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Lidar com a perda de um animal de estimação: o que diz a ciência?

4 minutos
A perda de um animal de estimação é um processo caracterizado por um luto intenso que pode durar várias semanas. Aqui, mostramos algumas respostas gerais da população à morte de um animal.
Lidar com a perda de um animal de estimação: o que diz a ciência?
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Como todos os tutores de qualquer tipo de animal sabem, a perda de um animal de estimação é um processo de luto muito delicado, em muitos casos comparável à morte de um parente ou conhecido. Afinal, caninos, felinos ou outros companheiros nos viram crescer, nos desenvolver e estiveram conosco nos melhores e mais tristes momentos.

Ainda assim, existem ramos da ciência que tentam entender nossa resposta à perda de um animal de estimação além do âmbito puramente especulativo. Apresentamos aqui um estudo que tenta descrever como entendemos esse processo como humanos.

A resposta emocional

Metade das famílias nos Estados Unidos tem um animal de estimação e, na maioria dos casos, adultos e crianças o consideram um membro da família. Os animais geram respostas incrivelmente benéficas em humanos, pois estudos mostram que eles reduzem a pressão cardiovascular, diminuem os níveis de estresse e promovem hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos de rotina.

Nesse ponto, é necessário enfatizar que cada ser humano percebe a perda de um ente querido de forma diferente, e cada uma delas é igualmente válida. Em geral, várias revisões bibliográficas relatam os seguintes sintomas entre os responsáveis que perderam recentemente seu animal de estimação:

  • Modificação dos padrões sociais normais.
  • Dificuldade para dormir.
  • Dificuldade para comer.
  • Pensamentos recorrentes sobre o animal de estimação perdido.
  • Pedir licenças no trabalho.

Vamos mais longe, pois segundo a análise estatística, 93% das pessoas que necessitaram de intervenção social após a morte de um animal de estimação apresentaram alterações no ritmo alimentar e do sono. De todas elas, 70% também apresentaram episódios de isolamento social e necessidade de ficar sozinho.

É claro que essas respostas não se aplicam a todos os tutores, uma vez que o nível de luto depende de fatores como o nível de apego, a força do mesmo e o motivo pelo qual foi estabelecido.

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Uma abordagem estatística

Um estudo publicado na revista Antrhozoos journal tenta esclarecer de uma forma um pouco mais exata a resposta dos tutores à perda de um animal de estimação. Para isso, foram monitoradas 49 pessoas que sofreram a morte de um animal em seu ambiente doméstico por três semanas. Variáveis emocionais foram coletadas por meio de questionários meticulosamente elaborados.

Alguns dos resultados observados foram os seguintes:

  • Após as primeiras semanas da perda, os tutores apresentaram variáveis emocionais (tristeza e culpa, entre outras) muito semelhantes às vivenciadas por pessoas que perderam um ente querido.
  • Quanto maior o ambiente familiar direto, menor a dor vivenciada pelo tutor.
  • Mais da metade dos tutores monitorados decidiu adquirir um novo animal de estimação após seis meses de luto.
  • Nesses casos, os sintomas emocionais diminuíram mais rapidamente em tutores com um novo companheiro animal do que naqueles que decidiram não adotar mais nenhum.
  • Um terço das pessoas sabia que a morte do animal era iminente, mas isso não facilitou o processo de luto.

Esses dados podem parecer surpreendentes para quem nunca viveu com um animal de estimação por longos períodos, mas certamente não são estranhos a qualquer tutor experiente. Afinal, os animais de estimação são, em alguns casos, os únicos elementos vivos na rotina de muitos humanos.

Um exercício de compromisso

Após internalizar os dados expostos, é possível que certas pessoas cheguem à conclusão de que não vale a pena integrar um animal de estimação à família se a dor ao perdê-lo for tão aguda e intensa. Perguntamos a elas: é melhor chorar sabendo que aconteceu ou lamentar que nunca aconteceu?

A conexão que um tutor pode sentir com seu animal de estimação é única e insubstituível. Além disso, como já dissemos, a presença de um animal no núcleo familiar traz diversos benefícios para todos os membros, desde o respeito e a compreensão pela natureza até o aprimoramento das variáveis fisiológicas do corpo.

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Por fim, queremos lembrar a todos os tutores que o processo de luto é mais uma parte da vida, assim como a própria morte. Choro, inquietação e desconforto são normais, mas aos poucos, essa dor acaba se dissipando e dá lugar à memória.

No final das contas, aquele bichinho que um dia correu pela casa sempre será uma parte importante da nossa mente e do nosso coração e, portanto, nunca desaparecerá por completo.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Kingwell, B. A., Lomdahl, A., & Anderson, W. P. (2001). Presence of a pet dog and human cardiovascular responses to mild mental stress. Clinical Autonomic Research11(5), 313-317.
  • Gerwolls, M. K., & Labott, S. M. (1994). Adjustment to the death of a companion animal. Anthrozoös7(3), 172-187.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.