O turismo selvagem afeta até 500 mil animais por ano
Todos nós já sonhamos em ir ao deserto alguma vez e tirar uma foto com um camelo. Ou ir à Ásia e imortalizar com uma foto o momento em que colocamos uma cobra no pescoço, ou brincar com um lindo macaquinho que peça moedas depois de ter mostrado o seu talento. Entretanto, você já se perguntou em que condições estes animais vivem? Iremos falar sobre isso a seguir.
O que opinam os viajantes sobre este tipo de turismo?
Infelizmente, mesmo quando não se faz muito neste tipo de turismo para cuidar e preservar as espécies, se entrarmos nos fóruns de viajantes que fizeram este tipo de viagem, quase todos os comentários são positivos a respeito da mesma. Isso pode ser causado pela ignorância de não saber em que estado se encontram estes animais, ou ao menos esperamos que este seja o motivo.
Quênia, México, Indonésia e Austrália… todos os dias são compradas centenas de passagens aéreas até países como estes, com o único objetivo de poder dar a si mesmo o prazer de ver estes animais selvagens em seu habitat natural. Sejam cangurus, coalas, zebras, tubarões, tudo é pouco para aproveitar esta experiência única. Mas como isso afeta os animais?
Efeitos do turismo selvagem nos animais
O turismo selvagem pode ser organizado de duas maneiras diferentes:
- Passivo;
- Ativo.
Que diferenças existem? O passivo é aquele em que apenas se observa os animais e o ativo é aquele em que se pode interagir com eles, como nadar com os tubarões ou passear pelo deserto em camelos. Em ambos os casos, os animais podem sofrer terríveis consequências.
No caso do turismo selvagem passivo, parece não haver nenhum problema. Talvez muitos possam pensar que como os animais estão em seu habitat natural, não acontece nada demais. Bom, isso não é exatamente verdade. Os turistas muitas vezes passam dos limites, cada vez querem vê-los mais perto. Além disso, em países como o Quênia, são promovidos os safáris de caça, e muitos corruptos compram a integridade dos que trabalham no local para levar um troféu até a sua casa.
Em algumas ocasiões, no turismo selvagem passivo, os turistas dão alimentos aos animais que não caem bem em seus organismos. Alguns destes animais selvagens, quando crescem, são comprados para serem utilizados na caça esportiva, ou são drogados para participar de atrações. Não parece algo cruel?
No caso do turismo ativo, tal como montar em um camelo ou nadar com tubarões ou até com golfinhos, os animais vivem em condições precárias, são mal cuidados e mal alimentados. Você quer mesmo ser cúmplice de algo assim?
Infelizmente, todos estes atos fazem com que todos os anos soframos a perda de 500 mil animais, e algumas espécies até chegam a desaparecer. Não é algo muito triste?
Por que não se impede o turismo selvagem?
A resposta é simples, pelo mesmo motivo pelo qual não se impede a compra e a venda de cigarros ou de drogas: o dinheiro. O turismo selvagem, seja ele passivo ou ativo, move milhões de dólares todos os anos. Damos algumas cifras para que você tenha uma ideia do tamanho da indústria.
- Fiji. O mergulho com tubarões, uma das principais atrações do turismo selvagem, move 42,2 milhões de dólares anuais.
- Palau. A mesma atração que em Fiji move 18 milhões de dólares e 36,6 milhões são movimentados pelo mesmo motivo nas Maldivas.
- Quênia. É o país que leva o primeiro lugar no turismo selvagem, recebendo cerca de 1 bilhão de dólares todos os anos com os safáris.
Há muitas vidas de animais colocadas em jogo, mas parece que os ambiciosos dos negócios de turismo selvagem só se importam com a frase “Há muitos milhões em jogo.” Nossa recomendação é: não participe e não seja cúmplice de um ato tão horrível e atroz.
Como evitar esta situação
A resposta é muito simples: não pague por nenhum tipo de espetáculo em que sejam usados animais. Você não precisa disso. Há milhares de lugares em nosso planeta onde você poderá ver animais em seu verdadeiro habitat natural.
Por exemplo, na Venezuela você poderá ver de longe a migração de tartarugas marinhas. Na Costa Rica você pode avistar baleias e no Panamá golfinhos, estrelas do mar, iguanas, papagaios, e muito mais.
Por que pagar por algo que alguém nos deu gratuitamente em nosso lar, que é o nosso planeta? E o melhor é que façamos nossas atividades de turismo com a consciência tranquila de que não estamos sendo cúmplices e não causamos dano a nenhum animal. Pense nisso.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.