8 fatos sobre antibióticos para gatos
Escrito e verificado por a bioquímica Luz Eduviges Thomas-Romero
O tratamento com antibióticos para gatos é indicado em casos de infecção. As infecções bacterianas em gatos podem ser estabelecidas por feridas abertas, pelo contágio por algo que eles ingeriram ou simplesmente pela presença em seu ambiente.
As bactérias são organismos unicelulares — de apenas uma célula — e, portanto, microscópicos. As bactérias habitam todos os ambientes do planeta Terra, incluindo o interior e o exterior do seu próprio corpo e o do seu gato. Elas representam uma quantidade muito importante de carbono presente nos ecossistemas. Sem eles a vida seria impossível.
A grande maioria das bactérias é inofensiva para a saúde. No entanto, existe um grupo de bactérias que são agentes causadores de várias doenças infecciosas. As doenças infecciosas incluem gastroenterite, pneumonia, infecções de pele e problemas do trato urinário, entre outras.
Como funcionam os antibióticos?
Dependendo de sua natureza química, um antibiótico pode ter diferentes mecanismos de ação. São os seguintes:
- Se inibir a reprodução da população bacteriana, é considerado “bacteriostático”. Esse é o caso se, por exemplo, você impedir que as bactérias construam suas paredes celulares.
- Se a droga bloqueia uma função importante para a sobrevivência da bactéria, é chamada de “bactericida”. Esse é o caso se, por exemplo, você bloquear uma via celular para aproveitar suas fontes de energia.
Nem todos os tipos de antibióticos são iguais. Alguns são considerados de amplo espectro e atuam contra um número considerável de gêneros e espécies bacterianas, enquanto outros são de espectro reduzido e seu alcance de ação é muito limitado. Penicilinas, quinolonas, macrolídeos e aminoglicosídeos são alguns dos mais conhecidos.
O que é a resistência a antibióticos?
Você deve ter notado que os antibióticos para gatos não estão disponíveis para que os responsáveis pelos animais comprem sem receita. Isso porque, nas últimas décadas, a comunidade médica temeu a resistência aos antibióticos.
Em suma, nem todas as bactérias morrem com a ingestão de antibióticos, muito menos se forem aplicados de maneira inadequada ou por um tempo menor do que o estipulado. Portanto, qualquer bactéria remanescente que consiga escapar dos antibióticos tem o potencial de se modificar (geneticamente) para se proteger do medicamento, ou seja, torna-se “resistente”.
À medida que essas bactérias resistentes mudam e se reproduzem, elas transmitem esses genes para a próxima geração de bactérias. Então, como resultado final, emergem populações bacterianas resistentes que não são mais afetadas pelos antibióticos.
A resistência aos antibióticos é bastante aumentada quando o tratamento é aplicado a um paciente que não precisa deles. Portanto, você nunca deve automedicar seu gato.
Como evitar a resistência aos antibióticos em gatos?
A resistência aos antibióticos é algo que deve ser evitado a todo custo no mundo veterinário. Isso porque, caso se desenvolva, algumas bactérias podem deixar o animal mais doente do que o esperado, não respondendo aos tratamentos indicados.
Conforme indicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), aqui estão algumas coisas que você pode fazer para evitar esse cenário:
- Pergunte ao veterinário sobre métodos de prevenção: higiene, alimentação e rotina do gato são o primeiro passo para mantê-lo saudável. Seguindo os parâmetros adequados, você evitará que ele seja infectado em primeiro lugar.
- Use antibióticos somente quando prescritos por um veterinário: nunca medique seu gato se ele estiver tossindo ou para baixo. Leve-o a um profissional para saber quais são os medicamentos necessários.
- Mantenha os antibióticos fora do alcance de animais e crianças: dessa forma, você evitará dar mais doses do que o indicado.
- Descarte os antibióticos em pontos autorizados: nunca os jogue no lixo normal ou no ralo, pois podem contaminar o ambiente natural e gerar resistência em bactérias nos ecossistemas.
- Certifique-se de seguir o tratamento exato com seu animal de estimação: se você parar de medicar seu gato prematuramente por vê-lo “bem”, irá favorecer o reaparecimento de infecções causadas por organismos resistentes.
