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A microbiota intestinal canina

4 minutos
A microbiota intestinal desempenha um papel essencial na saúde dos cães. Saber o que ela é e como podemos melhorá-la é algo que vai nos ajudar a evitar que os nossos animais de estimação desenvolvam certas doenças.
A microbiota intestinal canina
María Muñoz Navarro

Escrito e verificado por a bióloga María Muñoz Navarro

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A maioria das doenças caninas é de origem microbiana, mas nem todos os microrganismos são prejudiciais. Você conhece o termo “microbiota”? É algo que os humanos têm na pele, nariz, boca, intestino… e os cães também.

Esse ecossistema formado por bactérias (especialmente), fungos e alguns vírus é benéfico e desempenha vários processos nos organismos dos animais. Uma alteração na composição da microbiota pode desencadear patologias em diferentes níveis.

A seguir, vamos falar mais sobre a importância desse mundo microscópico no organismo dos cães.

Microbiota: a flora intestinal em cães

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A microbiota ou o microbioma intestinal  é o conjunto de microrganismos benéficos que habitam o intestino dos cães. Eles desempenham uma série de funções essenciais: 

  • Estimulam o sistema imunológico.
  • Contribuem com uma infinidade de processos metabólicos.
  • Protegem o organismo contra a invasão de outros patógenos (resistência à colonização).

A dieta, a idade e os fatores ambientais têm um impacto direto sobre a saúde dessa microbiota. Por isso, qualquer alteração pode causar doenças.

Dieta, microbiota e dermatite atópica

Uma dieta equilibrada tem como resultado uma pele e um sistema imunológico saudáveis. Segundo alguns estudos, quando ocorre um distúrbio na microbiota, como a disbiose (alteração na composição e diversidade microbiana intestinal), a saúde dos cães é diretamente afetada. Um exemplo é o aparecimento da dermatite atópica canina.

Fator de risco: a barreira intestinal

O organismo está sujeito à contínua ameaça de corpos estranhos e prejudiciais, e o trato gastrointestinal é uma área altamente exposta a esse tipo de substância.

A parede intestinal atua como uma barreira seletiva, permitindo a passagem de nutrientes e impedindo a entrada de substâncias nocivas. Esse fenômeno é chamado de “permeabilidade intestinal”.

Por esse motivo, quando ocorrem alterações, como uma inflamação, a permeabilidade da parede intestinal aumenta. Isso produz a quebra da barreira protetora, e substâncias estranhas passam para o sangue, levando ao desenvolvimento de inúmeras doenças.

Além da função digestiva, a parede do intestino também tem uma função defensiva. Essa função é desempenhada por microrganismos imersos na mucosa, que influenciam o desenvolvimento do sistema imunológico.

Portanto, um distúrbio nessa barreira de defesa leva a respostas imunes exageradas (hipersensibilidade, alergias), doenças digestivas inflamatórias e outras patologias extra-intestinais.

Em um estudo publicado no Journal Frontiers in Physiology, concluiu-se que certas lesões de pele ocorrem devido a problemas desse tipo. A pele é um dos órgãos extra-intestinais afetados por uma resposta anormal das células do sistema imunológico da mucosa de pacientes que sofrem de doenças inflamatórias intestinais (DII).

Por fim, é importante considerar as necessidades nutricionais dos animais de estimação para fornecer uma dieta adequada. Por exemplo, tanto o excesso quanto a deficiência de vitamina A podem levar a lesões cutâneas, tais como hiperqueratinização e descamação, além de um aumento da probabilidade de infecções microbianas.

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Alergia alimentar

Já vimos que a microbiota desempenha um papel crucial no desenvolvimento do sistema imunológico. A alergia alimentar (AI), ou hipersensibilidade alimentar, ocorre por causa de uma resposta exagerada das reações imunes que são desencadeadas após a ingestão de certos alimentos e que podem levar a danos cutâneos ou gastrointestinais.

A AI causa 1% das doenças de pele e raramente causa doenças no intestino do animal. No entanto, por um lado, foi demonstrado que os sintomas mais comuns em cães que sofrem desse tipo de alergia é o prurido e, por outro lado, parece que, após uma doença inflamatória intestinal, pode haver um problema de AI.

Uma alteração na composição bacteriana pode causar doenças no nível imunológico.

Métodos para melhorar a microbiota intestinal canina

Então, o que você pode fazer para manter a microbiota intestinal do seu animal de estimação em boas condições? Nessa seção, vamos propor algumas das alternativas que você pode considerar:

  • Incluir probióticos e prebióticos na sua dieta (com moderação): esses alimentos ajudam a melhorar a função da mucosa intestinal produzindo bacteriocinas que aumentam a produção de IgA e a absorção de nutrientes.
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  • Transplante de microbiota fecal: para restabelecer a perda de bactérias benéficas causada por alterações que o trato gastrointestinal possa ter sofrido.
  • Minimizar o estresse: assim como ocorre com as pessoas, o estado de humor altera a microflora intestinal normal, aumentando, assim, a permeabilidade e provocando inflamação. Foi demonstrado que o estresse psicológico e físico contribui para a disbiose intestinal. Por isso, é recomendável manter os cães em um ambiente alegre e estimulante, além de fornecer uma dieta que atenda às suas necessidades psicológicas e nutricionais.

Com esses métodos em mente, você poderá fornecer ao seu animal de estimação tanto uma dieta quanto um ambiente adequado para que ele possa ter saúde e bem-estar.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.