Porcos são um dos animais mais inteligentes
Porcos? Sim! Estudos sobre o coeficiente intelectual que foram feitos em diferentes espécies animais, sugerem que os porcos são um dos animais mais inteligentes do mundo.
E mais, segundo um estudo da Revista Internacional de Psicologia, os porcos frequentemente podem ser mais astutos que os cães e estão no mesmo nível intelectual que os nossos parentes vivos mais próximos, os chimpanzés.
O projeto de investigação tem como objetivo dar outra perspectiva a estes animais que, tradicionalmente, só são vistos como fontes de carne. O projeto é financiado pelo “Farm Sanctuary” e faz parte do projeto “Someone not Something” (Alguém, não algo), da mesma entidade.
“Temos conseguido provar que os porcos compartilham de uma série de capacidades cognitivas com outras espécies altamente inteligentes, como os cães, os chimpanzés, os elefantes, os golfinhos e inclusive com os seres humanos“, afirmou em entrevista a neurocientista Lori Marino, da Universidade do Emory, e diretora do “No Human Rights Project”. “Há uma evidência científica muito importante que sugere que necessitamos repensar a nossa relação global com eles. ”
Marino e sua Co-autora no estudo, Christina Colvin, também da Universidade do Emory, chegaram a essa conclusão após finalizarem o estudo realizado em porcos e outros animais. O estudo, que focou em determinar os níveis de inteligência destes animais, concluiu que:
- Os porcos têm excelente memória de longo prazo;
- São muito bons localizando objetos em espaços com dificuldades, como os labirintos, e têm além disso um bom sentido de orientação;
- Podem compreender uma linguagem simbólica simples;
- Aprendem combinações complexas de símbolos para depois as associar a ações e objetos;
- Realizam jogos de força para praticar destrezas;
- Têm estruturas sociais complexas e aprendem uns com os outros;
- Têm atitudes colaborativas;
- Em muitos testes foi demonstrado que eles podem aprender a manipular um joystick para mover o cursor na tela. Isto é algo que só os chimpanzés fazem;
- Encontram comida escondida seguindo o reflexo no espelho;
- Reagem ante demonstrações emocionais de outros indivíduos de seu grupo social.
A base do estudo sobre os porcos
Este estudo foi realizado com a finalidade de corroborar com algumas das informações fornecidas pela organização de proteção aos animais PETA, sobre a posse de porcos nas granjas industriais para consumo humano. De acordo com a organização, os porcos passam a maior parte de sua vida no que se conhece como “jaula de gestação”, onde os porcos sequer conseguem se virar.
Uma vez que dão à luz, são de novo artificialmente fertilizados, e o ciclo continua durante três ou quatro anos antes de que à mãe seja abatida para ter sua carne consumida.
A organização PETA também mencionou que “em condições de extrema aglomeração, os porcos são propensos à conduta relacionada com o estresse, como o canibalismo, por isso frequentemente os agricultores cortam a cauda dos animais e retiram os extremos dos dentes, tudo isso sem subministrar analgésicos. ”
Marino e seus colegas estudaram também o caso dos frangos de granja, na busca de evidências da complexidade cognitiva, emocional e social destes animais. Estas ideias podem parecer ridículas para alguns, mas esse é o ponto principal da investigação.
Precisamente, o que se tenta transformar é a visão que as pessoas têm sobre os animais, e em lugar de vê-los como simples alimento, que os vejam como seres sensíveis e que, desta maneira, melhore-se as condições mediante as quais produzimos os nossos alimentos.
Os pesquisadores assinalam, além disso, que tendemos a colocar os porcos em uma categoria inferior que a de animais como cães e gatos, apesar destes serem tão ou mais inteligentes que eles. As próximas investigações girarão em volto de outros animais de granja, como as vacas e as cabras.
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