Cão de rua tem sede e fome: Quem vai alimentá-lo?
Cão de rua tem sede e fome: Quem vai alimentá-lo? Essa frase, que é a que dá o título desse artigo, foi a pergunta que fizeram os idealizadores de uma magnífica iniciativa na cidade de Quito, no Equador, há um ano: Da resposta surgiram os ComeDogs locais, focados em alimentar os cães de rua. E hoje, um ano depois, estas pessoas voltam a fazer essa mesma pergunta, pois o governo local determinou o fim dos ComeDogs.
Os ComeDogs de Quitumbe, Quito
Fonte: Facebook de Projeto ComeDog
No terminal de ônibus de Quitumbe foram instalados os primeiros ComeDogs, que não são nada mais do que uma pequena guarita onde se armazena água e comida para algum cão de rua. O propósito deles era alimentar os cães desfavorecidos e demonstrar que o Equador tem consciência da necessidade destes animais e um grande amor por eles.
Os ComeDogs começaram a funcionar faz um ano e, pouco a pouco, chegaram mais e mais cães alcançando a cifra de 40.
Tanto os cães como os viajantes estavam muito acostumados à presença uns dos outros e não houve queixa alguma por parte dos transeuntes.
Essa foi uma ideia da Fundação “Amigos de Isabela”, um abrigo de animais no Equador que luta diariamente para ajudar os cães menos favorecidos, os cães de rua. Conscientes de que não poderão acabar com o problema, eles colocam todo o empenho deles para tentar ajudar como podem.
Esses comedouros públicos para cães incluem dispensadores de comida e as pessoas que desejam podem doar dinheiro para o alimento dos cães ou, ainda, levar alimento e água para eles.
Os ComeDogs, o lar do cão de rua
Antes que fossem instalados esses comedouros, os cães estavam acostumados a estar na grama próxima ao terminal de ônibus para esperar que Yolanda Alvarado viesse lhes servir alimento.
Deitavam sob o sol, tranquilos e sem incomodar ninguém, imunes aos passos e ruídos que os viajantes fazem. Apenas se moviam quando chegava o melhor do dia: a sopa de Yolanda… seu aroma é único e consegue atrair a atenção dos cães e fazer com que eles se movam.
Quem é Yolanda Alvarado?
É uma senhora que, segundo ela mesma conta, foi criada para sentir um grande amor pelos animais e isso está comprovado, já que as doações não chegam para alimentar a estes quarenta cães, ela está tirando de seu bolso 300 dólares mensais.
Isso sem somar os custos de táxis e transporte para levar tudo ao terminal, remédios, se por acaso alguém os machuca e também todo o tempo que investe. Uma boa pessoa, sem dúvidas.
O fim do ComeDog para o cão de rua
A Empresa Pública Metropolitana de Mobilidade e Obras Públicas decidiu retirar estes ComeDogs mesmo com todas as queixas dos defensores dos animais.
Segundo a EPMMOP, esta decisão não foi tomada às pressas, mas sim foi apoiada em dados técnicos que demonstram a insalubridade de tantos animais perambulando pela área.
Também, eles se baseiam nos seguintes raciocínios:
- Os dispensadores só deveriam funcionar se fossem monitorados. Por que? Não explicou o autor da ideia, Fernando Arroio, coordenador do Centro de Gestão zoo-sanitário Distrital da Quito Urbanimal.
- Se os donos souberem que há um lugar onde seus animais serão alimentados, a consciência deles não doerá tanto na hora de abandoná-los e, portanto, o abandono de animais aumentará.
- Outro problema que eles veem é que, ao alimentá-los, fomenta-se a reprodução deles que normalmente não estão esterilizados e poderia chegar a causar doenças. Seria melhor deixá-los morrer? Perguntam-se os defensores de animais. Não houve resposta.
Em Quito há também outros dois ComeDogs que possivelmente também serão retirados. Esta decisão por parte da EPMMOP causou uma grande revolta em todos os amantes dos animais.
Uma bonita iniciativa com um final infeliz. Será que é por que não dá dinheiro ao governo? Uma pena que os cães de rua de Quito tenham que voltar para a triste rotina deles.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.