"Spinosaurus": um temível gigante aquático

Com espinhos dorsais em forma de vela e focinho poderoso, o "Spinosaurus" era um predador que dominava os rios do Cretáceo. Mergulhe em sua fascinante história pré-histórica!
"Spinosaurus": um temível gigante aquático

Última atualização: 11 janeiro, 2024

O Spinosaurus, conhecido como “lagarto de espinha”, foi um dinossauro carnívoro que viveu há mais de 95 milhões de anos, durante o período Cretáceo. Eram tempos em que o Saara marroquino abrigava um poderoso sistema fluvial. Nesse ambiente, vivia um dinossauro incomum com 14,9 metros de comprimento e pesando sete toneladas.

Essa criatura gigantesca não era apenas um fenômeno visual, mas também um caçador formidável. Com seu focinho alongado e repleto de dentes afiados, esse predador tinha uma dieta piscívora, ou seja, sua alimentação era baseada em peixes.

Suas poderosas patas traseiras e cauda longa permitiam-lhe mover-se com destreza, tanto na água como em terra firme. Continue lendo este conteúdo para saber mais sobre essa máquina de caça!

Onde sua história começou?

As primeiras descobertas do Spinosaurus foram feitas no Norte da África. Há 95 milhões de anos, essa área tinha ricos sistemas fluviais. Entre 1910 e 1914, o paleontólogo alemão Ernst Stromer liderou uma série de expedições ao Egito, que resultaram na descoberta de numerosos fósseis, como o primeiro esqueleto parcial desse curioso dinossauro.

Quando Stromer tentou reconstruir o Spinosaurus na década de 1930, ele adicionou detalhes, usando características de outros dinossauros terópodes, assumindo uma posição hoje considerada ultrapassada.

Desde 2014, uma equipe liderada pelo paleontólogo de vertebrados e anatomista comparativo Nizar Ibrahim argumentou que o Spinosaurus era um predador semiaquático. Essa ideia foi reforçada com a descoberta da nova cauda. Essa ideia é respaldada por um artigo publicado pela revista Nature, no ano de 2020.

Evolução para a água?

Um estudo publicado em 2010 na revista Geology encontrou algumas pistas tentadoras. A esse respeito, descobriram que o Spinosaurus e os seus parentes passavam uma parte significativa do seu tempo na água, tal como os crocodilos e hipopótamos modernos.

Além disso, estudos recentes de um esqueleto de Spinosaurus descoberto no Marrocos — revelaram evidências de características semelhantes às observadas em outros animais nadadores.

Entre elas, destaca-se uma cauda em forma de remo que teria permitido ao dinossauro se mover na água.

Antes de 2014, os paleontólogos tinham apenas alguns fósseis da cauda desse dinossauro. Sua teoria era que, como outros terópodes, esse membro posterior era provavelmente rígido e usado para equilibrar o centro de gravidade do animal.

Além disso, acreditava-se que atuava como meio secundário de propulsão aquática. Nesse sentido, proporcionava impulso à movimentação das extremidades ao rastejar e mergulhar em águas rasas.

Nova perspectiva: fósseis de uma cauda aquática

Fósseis do Spinosaurus aegyptiacus.
Fósseis de Spinosaurus aegyptiacus encontrados em escavações lideradas pelo paleontólogo Nizar Ibrahimen, em 2018 e 2019. Crédito: Paolo Verzone/National Geographic.

Nas escavações realizadas no Marrocos em 2018, foram descobertos mais 131 fragmentos ósseos, incluindo 36 vértebras. Isso causou uma mudança essencial no que diz respeito à percepção em torno da cauda do Spinosaurus.

A descoberta recente fornece uma imagem muito mais nítida da cauda. Acontece que ela é muito mais alongada verticalmente e menos rígida do que se acreditava anteriormente. Por sua vez, sugere que foi uma poderosa fonte de impulso na água.

De acordo com um artigo publicado pela National Geographic, algumas das características proeminentes da cauda desse dinossauro são as seguintes:

  • Adaptabilidade: à medida que se estendem em direção à cauda, as vértebras se alongam. Isso deu ao Spinosaurus comprimento e flexibilidade para propulsão.
  • Flexibilidade: as projeções ósseas, que sustentam as vértebras adjacentes, interligam-se quase perfeitamente. Isso permite que a ponta da cauda balance de um lado para o outro, de forma a impulsionar o animal na água.
  • Tamanho grande: extensões alongadas acima e abaixo da cauda, conhecidas como espinhas neurais e divisas, fornecem ampla área de superfície para a cauda.

Estudos reveladores sobre o Spinosaurus

À medida que mais fósseis são descobertos e novos estudos são realizados, a imagem do Spinosaurus evolui. Graças aos esforços de paleontólogos como Ernst Stromer e Nizar Ibrahim, foi alcançada uma compreensão cada vez mais clara desse antigo réptil gigante e da sua fascinante história pré-histórica nos rios e mares do Cretáceo.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.