Presença de plâncton e algas bioluminescentes nas costas
Você já viu imagens de praias brilhando em um tom azul neon? Sua contemplação é tão surpreendente quanto a explicação por trás dela: a presença de plâncton e algas bioluminescentes nas costas. Essa emissão de luz é um dos processos mais fascinantes que existem na natureza.
Nas linhas deste artigo você poderá entender como funciona esse processo natural e qual sua função para os organismos que têm a capacidade de brilhar. Além disso, se você deseja conhecer os exemplos mais famosos de costas que brilham à noite, está no lugar certo. Não perca nada.
O que é bioluminescência?
A bioluminescência é o processo pelo qual alguns seres vivos emitem luz ativamente (não deve ser confundido com biofluorescência, que é um reflexo da luz). Esse processo pode ocorrer de 3 maneiras diferentes, que são as seguintes:
- Bioluminescência intracelular: a luz é produzida por células especializadas dentro do próprio corpo do animal. Esse tipo de bioluminescência é encontrado em muitas espécies de lula.
- Bioluminescência extracelular: é um processo de oxidação da luciferina, que dá origem à enzima luciferase. Quando liberada para o exterior, a luciferase produz nuvens luminosas. Os vaga-lumes e alguns animais abissais produzem luz dessa maneira.
- Bioluminescência por simbiose com bactérias luminescentes: os animais que brilham por esse método controlam a emissão de luz através dos fotóforos, pequenos sacos nos quais guardam as bactérias bioluminescentes.
A bioluminescência tem várias funções de sobrevivência (camuflagem e alerta) e reprodutiva, pois faz parte do cortejo de algumas espécies. Em certos casos, é usado para atrair presas.
Microrganismos aquáticos bioluminescentes
As algas bioluminescentes não emitem luz constantemente, mas algum tipo de energia é necessária para produzi-la (como o movimento das ondas quebrando contra as rochas). Além disso, elas nem sempre têm um brilho azulado, pois algumas espécies emitem luz vermelha, verde ou laranja.
Por sua vez, o zooplâncton que tinge de azul as costas também não brilha por si só, mas emite uma substância bioluminescente para atrair outros organismos durante a época de reprodução.
Um exemplo de alga bioluminescente frequentemente encontrada nessas paisagens é o Noctiluca, organismos tão pequenos que milhares deles cabem em uma gota d’água. A função de sua bioluminescência seria espantar os predadores.
Onde estão o plâncton e as algas bioluminescentes nas costas?
Certamente, depois de ver as imagens, você não resistirá a visitar essas paisagens mágicas. Se você tem essa possibilidade e os meios necessários para se deslocar, aqui está uma lista de locais onde é facilmente visível a presença de plâncton e de algas bioluminescentes nas costas.
Jervys Bay (Austrália)
As praias azul brilhante são a principal atração turística da região. Para ter certeza de contemplar esse fenômeno, você deve ir nos meses de verão (dezembro-fevereiro) e escolher uma noite o mais escura possível, mesmo com lua nova e nuvens.
Em Preservation Bay (Tasmânia, Austrália) esse fenômeno também é observado, causado por Noctiluca scintillans, que durante o dia ficam rosados na água.
Maldivas
Entre julho e dezembro, as praias das Maldivas ficam de um tom azul-eletrizante à noite, especialmente nas ilhas Vaadhoo e Mudhdhoo. Além disso, se você decidir visitar esse país, pode estender o seu turismo ao resto da maravilhosa biodiversidade que possui.
Maya Bay (Tailândia)
Na verdade, toda a área de Krabi possui algas bioluminescentes. A oferta turística inclui desde roteiros para conhecer o fenômeno na região até mergulho livre noturno e banho em meio a esse espetáculo de cores.
Infelizmente (e no ano de 2021), Maya Bay está fechada para turistas. O objetivo é reabilitar essa área ao nível do ecossistema.
Holbox (México)
Holbox (“buraco negro” em maia) é uma ilha localizada no canal de Yucatan. É famosa pela maneira especial como se manifesta a bioluminescência de seu plâncton: em vez de ser um brilho uniforme, tem a aparência de um mar de estrelas.
Flashes de luz aparecem quando esses microrganismos são perturbados pela força mecânica da água, e seu brilho varia do azul ao prateado, passando pelo esverdeado.
Toyama Bay (Japão)
Os vaga-lumes marinhos (Vargula hilgendorfii) são os responsáveis por manchar o mar nessa região do Japão. Uma das imagens mais famosas é a das rochas por onde caem os rastros desses pequenos crustáceos bioluminescentes.
Vieques (Porto Rico)
O local mais bioluminescente conhecido até hoje é a Baía do Mosquito, onde foi registrado que na quantidade correspondente a uma colher de sopa de água existem pelo menos 6 mil unidades de algas bioluminescentes. O organismo responsável pelo fenômeno é o Pyrodinium bahamense, um dinoflagelado.
Vislumbrar esse fenômeno ou mesmo tomar banho em águas que se iluminam à medida que você passa é uma experiência que não pode ser esquecida. Porém, lembre-se sempre de respeitar o local onde você se hospeda e não prejudicar sua fauna e flora, pois desfrutar dessas maravilhas não deve ser motivo para que desapareçam para sempre.
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