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Exoftalmia em peixes: tudo que você precisa saber

4 minutos
A exoftalmia é uma patologia que põe em perigo a integridade ocular dos peixes do aquário. Descubra por que isso acontece.
Exoftalmia em peixes: tudo que você precisa saber
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

As doenças oculares são normais em tanques de peixes. Água suja, falta de oxigenação, ciclagens precárias ou a presença de objetos pontiagudos no aquário podem causar danos ao aparelho visual dos animais que nele habitam. A exoftalmia em peixes, também conhecida como popeye disease em inglês, é uma das mais comuns.

De qualquer forma, é importante observar que alguns peixes apresentam essa característica como um traço não patológico. Se você quiser saber tudo sobre essa condição dos integrantes dos aquários, continue lendo.

O que é a exoftalmia em peixes?

A visão é um sentido muito importante em muitas espécies de peixes. Os olhos desses vertebrados são semelhantes aos dos animais terrestres, mas diferem dos demais por apresentarem lentes esféricas, e não convexas, como é o caso do ser humano. Também têm bastonetes e cones, células especializadas em fotorrecepção, e costumam enxergar as cores.

O termo exoftalmia se refere à notável propulsão do globo ocular da cavidade orbitária que o encerra. Essa condição pode ocorrer em qualquer vertebrado que tenha olhos de tamanho considerável na cavidade do crânio, como cães, gatos e humanos. Em nossa espécie, isso geralmente ocorre a partir da doença de Graves-Basedow, assim como de lesões traumáticas, tumores e abscessos.

Por outro lado, os peixes também podem apresentar exoftalmia, mas essa condição pode ser patológica ou de seleção humana. A seguir, vamos explorar o motivo dessa propulsão ocular incomum.

 

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Sintomas

Como o próprio nome em inglês indica (popeye, pop que sobressai e eye, olho), o principal sintoma da exoftalmia em peixes é que o animal tem um olho saliente, inchado e de aparência estranha. Isso se deve ao excesso de fluido nas órbitas oculares, que exerce pressão e força o olho a se projetar mais do que o normal. Nesse estado, é comum o surgimento de infecções bacterianas simultâneas.

Além disso, é muito provável que o peixe também apresente uma cor esbranquiçada no ambiente ocular. Esse sinal é uma manifestação do dano causado à córnea, pelo excesso de pressão no olho, estresse mecânico e possíveis patógenos instalados nos tecidos. Se a causa for um ferimento direto, a área também pode ficar com uma tonalidade sanguinolenta.

Causas da exoftalmia em peixes

É muito importante diferenciar a exoftalmia em suas 2 variantes: unilateral e bilateral. A seguir, vamos explorar as particularidades de cada uma delas.

Exoftalmia unilateral

Se apenas um dos 2 olhos estiver danificado, é mais provável que o peixe tenha sido ferido por algum material do aquário. O inchaço local e a ferida causarão exoftalmia, que certamente aparecerá também com sangramentos esporádicos.

Nesses casos, a melhor coisa que você pode fazer é remover quaisquer ornamentos não naturais do aquário, sejam temporária ou permanentemente. Você também deve explorar se os peixes em seu aquário são compatíveis, já que espécimes de outra espécie podem estar atacando o peixe doente.

Exoftalmia bilateral

A exoftalmia bilateral geralmente ocorre devido a parâmetros deficientes no aquário. Em uma situação normal, os peixes se mantêm em perfeito equilíbrio com o meio ambiente, pois perdem e absorvem líquidos para manter o equilíbrio do meio interno. Esse conjunto de processos é conhecido como homeostase.

Infelizmente, se os rins, o fígado ou as guelras do animal não estiverem funcionando corretamente, os fluidos podem se acumular em seu corpo. Isso resulta em excesso de fluido nas órbitas oculares e, portanto, exoftalmia em ambos os olhos ao mesmo tempo.

Tratamento

Conforme indicado por sites especializados no cuidado de peixes, o tratamento da exoftalmia não é fácil, por se tratar de uma patologia multifatorial. O primeiro passo será sempre medir os parâmetros do aquário (pH, temperatura, amônia). Se não estiverem dentro dos limites normais, todo o aquário deverá ser limpo e uma troca parcial da água deverá ser realizada.

Se o dano à córnea não foi grave, isso deve ser o suficiente para que o inchaço comece a diminuir. Durante o processo de recuperação, alguns tutores também optam por adicionar sais de Epsom em pequenas doses à água do aquário. Isso pode ajudar a reduzir a inflamação e prevenir o crescimento de patógenos, como indicam alguns estudos.

Outros tutores também usam antibióticos de aquário de amplo espectro. Isso pode evitar que a área fique inflamada.

 

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Como prevenir a doença?

Prevenir a exoftalmia é simples: basta medir os parâmetros do aquário todas as semanas e fazer uma troca de 20% da água a cada 7 dias. Se os fundos forem mantidos limpos e a ciclagem for adequada, um peixe saudável não tem por que desenvolver essa patologia. Além disso, lembre-se de que é muito melhor evitar objetos pontiagudos na decoração do tanque.

Por outro lado, é necessário enfatizar que alguns peixes, como o peixinho-dourado do tipo telescópio, apresentam exoftalmia congênita, que foi selecionada geneticamente para fins estéticos. Nesses casos, a protrusão dos olhos é considerada normal e permanente.


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