Psoríase em cães: o que fazer?
Escrito e verificado por a bióloga Ana Díaz Maqueda
A psoríase em cães funciona da mesma maneira que em humanos. A pele é a primeira linha de defesa do corpo animal e contém uma infinidade de elementos epidérmicos para se proteger, bem como componentes imunológicos.
A reação desses elementos permite que a pele mantenha sua homeostase ou equilíbrio. No entanto, por vezes, essa resposta, como nas alergias, ocorre de forma excessiva e em resposta a substâncias que, a princípio, não deveriam ser problemáticas.
O que é a psoríase?
A psoríase em cães não foi tão bem estudada como em humanos, caso em que é uma doença de pele autoimune bem conhecida. Essa patologia está relacionada à genética do indivíduo e, embora possa se tornar crônica, também pode ser revertida com o tratamento adequado.
Essa doença é caracterizada por um crescimento e uma proliferação excessiva de queratinócitos. Essas células são as mais abundantes na epiderme e contêm uma proteína muito dura chamada queratina, que serve como proteção.
Acredita-se que esse desenvolvimento excessivo dessas células se deva à ativação do sistema imunológico celular. As células T – um tipo de glóbulo branco – e outros tipos de células liberam substâncias que causam um efeito inflamatório chamado inflamação psoriática, além do crescimento excessivo de queratinócitos.
Sintomas da psoríase em cães
Como dissemos, a psoríase é uma doença imunomediada que pode ser desenvolvida por cães que a carregam em seu genoma. O sistema imunológico do cão pode responder exageradamente a certos alérgenos, causando sintomas específicos. Ao contrário de outras alergias, os sintomas da psoríase são muito específicos:
- Aparecem áreas muito vermelhas e inflamadas na pele.
- As áreas afetadas sofrem de crescimento excessivo de queratinócitos, o que resulta no aparecimento de escamas espessas e abundantes.
- Ressecamento nas regiões afetadas, podendo causar o aparecimento de fissuras muito dolorosas.
- Prurido. A falta de hidratação leva à coceira excessiva.
- Como consequência dos quatro sintomas anteriores, pode surgir alopecia autoinduzida no cão. Além disso, as áreas danificadas podem ser infectadas.
- Em geral, a pelagem do animal fica ressecada e sem brilho.
Ocasionalmente, a psoríase pode afetar outros órgãos, também revestidos por este tipo de células epidérmicas, como os olhos, o trato digestivo ou o sistema respiratório.
Tratamento da psoríase em cães
Como muitas outras doenças autoimunes, a psoríase em cães não tem cura. No entanto, existem tratamentos que podem melhorar muito os sintomas.
Se a doença não estiver muito avançada e disseminada, o uso de tratamentos tópicos, como cremes, pode ajudar a revitalizar a pele. Se, ao contrário, a psoríase atingir várias áreas extensas do corpo, é melhor optar pela fototerapia ou pelos medicamentos orais ou injetáveis.
A fototerapia consiste em expor o animal à luz solar natural ou a lâmpadas ultravioleta artificiais. Segundo estudos, esse tipo de tratamento, isolado ou combinado com medicamentos, melhora o estado da pele se não houver alergia ao sol.
Os tratamentos injetáveis e orais costumam causar efeitos colaterais. Esses efeitos normalmente são revertidos quando o tratamento é interrompido, mas é muito importante levá-los em consideração. Portanto, alguns medicamentos geralmente são reservados para cães com um estado psoriático avançado.
Por outro lado, além do exposto acima, temos outras opções para melhorar a saúde do nosso animal de estimação. Isso sempre deve ser recomendado e supervisionado por um veterinário:
- Uso de xampus especializados.
- Aumento de ômega 3 na dieta.
- Oferecer uma dieta baseada em alimentos frescos com pouco risco de alergia ou uma dieta comercial hipoalergênica.
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