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Síndrome do filhote debilitado: tome cuidado

4 minutos
Síndrome do filhote debilitado: tome cuidado
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A chamada síndrome do filhote debilitado engloba diversos quadros clínicos que afetam principalmente animais recém-nascidos. Seu desenvolvimento está associado à baixa imunidade que os filhotes apresentam durante o período neonatal.

Infelizmente, há altíssimas taxas de mortalidade entre recém-nascidos, derivadas de diversos quadros clínicos da síndrome do filhote debilitado. Estima-se que mais de 20% dos filhotes neonatos sofrem dos sintomas desta síndrome, com a maioria chegando às clínicas veterinárias com um estado de saúde muito problemático.

O período neonatal e a imunidade dos filhotes

O período neonatal, em cães, começa com seu nascimento e vai até os 15 dias de vida. Já para gatos este período é mais curto e termina geralmente no décimo dia de vida. As primeiras 24 horas de vida de um recém-nascido são conhecidas como período perinatal.

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Esta etapa é caracterizada por sua imaturidade imunológica, física e emocional, que aparecem como um fator de risco para sua sobrevivência. Filhotes são muito vulneráveis a todo tipo de doença interna ou externa, principalmente o animal que nasce por último.

Acontece que o sistema imunológico do cãozinho ainda não está preparado para defender seu organismo frente aos inúmeros estímulos e microrganismos do ambiente.

Isto explica por que a síndrome do filhote debilitado se desenvolve tão rapidamente no organismo de animais recém-nascidos. Neste sentido, é preciso salientar a importância de prevenir estes quadros sintomáticos.

Causas associadas à síndrome 

Como possuem um sistema imunológico muito fraco, os recém-nascidos podem desenvolver os sintomas da síndrome do filhote debilitado por diversas razões. Algumas delas derivam de certas deficiências do próprio organismo do filhote, enquanto outras podem ser herdadas da mãe durante a gestação, no parto ou durante a amamentação.

Causas internas ao filhote

  • Hipoglicemia
  • Desidratação
  • Hipotermia
  • Malformação congênita do trato digestivo
  • Deficiência imunitária
  • Parasitas internos (principalmente por ascaridíase)
  • Infecções bacterianas (com risco de septicemia)
  • Inflamação das veias umbilicais (Oftaloflebite)
  • Falta de oxigênio no nascimento ou distúrbios do trato respiratório
  • Cinomose neonatal

Causas derivadas da mãe

  • Leite materno contaminado (por substâncias tóxicas, bactérias ou doenças, como a mastite).
  • Baixa produção de leite (hipogalactia materna).
  • Distúrbios de comportamento pós-parto (que levam a mãe a não querer amamentar seus filhotes).

Sintomas da síndrome do filhote debilitado

Os sinais da síndrome se caracterizam pela deterioração geral e acelerada do seu quadro de saúde. O animal recém-nascido pode apresentar os primeiros sintomas nas 96 horas após o nascimento.

Resumimos os principais sintomas da síndrome do filhote debilitado:

  • Apatia
  • Desnutrição e anorexia
  • Dificuldade ou perda da capacidade de sucção do leite materno
  • Hipotermia
  • Enfraquecimento acelerado a partir do segundo ou terceiro dia de vida
  • Gemidos e choros constantes
  • Desenvolvimento ou agravamento da hipoglicemia
  • Insuficiência cardiorrespiratória
  • Convulsões (principalmente antes dos 10 dias de vida)

Tratamento da síndrome do filhote enfraquecido

A princípio, o tratamento consiste em combater os sintomas que o animal apresenta, principalmente a desnutrição e a desidratação.

O animal geralmente recebe soro de glicose por via venosa ou oral a cada quatro ou seis horas, para assim diminuir rapidamente a desidratação. Além disso, para combater a hipoglicemia, podem ser administrados produtos glicosados naturais, como o mel. A dose administrada, em todos os casos, dependerá do peso e do estado de saúde de cada animal.

Também é fundamental manter a temperatura corporal do filhote estável para evitar quadros de hipotermia. Quando é diagnosticada a presença de parasitas internos, o tratamento inclui também a desparasitação.

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Normalmente, o filhote afetado é separado da mãe e dos irmãos para receber o tratamento. No entanto, se o leite materno apresenta contaminação ou se a mãe não produz suficiente leite, o tratamento engloba os demais filhotes.

É importante que a alimentação do cão conte com uma cadela “ama de leite” saudável ou com produtos comerciais (como o leite em pó fortalecido para cães).

Síndrome do filhote debilitado: é possível prevenir?

Felizmente, podemos intervir para prevenir o surgimento dos sintomas do filhote debilitado em recém-nascidos. Para isso, devemos tomar uma série de precauções para evitar quadros de hipotermia, desidratação, hipoglicemia e desnutrição, tais como:

  • Manter a temperatura e a umidade do ambiente (principalmente em zonas mais frias e durante o inverno).
  • Controlar a alimentação e o comportamento dos recém-nascidos.
  • Realizar visitas periódicas ao veterinário para monitorar o quadro de saúde dos cães e da mãe.
  • Verificar a qualidade e a quantidade da produção do leite materno.
  • Pesar os filhotes regularmente para assegurar seu ganho de peso.
  • Verificar se todos os filhotes estão sendo amamentados corretamente pela fêmea.
  • Proporcionar uma adequada medicina preventiva à mãe e aos cães durante toda sua vida.

Vale a pena recordar que este artigo possui um caráter meramente informativo. É indispensável recorrer ao veterinário para diagnosticar e tratar devidamente a síndrome do filhote debilitado e demais doenças.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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