Pinguim imperador e sua dura jornada
O pinguim, cujo nome vem da família Spheniscidae, é uma espécie de ave marinha não-voadora cujo habitat se estende geralmente pelo hemisfério sul. O Pinguim imperador é a maior espécie de pinguins e uma das que mais recebe atenção da mídia.
A vida no lugar mais difícil da Terra
E se você morasse no continente mais frio do planeta? Com temperaturas extremas podendo ser inferiores a -50 °C no inverno. A Antártica é considerada um dos lugares mais inóspitos da Terra. O Pinguim imperador, felizmente, conseguiu lidar com as circunstâncias graças a técnicas de adaptação psicológica e comportamentos colaborativos.
Essa espécie forma colônias de grande tamanho e cria uma comunidade, onde se reproduz e mantém o calor uns dos outros. Para manter o calor, eles criam um sistema de rotação em que os indivíduos vão mudando de posição por turnos.
Dessa forma, o pinguim que está mais exposto pode trocar de posição e se esquentar no centro do círculo. Quando se esquentam, os pinguins cedem suas posições para que outros se esquentem. Para interagirem uns com os outros, eles usam uma série de sons vocais que ainda estão em estudo pela comunidade científica.
A paternidade altruísta do Pinguim imperador
O Pinguim imperador passa a maior parte de sua vida no gelo da Antártica. Durante o duro inverno, passa seus dias ao ar livre, momento que usa para se reproduzir. O papel da fêmea é limitado a pôr o ovo, que vai ser deixado para o macho aquecê-lo.
Então, a mãe começa uma árdua e difícil jornada para obter o alimento necessário para sustentar sua família. Pode viajar até 80 quilômetros e, uma vez em mar aberto, caçará peixes, lulas e krill. No mar, pode submergir até 550 metros de profundidade e permanecer sem subir à superfície durante 20 minutos.
O pinguim é uma espécie monogâmica, tendo apenas uma parceira durante sua vida, a quem será fiel e gerará descendentes. Curiosamente, a dinâmica de dupla desta espécie posiciona a fêmea como caçadora. O macho, por sua vez, esperará pacientemente a cria. Primeiro aquecendo o ovo e, depois, criando o filhote.
Durante dois meses, o macho ficará sem comer e dependerá por completo de sua parceira. A fêmea retorna com o estômago cheio para alimentar exclusivamente as crias. Será, então, quando o macho poderá retornar ao mar para buscar comida.
O Pinguim imperador e as alterações climáticas
No início de 2017, milhares de espécimes de bebês Pinguim-de-adélia morreram devido à mudança climática. Essas aves, localizadas na Antártida Oriental, têm os mesmos hábitos de alimentação e reprodução que os do pinguim imperador.
A revista Nature Climate Change publicou um estudo que previu uma drástica redução da população de pinguins imperadores. Antes do fim do século, dois terços das colônias da espécie sofrerão uma perda de mais de 50%.
Mas o que está por trás desses dados catastróficos? De acordo com o Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), o Pinguim imperador e o Pinguim-de-adélia dependem da espessura do gelo marinho.
Os modelos climáticos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, preveem dados alarmantes. Qualquer mudança no gelo, por menor que seja, pode ser catastrófica: quanto maior a grossura, mais distância as fêmeas vão precisar percorrer para conseguir comida. Nesse caso, existe o risco de que a tragédia dos Pinguins-de-adélia ocorra novamente e que milhares de crias morram de fome.
No caso contrário, uma camada mais fina de gelo pode matar o habitat do krill, um dos pilares da dieta do Pinguim imperador.
O que os países e as ONGs pensam?
Por conta de todos esses fatos, a ONG World Wildlife Fund (WWF) pediu a criação de uma área marinha protegida na Antártica Oriental. A razão para o pedido é por conta da pesca do krill na região, o que diminui ainda mais os recursos alimentares dos pinguins.
Embora a Austrália e a União Européia tenham insistido por oito anos, essa área ainda não existe. Mais uma vez, a mudança de temperatura ameaça acabar com a rica biodiversidade do nosso planeta e com o árduo trabalho que o Pinguim imperador tem para se manter vivo.
Fonte das imagens: Fallschirmjäger, Hannes Grobe / AWI e Christopher Michel
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