Quem é Jane Goodall
Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez
Jane Goodall é, sem dúvida, uma das mulheres mais influentes da história, e uma das maiores ativistas pela conservação e proteção animal. No entanto, sua história é menos conhecida que o grande trabalho que ela tem desenvolvido.
Jane Goodall, uma mulher na selva
Jane nasceu muito longe da África, na agitada cidade de Londres. No entanto, ela desenvolveu em sua infância um profundo amor pelos animais, e uma enorme fascinação pela África, o que a levou a embarcar na aventura de sua vida.
Assim, a jovem Jane, sem estudos especializados em animais, acabou na África como ajudante do paleontólogo Louis Leakey. Depois, Leakey se daria conta de que Goodall tinha uma grande capacidade para o estudo de animais selvagens, e a enviaria para à Tanzânia, junto com sua mãe.
Jane então se transformaria em uma das primeiras pesquisadoras neste campo, vivendo em um lugar hostil que não costumava estar reservado para mulheres. Porém, ela demonstrou com grande graça que todos estavam errados, várias vezes, assim como outras pesquisadoras de seu tempo.
Uma primatologista diferente
Jane Goodall começou a observar chimpanzés, mesmo sem ter muitos estudos sobre eles. Isso permitiu a ela não levar em conta os preconceitos das correntes científicas de sua época, que defendiam que os animais são seres sem capacidade de sentir emoções.
Seu mentor, Louis Leakey, a ajudou a obter o doutorado em etologia, mesmo sem ela ter cursado uma carreira universitária. Jane Goodall defendeu sua tese de cinco anos de estudo sobre os chimpanzés no parque nacional de Gombe, que atualmente continua ativo, depois de 55 anos desde sua abertura.
Juntas, as chamadas ‘Leakey’s angels‘ (Galdikas, Goodall e Fossey) fizeram importantes descobertas sobre suas respectivas espécies de estudo: orangotangos, chimpanzés e gorilas. Isso permitiu o estudo da primatologia a partir de uma perspectiva mais empática, rigorosa e feminina.
Jane se transformaria em uma das primeiras pesquisadoras neste campo, precisamente em um lugar hostil, que não costumava estar reservado para mulheres. Assim, ela demonstrou com graça que todos estavam errados, várias vezes, assim como outras pesquisadoras de sua época.
A revolução do comportamento animal
Mas as investigações de Jane não ficaram apenas no doutorado, ela refutou várias teorias defendidas pela comunidade científica da época. Por exemplo, demonstrou que os chimpanzés colocam em prática algumas das mais incríveis técnicas de caça do reino animal, e que eles não eram exclusivamente vegetarianos.
Além disso, transformou o nosso conceito de ser humano. Até as investigações de Jane Goodall, acreditava-se que os humanos eram os únicos criadores de ferramentas. O ser humano era definido como ‘criador de ferramentas ’, e nenhum outro animal era capaz disso.
No entanto, Jane descobriu que um chimpanzé utilizava ramos para acessar um ninho de cupins. Isso deu lugar a um campo totalmente novo dentro da etologia animal e, graças a Jane Goodall, hoje sabemos que o uso de ferramentas pelos animais é algo muito comum.
Fonte: Carlos Octavio Uranga
Os estudos de Jane demonstraram que os chimpanzés tinham personalidades muito diferentes, o que chamou muita atenção naquela época. Jane estava convencida de que os animais possuíam emoções, pois ela mesma tinha comprovado a existência de emoções em cães, neste caso, graças a seu animal de estimação.
Jane Goodall, a ativista
Jane começou a perceber a devastação florestal que estava ocorrendo no parque natural. Ela começou também a se dar conta de que os chimpanzés, assim como outros animais, sofriam em grande magnitude nas mãos do ser humano e não apenas lá, onde ela estudava estes animais.
Isso a levou a percorrer laboratórios de experimentação científica de primatas, circos e parques naturais de outras espécies. Assim, ela começou a ver como a espécie que tanto amava era capturada como animal de estimação, vendida a circos, ou usada para cruéis experiências científicas. E, portanto, decidiu que não podia ignorar tudo isso, e se transformou na ativista que é hoje em dia.
Foi então que Jane deixou as investigações em Gombe nas mãos de sua equipe e começou a percorrer o mundo para difundir a palavra contra os maus-tratos de animais, e em prol da conservação. Ela passa a maior parte do ano dando conferências e viajando para lutar contra isso.
Também fundou o Instituto Jane Goodall para apoiar esta tarefa e o projeto “Raízes e Brotos”, que permite a crianças de todo mundo contribuir com ideias e ações em prol da defesa dos animais. Atualmente, Jane deposita sua esperança nessas novas gerações para evitar um desastre ecológico global.
Ela começou a ver como a espécie que tanto amava era capturada como animal de estimação, vendida a circos, ou usada para cruéis experiências científicas. E, portanto, decidiu que não podia ignorar tudo isso, e se transformou na ativista que é hoje em dia.
Fonte da imagem principal: Mark Schierbecke
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