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Por que os cães cheiram uns aos outros

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Por que os cães cheiram uns aos outros
Última atualização: 08 outubro, 2016

Se você tem um cão ou simplesmente é um bom observador, já sabe que quando estes animais se encontram cheiram uns aos outros, sobretudo na área anal. Mas embora de uma perspectiva humana esta atitude possa nos parecer um tanto nojenta, há um motivo para que eles o façam. Saiba por que os cães cheiram uns aos outros.

Os cães cheiram o traseiro uns dos outros para se socializarem corretamente entre eles

Um primeiro dado a ser levado em conta é que o sentido do olfato destes peludos é muito desenvolvido: entre 10 mil e 100 mil vezes mais que o nosso.

Então, quando os cães cheiram os traseiros entre si, o que estão fazendo em realidade é reunir uma grande quantidade de informação sobre seus congêneres. Por exemplo:

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  • Gênero.
  • Estado físico e de humor.
  • O que comeram recentemente.

Desta maneira, os peludos conseguem se socializar de uma maneira correta já que, ao se cheirarem, obtêm a informação adequada sobre seus pares.

Ainda que isso possa nos parecer uma atitude um pouco nojenta, é normal que os cães cheirem o traseiro uns dos outros. Mas este comportamento tem um motivo muito específico. É a forma como os cães decodificam a informação química que segregam suas glândulas anais e que lhe possibilitam se socializar de maneira correta com seus pares.

Os cães estabelecem uma comunicação química através da secreção de seus sacos anais

Então, quando os cães se cheiram, eles estão estabelecendo o que se denomina uma “comunicação química”.

Na verdade, o aroma que desprendem as glândulas anais oferece toda uma gama de informações. Estes sacos estão localizados um em cada lado do ânus e produzem as secreções que o poderoso olfato dos cães sabe decodificar muito bem.

George Preti, químico da “Monell Chemical Senses Center” da Filadélfia, Estados Unidos, realizou em 1975 um estudo sobre as secreções destas glândulas e determinou os principais componentes químicos que as compunham: um composto de trimetilamina e vários ácidos gordurosos.

O certo é que cada peludo desprende um aroma específico, dado que cada animal tem uma dieta determinada e um sistema emocional e imunológico distinto.

Como os cães decodificam a informação química que obtêm ao cheirarem uns aos outros

Mas, como os nossos amigos de quatro patas fazem para decodificar esta informação química que recebem ao farejarem os traseiros de outros cães?

Esse assunto tem muito a ver com o órgão do Jacobson ou vomeronasal, que poderíamos definir como um sistema olfativo auxiliar e que pode detectar os diferentes compostos químicos, em geral feromônios, e transmitir esta informação ao cérebro de forma direta.

Localizado entre o nariz e a boca dos cães e de outros vertebrados, especificamente no osso vômer, este órgão é o que permite aos peludos “se comunicarem” de forma correta, ao decodificarem seu estado físico e emocional.

Embora em humanos este órgão seja considera vestigial, nos últimos tempos foram feitos muitos estudos para tentar determinar se há alguma função e se esta é comparável com a que tem em outras espécies.

Mais informação sobre o olfato dos cães

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Além do olfato ser um sentido muito desenvolvido nos cães, também se deve destacar que estes animais possuem uma grande memória olfativa. Isto lhes possibilita recordar, por exemplo, o aroma de outros cães e reconhecê-los depois de anos de afastamento entre eles.

Mas o grande olfato dos cães, que lhes permite perceber com riqueza de detalhes o aroma de todas as partículas que pairam no ar, transcende a comunicação normal entre seus congêneres, outros animais e seu entorno, e foi aproveitado pelo homem desde tempos imemoriais.

É assim que eles foram treinados para detectar, entre outras coisas:

  • Corpos afogados no mar, ainda que há muito metros.
  • Sobreviventes de catástrofes presos sob os escombros.
  • Drogas camufladas por delinquentes.
  • Explosivos.
  • Diferentes tipos de câncer nas pessoas.
  • Situações de hipoglicemia em pacientes diabéticos.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.