Quem foi Dian Fossey?

Dian Fossey, assim como Jane Goodall, deu sua vida para a proteção da natureza, mais precisamente dos gorilas com quem ela conviveu e, também, daqueles que morreram devido à caça furtiva.
Quem foi Dian Fossey?
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Dian Fossey é uma verdadeira lenda na proteção dos animais. Esta mulher conseguiu com que todo o planeta se interessasse pelos gorilas, em grave perigo de extinçãoGraças a ela, eles tiveram suas vidas protegidas e suas populações continuam a crescer.

Dian Fossey, apaixonada pela África

Fossey nasceu em São Francisco, nos anos 30, e trabalhou por vários anos no hospital do Kentucky, depois de se formar como terapeuta ocupacional. Ela sempre se interessou pelo continente africano, o qual visitou em 1963. Esta viagem à África fez com que Dian se apaixonasse por tudo o que ela viu lá, especialmente os gorilas da montanha, estudados por George Schaller.

Povo africano

Ela também conheceu Louis Leakey, um arqueólogo interessado nos grandes primatas e que apoiava o trabalho de Jane Goodall com os chimpanzésAo retornar aos Estados Unidos, Dian Fossey não conseguiu se esquecer das maravilhas que viu em Uganda.

Então, depois de uma de suas conversas com Leakey na Califórnia, ele sugeriu que ela estudasse os gorilas. Ela não pensou duas vezes e depois de estudar primatologia e aprender a língua local, partiu imediatamente para sua jornada.  

Uma jovem na selva

Depois de receber treinamento para rastrear gorilas e estabelecer um acampamento-base no meio da montanha congolesa, Dian Fossey passou meses seguindo as famílias desses animais. Ela conseguiu se misturar com os gorilas e se comportar como eles, para que pudesse observá-los de perto e identificá-los através do rosto. Ela também conseguiu fazer esboços do nariz dos animais.

Fossey chegou ao Congo em uma época cheia de conflitos armados, o que acabou levando o exército ugandense a escoltá-la de volta à civilização. Dian Fossey não desistiu e, apesar da presença dos soldados e até de batalhas, ela continuou seus estudos a poucos quilômetros da fronteira, na parte do parque Virunga pertencente a Ruanda.

Em Ruanda, fundou o centro de pesquisa de Karisoke, a 3 000 km de altitude, onde Dian viria a estudar sozinha os gorilas, o que a tornou conhecida como “a mulher que vive sozinha nas montanhas” (Nyrmachabelli, na língua local). O centro começou a receber estudantes, mas as condições adversas fizeram com que a maioria deles partisse.

Os gorilas de Karisoke nunca haviam sido estudados por Schaller. Sua única relação com os humanos era a caça furtiva. Isso fez com que fosse muito difícil acostumar os gorilas com a área de presença dessa americana.

Em Ruanda, fundou o centro de pesquisa de Karisoke, a 3 000 km de altitude, onde Dian viria a estudar sozinha os gorilas, o que a tornou conhecida como “a mulher que vive sozinha nas montanhas”, Nyrmachabelli, na língua local.

 

Gorila na selva africana

A mulher que amava os gorilas

O amor de Dian pelos gorilas não tinha limites. Sua presença em Ruanda não se limitava à pesquisa. No parque de Virunga, que é o mais antigo da África, embora a caça já fosse ilegal nesse estágio, ela testemunhou dezenas de casos de caça furtiva. 

Dada a ineficiência dos guardas do parque, que frequentemente eram subornados, Dian Fossey criou então a Fundação Digit, que a permitiu ter fundos para bancar patrulhas que destruíam armadilhas.

Durante quatro meses do ano de 1979, essas patrulhas destruíram quase mil armadilhas, enquanto em outras áreas do parque os guardas florestais não destruíram nenhuma. Isso levou ao desaparecimento dos elefantes do parque.

Ela também tentou proteger os gorilas do turismo, devido à modificação do comportamento desses animais e especialmente à possibilidade de doenças infectocontagiosas, como a gripe.

Assim como outros primatas, os gorilas são muito afetados pelas doenças que os seres humanos trazem consigo. O turismo começou a se espalhar por toda a área e, atualmente, é a única maneira de financiar e proteger o parque, oferecendo a possibilidade de ver esses animais.

Infelizmente, Dian foi assassinada em 27 de dezembro de 1985, encontrada em seu quarto com ferimentos graves de facão. Sabe-se que as motivações não eram roubo, pois havia vários objetos de valor na sala; no entanto, parece que a motivação foi sua guerra contra a caça furtiva.

Túmulo de Dian Fossey

Fossey foi enterrada ao lado dos gorilas mortos no parque, que ela mesma enterrou; especificamente, ao lado de Digit, o gorila mais amado por ela e cuja morte a levou a entrar na batalha contra a caça furtiva de gorilas. A última entrada no diário de Dian Fossey, antes de sua morte, nos lembra da necessidade de proteger a natureza:

“Quando você percebe o valor da vida, se esquece do passado e se concentra em preservar o futuro”

-Dian Fossey-


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