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Os cães confiam demais nos humanos

3 minutos
Os cães confiam demais nos humanos
Última atualização: 01 novembro, 2015

Seja como animal de estimação, como animal de trabalho ou como cão de serviço, os cães são grandiosos. Porém, os cães têm um defeito: eles confiam demais nos humanos.

São milhares os cães que têm a má sorte de terminar nas mãos de uma má pessoa, que abusa deles e que os abandonam. No entanto, muitas vezes as pessoas são surpreendidas com o perdão que os cães lhes manifestam, ainda que eles tenham sido terrivelmente abusados.

É importante entender alguns conceitos básicos em relação aos cães, suas emoções e as formas com que eles aprendem. O sentido do “perdão” para os cães é muito diferente do nosso.

Realidade emocional dos cães

Os cães definitivamente sentem emoções, mas têm uma faixa menor de sentimentos em relação aos humanos. Os sentimentos dos cães são comparáveis com os de uma criança pequena, o que significa que eles têm emoções básicas como medo, felicidade, angústia e amor.

No entanto, os cães não sentem emoções complexas que estão enraizadas na memória ou na organização social, como a vergonha, a culpa ou o orgulho. Portanto, os cães não podem “perdoar”, no verdadeiro sentido da palavra, mas eles podem sim associar uma certa classe de comportamentos com a maneira de dominação de seu dono.

O pensamento canino

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Autor: Soggydan Benenovitch

Os cães não passam muito tempo pensando no passado ou no futuro. Ainda há uma discussão entre a comunidade científica sobre se o fazem ou não.

A maior parte da comunidade científica pensa que os cães só entendem o que ocorre no momento.

Vale a pena dizer que os cães podem desenvolver um sentido de rotina e, nesse sentido, ele formará certos padrões em seu comportamento.

A maior parte das experiências do foco de um cão só existe no momento, pois os cães não pensam sobre o passado, ainda que sua conduta esteja condicionada por experiências que foram reforçadas.

Reconhecimento de padrões

O que muitos donos confundem com emoções complexas por parte de seu cão, são, na verdade, manifestações de reconhecimento de padrões e condicionamentos.

Por exemplo, se o seu cão derruba um objeto da mesa de centro de sua sala com a cauda e, de imediato, ele se sente “culpado”, o que estamos vendo na linguagem corporal do cão não é culpa.

Na verdade, o cão está predizendo um castigo baseado em suas reações em acidentes anteriores. Os cães aprendem todo tipo de padrões; por exemplo, eles podem chegar a associar o pegar da coleira com o momento de sair para passear. Se você nunca gritou ou castigou o seu cão por um comportamento específico, provavelmente não verá a “culpabilidade” na linguagem corporal de seu cão.

Encontrar o perdão

Um cão não pode “perdoar” um dono abusivo do jeito que os humanos imaginam, mas, segundo um recente estudo, os cães são capazes de associar as condutas abusivas como uma situação concreta que rodeia o abusador.

Esta é a razão pela qual muitos animais de canis, que foram maltratados, se mostram felizes ao conhecerem gente nova e reagem com alegria ao serem manipulados por outras pessoas.

Isto se deve ao fato de não se lembrarem o suficiente do abuso de seus antigos donos para assumirem que todos os humanos possam maltratá-los.

Alguns cães podem, e desenvolvem, traumas emocionais, mas na maioria dos casos as más experiências são esquecidas e são substituídas por padrões mais positivos, se é que há esta classe de experiências.

Como criar consciência

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Como os cães não podem falar e, como animais sociais que são, procurarão sempre a aprovação do dono ou a aproximação com os humanos que tenham ao redor, é importantíssimo que nós, como pessoas e como comunidade, cuidemos para que esta condição dos cães não seja motivo de abuso.

Portanto, no momento em que você identificar um cão vítima de abuso, denuncie imediatamente, interceda pelo cão e trate de deter esta conduta.

Na maioria dos países, o maltrato aos animais de estimação implica em penas que vão desde fortes multas até algum tempo na prisão.

Créditos da imagem: Ana Fontes.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.