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O que é a laminite em cavalos?

4 minutos
Um pequeno desequilíbrio em uma parte do corpo do cavalo pode desencadear um problema sério em outra parte. Aqui vamos falar sobre a laminite e a sua possível relação com o sistema gastrointestinal.
O que é a laminite em cavalos?
Érica Terrón González

Escrito e verificado por a veterinária Érica Terrón González

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A laminite em cavalos é a inflamação das partes moles do casco, com aspecto laminar. Essas “placas” unem a parte córnea do casco com a terceira falange, que é o último osso da pata do cavalo.

Infelizmente, é um problema frequente em todos os equídeos, embora também tenha sido descrito em ovelhas, cabras e porcos. Contudo, no caso esses quadrúpedes esbeltos, é a mais grave e a mais comum na clínica veterinária.

Laminite em cavalos: uma pequena abordagem da anatomia do casco

Em um animal saudável, a terceira falange está unida ao interior da parte córnea do casco por um dispositivo suspensório. A superfície interna do casco se dobra em forma de folhas para aumentar o espaço de aderência desse dispositivo suspensório. Em um cavalo com laminite, essas placas falham e a falange não fica devidamente presa ao casco.

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O peso do cavalo e seus próprios movimentos continuarão a empurrar o osso do pé em direção ao solo normalmente. Contudo, sem a proteção do casco, os vasos sanguíneos se rompem e os tecidos moles se inflamam. Portanto, a dor aguda e a claudicação não demoram muito para aparecer.

Início e evolução da doença

A laminite começa quando a causa desencadeia a separação laminar, que pode durar entre 30 e 40 horas. Durante esse período, antes que os sintomas apareçam nas extremidades, o cavalo geralmente experimenta problemas:

  • Gastrointestinais.
  • Respiratórios.
  • Reprodutivos.
  • Renais.
  • Endócrinos.
  • Imunológicos.

Essas alterações multissistêmicas, anatomicamente distantes do casco, devem-se ao desconforto gerado pela desorganização da anatomia laminar. É o que se chama de fase de desenvolvimento e nem sempre acontece. Há animais que vão direto para a fase aguda, sem que nenhum problema aparente de saúde tenha se manifestado anteriormente.

Fase aguda

Como já dissemos, a fase de desenvolvimento acaba se fundindo com a fase aguda quando aparecem os primeiros sinais de dor nas patas. Dura desde esse momento até que exista uma evidência clínica de deslocamento da falange dentro do casco.

A laminite tende a afetar mais os membros anteriores, presumivelmente porque suportam a maior parte do peso do cavalo, em torno de 65%.

Um cavalo com laminite aguda tende a transferir o peso de uma pata para a outra. Esse comportamento, sem dúvida, é realizado a fim de aliviar a dor. Mesmo assim, em algum momento, o animal é forçado a se apoiar sobre a pata afetada e o desconforto volta.

Fase crônica

Se o cavalo não morrer durante a fase aguda, ele sofrerá deslocamento da falange dentro do casco. Essa é a marca registrada da laminite crônica e pode ser observada em uma radiografia. Os sintomas nessa fase da doença podem durar indefinidamente, incluindo:

  • Claudicação leve, mas persistente.
  • Dor intensa: o cavalo vai querer ficar mais tempo deitado.
  • Degeneração total das fixações laminares.
  • Deformação da parede do casco.
  • Penetração da planta do casco pelo osso deslocado.

Este último sintoma pode levar à osteomielite infecciosa da terceira falange e até mesmo ao desprendimento do casco.

Qual é a gravidade da laminite em cavalos?

A laminite é, sem dúvida, a doença mais grave que pode ocorrer na pata de um cavalo. Na verdade, é considerada a segunda causa de mortalidade em cavalos, depois das cólicas. Se a morte não acontecer devido a causas naturais, costuma-se recorrer à eutanásia, devido ao sofrimento permanente do animal.

Além disso, apesar dos melhores esforços, a resposta a uma terapia varia muito entre os indivíduos, o que torna difícil até mesmo realizar um prognóstico preciso.

Nota final: a laminite em cavalos e a sua relação com o trato gastrointestinal

A maioria dos autores afirma que a laminite é uma sequela de um evento remoto, não relacionado à pata. Isso, à primeira vista, pode parecer estranho. No entanto, muitas vezes, essa doença demonstrou envolver diretamente o trato gastrointestinal. As causas foram descritas como:

  • Consumo excessivo de grãos e carboidratos.
  • Inflamação do intestino delgado.
  • Cólica.
  • Diarreia aguda.

Porém, há uma causa que desperta, em particular, a curiosidade de muitos veterinários. É a alteração do metabolismo da insulina. Dizem que os cavalos com histórico de resistência à insulina tendem a sofrer de laminite.

Para testar essa hipótese, estudos experimentais têm sido realizados com cavalos, monitorando alguns exemplares com hiperinsulinemia prolongada. Todos acabaram desenvolvendo laminite em menos de 72 horas.

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Portanto, é recomendado que os equídeos sejam submetidos a exames de sangue regulares. Assim, caso seja detectada a hiperinsulinemia, técnicas podem ser utilizadas para reduzir sua concentração no sangue e, sobretudo, restaurar a sensibilidade à insulina. Por exemplo, através de dietas de baixo índice glicêmico para a perda de peso e exercícios moderados.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Pollitt C. Laminitis equina. Barton, ACT: Corporación de Investigación y Desarrollo de Industrias Rurales; 2008
  • Infosura [Internet]. Es.wikipedia.org. 2020 [consultado el 25 de junio de 2020]. Disponible en: https://es.wikipedia.org/wiki/Infosura

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.