Manter todas essas ideias em mente é essencial ao tratar um gato doente por causa de uma infecção bacteriana. Lembre-se de que ter um animal é um compromisso, e falhar com sua saúde implica em colocar em perigo o restante dos seres vivos que o cercam.
Quais são os antibióticos comumente receitados para gatos?
Alguns antibióticos bactericidas comumente usados em gatos incluem beta-lactâmicos — derivados da penicilina — e metronidazol. Esses tipos de antibióticos são frequentemente usados para tratar as seguintes infecções em gatos:
- Derivados da penicilina: desse grupo, a amoxicilina é o antibiótico mais utilizado na medicina humana e veterinária. É administrado em gatos que sofrem de infecções de ouvido, infecções urinárias e infecções respiratórias superiores. Também em feridas, abscessos e picadas.
- Metronidazol: pode ser comumente usado para tratar infecções por protozoários como Giardia e Trichomonas e também uma doença inflamatória intestinal em cães e gatos.
- Gentamicina: infecções respiratórias, pneumonia, infecções de ouvido e muito mais.
- Azitromicina: tem sido usada para tratar a doença de Lyme em gatos, infecções estreptocócicas, clamídia e infecções por estafilococos.
- Oxitetraciclina: infecções causadas por protozoários, infecções nos seios da face e também anemia infecciosa felina.
- Doxiciclina: é um antibiótico de amplo espectro usado para tratar doenças, como doenças periodontais em cães e gatos, e as causadas por Toxoplasma gondii e Chlamydia felis.
Posologia adequada
O veterinário precisará pesar e examinar o animal para prescrever a posologia adequada. Os fatores que determinam a dosagem incluem o peso do animal, os sintomas, a condição médica geral e quaisquer outros medicamentos que ele esteja tomando.
É importante fornecer as doses nos horários indicados. Mesmo que o gato pareça saudável, você deve continuar com o tratamento completo. Isso reduzirá as chances de recorrência da infecção e ajudará seu gato a manter uma saúde perfeita.
Se você acidentalmente perder uma dose de antibióticos, administre a dose esquecida assim que se lembrar. A menos que você se lembre quase na hora da próxima dose programada. Nesse caso, não dê ao seu gato duas doses ao mesmo tempo.
Se você tiver dúvidas sobre como administrar o medicamento, consulte o veterinário o mais rápido possível antes de aplicar qualquer medida. É importante se informar bem primeiro.
Possíveis efeitos colaterais do uso de antibióticos em gatos
Todos os medicamentos podem causar efeitos colaterais desagradáveis.
- Os efeitos colaterais comuns da amoxicilina e da ampicilina incluem: estômago embrulhado, vômitos, diarreia, salivação excessiva.
- Os efeitos colaterais da tetraciclina em gatos são principalmente náuseas e diarreia. Também outros, como dificuldade em engolir, descoloração dos dentes, sensibilidade ao sol, atraso no crescimento e na cicatrização dos ossos, danos ao fígado ou rins.
Tratamentos antibióticos para gatos
Existem vários tratamentos com antibióticos que você deve evitar, incluindo:
- Antibióticos tópicos: pomadas de antibióticos tópicos, como neosporina ou bacitracina — comumente usados em humanos — foram relatados como altamente perigosos. Um gato que lambe uma pomada de uma ferida pode ingerir o suficiente para causar doenças graves ou até a morte.
- Fluoroquinolonas: podem causar convulsões em gatos, de acordo com o ASPCA Animal Poison Control Center. Esses medicamentos antibacterianos sintéticos de amplo espectro são comercializados com nomes de marcas como Baytril, Cipro e Levaquin.
O Merck Veterinary Manual observa que, em gatos, os efeitos adversos desse tipo de medicamentos, especialmente a enrofloxacina — comercializada como Baytril — incluem degeneração retinal aguda, que pode levar à cegueira.
Lembre-se de que para prescrever os antibióticos mais adequados para gatos, seu veterinário precisará realizar um exame físico completo. Além disso, alguns veterinários podem considerar a realização de um teste de cultura e sensibilidade para ver que tipo de bactéria pode estar presente em uma determinada infecção.
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