Como controlar o estresse em cães?

É impossível evitar que os cães sofram de estresse em suas vidas diárias. No entanto, existem algumas estratégias que podem ajudar a mitigar seu efeito na saúde canina.
Como controlar o estresse em cães?
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez.

Última atualização: 13 agosto, 2023

Assim como os humanos, os cães vivenciam vários episódios estressantes ao longo de suas vidas, que devem ser administrados adequadamente para evitar conflitos. Se não forem cuidados corretamente, os animais podem desenvolver problemas de comportamento ou instabilidade emocional.

O estresse em cães é um problema sério e delicado que deve ser priorizado. Embora seja comum e muitas vezes não represente nenhum risco imediato para a família, o melhor é aprender a controlar o estresse e ajudar seu animal de estimação a lidar com isso. Continue lendo e descubra como lidar com isso da maneira mais adequada.

O que é o estresse em cães?

Ao contrário da crença popular, o estresse é, na verdade, um mecanismo biológico de defesa que permite ao corpo se preparar para enfrentar uma situação perigosa. Durante esse fenômeno, o corpo produz vários tipos de hormônios (como cortisol ou adrenalina) que ativam o sistema de luta ou fuga, cujo objetivo é garantir a sobrevivência do cachorro.

Quando o estresse aparece em momentos apropriados, como em resposta a uma agressão ou na defesa de um ente querido, ele é chamado de “estresse bom”. Isso porque ele cumpre sua função normal no organismo e protege a integridade do espécime. Pelo contrário, se estiver presente de forma intensa, por um período prolongado ou por estímulos inofensivos para o cão, é considerado “estresse ruim” ou angústia.



Por que o estresse pode se tornar algo ruim?

Como mencionado, o estresse força a ativação de vários sistemas e processos metabólicos que colocam todo o corpo em estado de alerta. Embora seja necessário para superar situações difíceis ou complicadas, também causa um desgaste constante do corpo.

Quando os eventos de estresse são esporádicos, os danos ao corpo não são significativos nem perigosos. No entanto, se o animal sofre de angústia, a ativação desnecessária do metabolismo causa graves consequências, tanto físicas quanto psicológicas.

O mau estresse mantém o organismo sempre tenso e alerta, o que exige muita energia e uma mudança no comportamento geral dos animais. Embora a princípio esse estado permaneça estável, com o passar do tempo ele perde sua eficiência, desgasta o metabolismo e altera a percepção.

O que acontece se um cão sofre de angústia?

Segundo um artigo publicado na revista da Associação Mexicana de Médicos Veterinários Especializados em Pequenas Espécies, o estresse ruim ou crônico modifica claramente o comportamento habitual dos cães e sua reação a diferentes estímulos. Entre os principais sinais de que um cachorro parece aflito estão os seguintes:

  • Foge de eventos inofensivos: tenta escapar ou se esconder de situações que o assustam ou o incomodam.
  • Agressividade excessiva: rosna, late, sibila ou ataca o motivo que causa estresse (pessoas, cães ou objetos).
  • Paralisia: o pet entra em estado de surpresa que o imobiliza ou impede que ele se mova rapidamente.
  • Nervosismo ou ansiedade: cães se mostram agitados, lambem o focinho, bocejam repetidamente, arranham o chão ou se sacodem sem motivo aparente.

É importante ressaltar que a gravidade dos sinais de estresse em cães aumenta com o tempo. Nos casos mais complicados, os animais são incapazes de interagir com outras pessoas ou cães de forma saudável, pois seus comportamentos nervosos ou agressivos são perigosos para a convivência.

Como os eventos de estresse em cães podem ser gerenciados?

Existem muitos fatores ambientais que podem causar estresse em cães. Portanto, é melhor aprender a administrar a situação de estresse para evitar cenários de risco e evitar expor a saúde da família e dos cães. Algumas recomendações para conseguir isso estão listadas abaixo:

  • Fique calmo: os cães são bastante perspicazes e ficam estressados quando percebem que seu tutor está nervoso ou preocupado. Portanto, na medida do possível, tente controlar suas emoções para evitar que elas afetem seu parceiro.
  • Dê-lhe comandos simples e recompense-o: a tensão gerada por momentos estressantes faz com que as emoções do cão transbordem e ele aja por impulso. Para tranquilizá-lo, sua atenção pode ser redirecionada para comandos simples como sentar ou deitar, que o distraem o suficiente para ajudá-lo a se concentrar novamente.
  • Não o force a interagir: isso o deixa estressado e aumenta a tensão do momento. Existem métodos de dessensibilização para que o animal aceite vivenciar determinadas situações, mas devem ser realizados com a orientação de um profissional.
  • Preste atenção aos sinais de alerta do seu cão: todos os cães usam sua linguagem corporal para indicar se algo os desagrada, incomoda ou os fazem se sentir desconfortável. Sempre que notar algum deles, afaste-o da fonte de estresse e tente distraí-lo.
Um cachorro em estado de estresse olhando para a câmera.

Como ajudar o cachorro a lidar sozinho com o estresse?

Apesar das recomendações acima, nem sempre é possível evitar situações estressantes ou controlar seu animal de estimação para reduzir o estresse. Por isso, também é necessário priorizar estratégias que ajudem o cão a administrar o estresse por conta própria. Ou seja, para que fiquem mais resistentes e não reajam de forma inadequada nessas situações. Algumas dicas que vão ajudar são:

  1. Ofereça ao seu animal de estimação diferentes estímulos ambientais: o estresse pode aparecer devido ao medo do cão de enfrentar novas situações ou estímulos. Esses efeitos diminuem se você o acostumar a lidar com esses tipos de interações com antecedência.
  2. Faça com que ele se exercite regularmente: o exercício acalma a mente do cão e estabiliza suas emoções.
  3. Socialize seu animal de estimação desde pequeno: significa fazê-lo conviver com pessoas e animais diferentes. Isso o acostumará às mudanças e à presença de estranhos.
  4. Ofereça uma boa nutrição: não é preciso dizer que uma dieta pobre causa estresse metabólico que deixa o animal suscetível a doenças e faz com que ele se sinta instável.
  5. Ofereça um espaço seguro e especial para o seu animal de estimação: esse local deve ser um refúgio onde ele se sinta tranquilo e protegido de qualquer problema. Assim, ele saberá para onde correr caso fique muito estressado ou precise de uma pausa, o que evita problemas como agressividade.
  6. Treine-o bem: o adestramento canino é fundamental para controlar o comportamento do pet e corrigi-lo quando necessário. Além disso, certos comandos ajudam a acalmar alguns cães estressados.
  7. Entenda a origem do estresse: cada estressor é tratado de maneira diferente, dependendo de sua origem e do efeito que causa no cão. No entanto, é obrigatório contar com a ajuda de um profissional em etologia canina e de um médico veterinário para formular um tratamento eficaz.


Recomendações finais

Como você pode ver, para gerenciar o estresse em cães, você precisa ter em mente uma série de estratégias adequadas e adaptadas a cada indivíduo. É fundamental enfatizar que essas recomendações não são um tratamento para corrigir o sofrimento canino, e sim uma forma de lidar com isso e reduzir seus efeitos prejudiciais.

Se o comportamento do seu animal de estimação for muito reativo ou agressivo, é preferível considerar consultar um profissional para resolver a situação o mais rápido possível. Lembre-se de que esses tipos de problemas também prejudicam a saúde do cão a longo prazo, por isso não o exponha e ofereça a atenção que ele precisa. Se que você agir a tempo, tenha certeza de que a convivência melhorará com o tempo e o relacionamento com seu animal de estimação será fortalecido.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.