Síndrome de Wobbler: causas, sintomas e tratamento


Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
A Síndrome de Wobbler, ou a espondilomielopatia cervical (EMC), é uma doença que afeta a coluna cervical dos cães de tamanho grande. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações severas, como a deficiência ou o déficit neurológico. Abaixo resumimos as causas, os sintomas e o tratamento da Síndrome de Wobbler.
Síndrome de Wobbler: características e sintomas
A Síndrome de Wobbler engloba diversos transtornos degenerativos crônicos que podem provocar problemas motores e danos neurológicos. Ela ocorre quando a medula espinhal e os nervos do pescoço são submetidos a uma excessiva compressão (mielopatia).
A doença só se torna visível quando o paciente começa a se queixar de constantes dores na nuca. Um sintoma inespecífico que é muito difícil de ser reconhecido precocemente em cães.
Portanto, a maioria dos diagnósticos geralmente ocorre após o surgimento de sinais neurológicos mais avançados. Esses sinais podem ser vistos normalmente quando o cão começa a caminhar cambaleante, perdendo o equilíbrio com facilidade.
Os principais sintomas da Síndrome de Wobbler são:
- Caminhar instável e cambaleante, geralmente com passos curtos.
- Dor ou rigidez no pescoço.
- Perda de massa muscular nos ombros e membros dianteiros.
- Cansaço e fraqueza.
- Paralisia parcial ou completa.
- Inchaço nas pernas dianteiras e traseiras.
- Dificuldade em se levantar e se mover.
Síndrome de Wobbler: causas e herança genética
Sabe-se que uma mielopatia deriva da redução do canal ósseo que circunda a medula espinhal macia (canal vertebral). Essa redução pode ser causada por uma malformação óssea ou por um deslizamento do disco invertebral.
A etiologia específica da Síndrome de Wobbler é desconhecida. Mas os conhecimentos existentes, aliados ao estudo dos diagnósticos, permitem prever que a herança genética é a resposta.
Quase 50% dos casos diagnosticados afetam cães das raças Doberman, Mastiff e Dogue Alemão. Também se observa uma maior predisposição em cães das seguintes raças: Lébrel irlandês, Basset Hound e Rottweiler.

Outro fator determinante é o tamanho do animal. Supõe-se que o rápido crescimento dos cães de grande porte faz com que sejam mais suscetíveis a doenças degenerativas.
Quase 70% dos diagnósticos da Síndrome de Wobbler ocorrem em cães grandes e gigantes. Alguns casos raros foram observados em cães pequenos ou miniatura das raças Yorkshire, Pinscher e Chihuahua.
Diagnóstico da Síndrome de Wobbler em cães
O diagnóstico da Síndrome de Wobbler é feito pela observação da coluna e das vértebras. Para fazer isso, o veterinário solicitará um teste de raio-X, uma tomografia computadorizada, uma ressonância magnética e um mielograma.
Normalmente, também serão solicitadas análises de sangue e urina para descartar outras doenças mais frequentes. O profissional também levará em conta uma análise do quadro médico do animal e de seu perfil genético.
Tratamento da Síndrome de Wobbler em cães
O tratamento consiste na intervenção cirúrgica para aliviar e descomprimir a pressão na medula espinhal. Porém, sua viabilidade dependerá do quadro físico do animal e da localização da compressão da medula.
Quando o cachorro está muito debilitado ou tem uma idade avançada, o veterinário pode optar por não realizar a cirurgia. A probabilidade de óbito ou de danos neurológicos irreversíveis é tão alta que não justifica expor o animal a esse risco.

Nesses casos, o tratamento geralmente é ambulatorial para reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida do cão.
Recuperação da cirurgia
Para garantir uma recuperação adequada, o cão deve cumprir um período de repouso de dois a três meses. É fundamental que o animal não pule ou corra, para não prejudicar a adesão e união óssea.
Enquanto o cão não puder caminhar, é importante mantê-lo sobre superfícies macias. O ideal é que permaneça em observação para evitar a formação de úlceras e feridas (escaras).
A fisioterapia será essencial para acelerar a recuperação e fortalecer o corpo do cão. A prática também evita a perda de massa muscular e a atrofia por falta de movimentos e exercícios.
Síndrome de Wobbler: é possível prevenir?
Por estar associada a fatores genéticos, não é possível falar de uma prevenção específica para a Síndrome de Wobbler. Porém, você pode fortalecer o organismo e o sistema imunológico do seu melhor amigo para que ele tenha um desenvolvimento saudável.
Portanto, é indispensável proporcionar ao cão uma alimentação equilibrada e atividades físicas regulares. Além de respeitar a medicina preventiva e fazer visitas periódicas ao veterinário.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.