6 consequências do tártaro em cães

O aparecimento do tártaro em cães é algo comum, pois a boca desses animais entram em contato com muitas superfícies mal higienizadas. Mesmo assim, se não for removido, pode levar a doenças graves.
6 consequências do tártaro em cães
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A saúde bucal dos cães domésticos é algo que geralmente recebe pouca atenção de alguns tutores. Muitos acreditam que, por causa de sua condição “selvagem”, esses animais não requerem cuidados e limpeza dentária exaustivos. Nada mais longe da realidade, uma vez que as consequências do tártaro em cães podem ser graves.

Por mais exagero que possa parecer, diversos portais veterinários recomendam escovar os dentes dos cães diariamente. Foi comprovado cientificamente que isso reduz bastante as chances do surgimento de doenças bacterianas e inflamações das gengivas (gengivite), entre muitas outras patologias.

O que é o tártaro?

Conforme indicado por portais especializados em saúde bucal, o tártaro é definido como a placa dentária que endureceu devido à precipitação de minerais na saliva e no fluido gengival. O tártaro bucal é composto por matéria orgânica e inorgânica, mas esta última é predominante – até 60% do total.

Esse material fornece uma superfície maior para que a placa dentária formada por bactérias possa crescer, o que pode levar a uma série de doenças leves e graves tanto em cães quanto em humanos. Assim, o tártaro não é apenas uma questão estética, já que pode comprometer a saúde de quem o apresenta.

consequências do tártaro em cães

Quais são as consequências do tártaro em cães?

A formação de tártaro não só compromete a higiene bucal do cachorro, como também pode causar certas doenças sistêmicas nos casos mais graves. A seguir, vamos mostrar as 6 consequências do tártaro em cães.

1. Halitose

O mau hálito em cães é muito comum, principalmente em cães idosos. Achar o odor da boca de um cachorro estranho é totalmente normal, pois esses animais estão em contato íntimo com fezes, matéria em decomposição e outros elementos orgânicos que, para o ser humano, são no mínimo desagradáveis.

Mesmo assim, quando o hálito lembra comida estragada ou o mau cheiro de uma lata de lixo, certamente algo está errado com a saúde bucal do cachorro, principalmente se ele for jovem. Muitas vezes, esses odores fortes vêm de colônias de bactérias que se instalaram na boca do animal e estão apodrecendo os ossos e tecidos de sua mucosa oral.

2. Gengivite

A gengivite é definida como uma inflamação da mucosa oral, lingual ou orofaríngea do cachorro. Ela faz com que o animal desenvolva úlceras na boca, salivação excessiva e até mesmo dificuldade para comer.

Quando um cachorro tem tártaro, acumulam-se bactérias nas gengivas que podem ser patogênicas. Elas liberam toxinas, causando danos aos tecidos circundantes. O sistema imunológico do animal reage a essas lesões e envia glóbulos brancos para o local da infecção, processo pelo qual é gerada a inflamação característica nas gengivas.

3. Periodontite

Se a gengivite não for tratada a tempo, surge a periodontite. Nesse caso, a inflamação das gengivas é muito mais grave, pois é acompanhada por uma degeneração dos ossos e das estruturas de suporte ao redor dos dentes do animal. Esse processo pode ser controlado, mas não totalmente reparado, uma vez que o dano ósseo já aconteceu.

É a causa mais comum de doença dentária em cães, já que os portais veterinários estimam que 80% dos cães domésticos apresentem essa patologia ou outras semelhantes a partir dos 2 anos de vida. A halitose ou o mau hálito é o primeiro sinal clínico detectável da periodontite, mas pode levar a condições muito piores se não tratada.

4. Perda de dentes

Esse processo está completamente ligado à periodontite, uma vez que as bactérias bucais patogênicas causam a degeneração dos dentes e seus suportes. As fraturas dentais podem se complicar ou não, dependendo da exposição dos nervos e capilares sanguíneos após a lesão.

Os sintomas mais comuns após a perda ou a quebra de um dos dentes do cachorro são dor, desconforto e sangramento próximo à estrutura comprometida. Se essa lesão não for tratada, pode levar a uma infecção sistêmica.

5. Endocardite

A endocardite é uma infecção no endocárdio, o tecido que reveste as partes internas das válvulas e câmaras do coração. Por mais estranho que possa parecer, as bactérias que se proliferam de forma descontrolada na boca do cachorro podem chegar à corrente sanguínea (bacteremia) e, a partir de então, migrar e se estabelecer no tecido cardíaco.

Isso resulta em sintomas como letargia, anorexia, perda de peso e fraqueza no animal. Também é possível observar falta de ar, aumento da pressão arterial e febre intermitente. Se não for tratado com antibióticos, um cachorro com endocardite pode vir a falecer.

6. Insuficiência renal e hepática

As bactérias que entram na corrente sanguínea após a periodontite também podem migrar para o fígado e os rins. Isso tem como resultado a insuficiência renal e hepática que podem levar a sintomas extensos, dependendo do local da infecção e de sua gravidade.

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Assim, como você pode ver, as consequências do tártaro em cães vão muito além do mau hálito. As colônias de bactérias que se instalam por causa da má higiene bucal podem causar queda de dentes, gengivite e até mesmo doenças sistêmicas graves.

Portanto, o ideal é escovar os dentes do cachorro todos os dias, sem desculpas. Se isso não puder ser feito por qualquer motivo, existem produtos que promovem a higiene oral do cachorro sem a necessidade da escovação propriamente dita.


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