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Tudo sobre o cão-guia

4 minutos
Tudo sobre o cão-guia
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García

Última atualização: 22 dezembro, 2022

É verdade que qualquer cão é capaz de aprender e dar amor. Mas alguns vão além de sentar e trazer a pantufa do dono. O cão-guia é um dos casos que demonstra inteligência avançada e treinamento profissional.

A história da humanidade mostra como a relação entre o cachorro e o homem se desenvolveu e se diversificou. De ajudante de caça a animal de estimação. Os méritos conquistados pela capacidade de aprendizagem e fidelidade dão aos cães o título de melhor amigo.

A evolução das técnicas de adestramento têm feito diferença, e têm permitido que os sentidos aguçados e a lealdade dos cães tenham contribuído para a qualidade da vida humana. Isso é o que possibilita a existência e o êxito do cão-guia.

O que é o cão-guia?

O cão-guia é considerado um animal de assistência. Desempenha uma função social para auxiliar um grupo de pessoas que precisam de ajuda para se integrar à sociedade.

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Mas também é um apoio vital na vida de cada uma dessas pessoas. Entre outras coisas, porque facilitam algumas atividades cotidianas e melhoram a sua qualidade de vida. Por isso, desempenha também uma função particular e sentimental para os deficientes visuais.

A origem

A ideia do cão-guia surgiu para auxiliar os veteranos da Primeira Guerra Mundial durante as décadas de 1920 e 1930. Na Grã-Bretanha, forem entregues os primeiros quatro cães treinados a ex-combatentes que perderam total ou parcialmente a visão durante o combate. Os custos elevados foram assumidos pelo estado.

Nessa época, tratava-se de Pastores ou Pastores Alemães. Os cães já eram utilizados em operações militares devido a sua grande inteligência e resistência física. Dava-se preferência às fêmeas, por se adaptarem mais facilmente a compartilhar território e por sua fidelidade ao dono.

Atualmente, o cão preferido para essa função é o Labrador Retriever. É tão inteligente e capaz quanto o Pastor Alemão, mas a serenidade e ternura de seu temperamento contam a seu favor. Além disso, o porte e aparência fazem com que a maioria das pessoas se sintam menos intimidadas com a presença de um Labrador.

Até hoje, em muitos países, o governo e algumas ONGs assumem os custos elevados do treinamento correto de um cão-guia. Essa é considerada uma importante política social de inclusão. Na Espanha, os cães-guias são treinados e certificados pela ONCE. No Brasil, a Escola Helen Keller é uma das instituições que forma cães para serem guias de pessoas com deficiência visual. 

Como se treina um cão-guia?

Como se sabe, o Labrador pode ser um cachorro caótico, caso não seja instruído adequadamente. Sua vivacidade cerebral combinada à grande quantidade de energia fazem dessa uma raça com um enorme potencial de aprendizado. Basta canalizar toda essa energia para a atividade desejada.

Atualmente, os Labradores são profissionais multitarefas. Atuam na detecção de bombas e drogas, em terapias para distúrbios físicos e psicológicos, como cão-guia e também como o animal de estimação da família.

Suas características físicas e de comportamento lhe enquadram perfeitamente como cão-guia: tem cerca de 55 cm de altura, vivacidade mental e curiosidade, resistência física e um alto grau de socialização.

Os cães-guia são escolhidos desde filhotes para terem sua educação dedicada a exercer tal função. A maioria das escolas de adestramento profissional possui seu próprio programa de criação.

O cão-guia desde filhote

A princípio, para domar a energia intensa, é recomendável castrar o Labrador quando é filhote. No caso das fêmeas, depois do primeiro cio.

A partir de quatro semanas, os filhotes são submetidos a diversas provas para traçar sua tendência de comportamento. São expostos a diferentes estímulos, como sons, novos ambientes e mudanças climáticas. Já aprendem a caminhar com coleira, a sentar e a buscar diferentes elementos mediante certos comandos.

A partir dos três meses de vida, são observadas as reações a veículos em movimento, mudanças de casa, obstáculos pendurados, obstrução de caminho e trânsito de pedestres. Isso porque o cão-guia deve ser capaz de reconhecer mudanças no caminho e desviar o rumo quando encontra obstáculos arquitetônicos ou orgânicos.

Nas mãos do adestrador

Com um ano, o cão entra definitivamente nas instalações da escola de adestramento. Aí começa seu treinamento especializado para chegar a ser um cão-guia.

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A primeira etapa dura quatro meses. O cachorro aprende a obedecer e desobedecer comandos de forma inteligente, seguindo instruções pré-determinadas. Primeiro, utiliza-se um arnês de couro que tem uma alça de metal, cujas pontas são sujeitas a argolas que se prendem da correia. Essa alça é o meio de comunicação entre o cão e o dono, já que é por meio do arnês que a pessoa sente os movimentos do cão-guia.

Adaptado ao arnês, o cachorro aprende a parar nas esquinas das escadas ou encostas íngremes. Isso é para que o dono não se acidente ao subir ou descer. Depois, ele aprende a virar para a direita e esquerda. A próxima etapa é ensinar a desobedecer de forma inteligente, para evitar acidentes e confusões para o cego. O cão também aprende a desviar de objetos pendurados, a observar o trânsito antes descer da calçada, a atravessar e medir a distância dos obstáculos, subir a calçada e continuar o caminho.

Por último, o cão-guia aprende a subir em transportes públicos, buscar o lugar mais indicado para seu dono e permanecer quieto.

Fonte da imagem principal: smerikal

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.