobre os animais e a morte. Não perca, porque é a demonstração viva de que os cães, assim como outros não humanos, são tão importantes para nós quanto qualquer outro ser vivo.

Um cachorro saltando e olhando para o céu.

A zoolatria

O culto aos animais ou zoolatria está presente em uma infinidade de culturas e credos, antigos e atuais. Abaixo você pode aprender o que diferentes religiões pensam sobre a questão do que acontece aos animais quando eles morrem. Não perca.

Antigo Egito

Os animais são criaturas-chave na mitologia egípcia antiga, a tal ponto que alguns deles foram considerados encarnações de deuses na Terra. Os exemplos mais famosos são os gatos de Bastet, os falcões de Horus e os chacais de Anúbis, entre outros.

Quando um animal morria, os antigos egípcios acreditavam que ele percorria o mesmo caminho que os humanos para o outro mundo. Naqueles momentos em que um animal sagrado morria ou era oferecido em sacrifício ao deus que representava, era embalsamado e mumificado como uma pessoa.

Budismo e Hinduísmo

Esses dois sistemas de crenças também usam imagens de animais como representações de suas divindades. O deus hindu Ganesha, por exemplo, tem cabeça de elefante e é venerado como removedor de obstáculos e símbolo da abundância, da boa sorte e das ciências.

Tanto o budismo quanto o hinduísmo consideram que humanos e animais são parte da mesma família. Portanto, causar danos a eles quebra seu princípio de não-violência da mesma forma que quando um humano é atacado. Os monges budistas não comem carne e têm a obrigação de agir com misericórdia para com qualquer ser vivo.

Nessas crenças, afirma-se que os animais são humanos reencarnados. Essa transmigração responde a ações já realizadas na vida anterior: paradoxalmente, reencarnar no corpo de um animal é um retrocesso no caminho do Nirvana, pois ocorre quando se cometem erros.

A lenda da ponte do arco-íris

Finalmente, nessa seção, você aprenderá uma interpretação neutra sobre o que acontece aos cães e outros animais quando morrem. É uma lenda anônima escrita na forma de um poema que foi contada entre círculos animalistas por muitos anos.

Nele, cada vez que morre um animal doméstico, seu espírito atravessa o arco-íris como se fosse uma ponte para chegar a um lugar etéreo para descansar. Nesse local existem prados e colinas para correr, comida para todos e muita água. Lá, cada animal pode esperar em paz que seu humano se junte a ele quando morrer.

Além disso, sempre que uma pessoa que dedicou sua vida a ajudar seres não humanos morre, ela irá à ponte do arco-íris para guiar os espíritos dos animais que sofreram maus-tratos terríveis em sua vida. Esse espírito humano curará suas feridas físicas (e emocionais) e os acompanhará até o local onde estão todos os outros animais.

Há sinais de que um cachorro vai morrer.

Se os cães vão para o céu, para o círculo de reencarnação ou para o outro lado do arco-íris, é uma crença individual e válida de cada pessoa. Essa necessidade de criar um espaço mental no qual os animais descansam e encontram paz após a morte é um claro reflexo da conexão que nós, humanos, criamos com eles e do valor que suas vidas têm para nós.

Pode interessar a você...
Os cães são conscientes da morte?
Meus Animais
Leia em Meus Animais
Os cães são conscientes da morte?

Os cães, à sua maneira, também são capazes de mostrar sua dor diante de situações difíceis, mas será que eles são conscientes da morte?


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Díaz, D. (2019, 13 mayo). Entrevista a Monseñor Mario Canciani (Bruno Passarelli, 1990?). Respuestas Veganas. Recuperado 24 de noviembre de 2021, de https://respuestasveganas.org/entrevista-monsenor-mario-canciani/
  • de la Fuente, M. A. A. (2006). INTRODUCCIÓN AL ARTE EGIPCIO.
  • de Zoysa, A. (2003). Igualdad y diversidad: lecciones del budismo. Lidiando con controversias, 33.

Os conteúdos de Meus Animais servem para fins informativos. Não substituem o diagnóstico, o aconselhamento ou o tratamento de um profissional. Em caso de dúvida, é recomendável consultar um especialista de confiança.