A quimioterapia para os cães é agressiva como a nossa?

A quimioterapia para os cães é agressiva como a nossa?
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Quando pensamos em quimioterapia, vêm à cabeça imagens fortes. Aparecem nítidos nas pessoas seus efeitos secundários, que não desejamos e que nos causam medo. Mas, o que acontece com nossos animais de estimação?

A quimioterapia, o conceito

A princípio, podemos definir a quimioterapia como o conjunto de fármacos que atacam as células cancerígenas, evitando que se desenvolvam e se multipliquem.

Segundo o tipo de câncer e o estado em que se encontre o animal, os veterinários escolherão o protocolo e o procedimento adequado. Entre as medidas a utilizar, está o uso de um ou vários medicamentos, retirar o tumor antes ou depois das sessões e, em alguns casos, a radioterapia.

O tratamento é benéfico?

Com nossos cães, ocorre algo parecido com o que acontece quando, lamentavelmente, diagnostica-se um tumor em um amigo ou familiar. Surgem dúvidas  sobre as vantagens de se aplicar ou não a quimioterapia.

Vale dizer que, em matéria veterinária, a quimioterapia é diferente da que se realiza no caso da medicina humana. O objetivo principal é o tratamento do câncer, mas não com a consequência de colocar em risco a vida do animal.

Em muitos casos, quando o cão começa a mostrar efeitos secundários à medicação, o protocolo deve ser modificado. Altera-se o medicamento ou a dose e, em casos extremos, suprimem o tratamento.

A tudo isso devemos acrescentar que está demonstrado que os cães e gatos toleram a quimioterapia muito melhor que as pessoas.

Qual o procedimento da quimioterapia nos animais?

No caso de nossos animais de estimação, a quimioterapia costuma ser aplicada por via intravenosa. Também pode ser administrada por via subcutânea, através da pele do animal. Inclusive, em alguns casos, é possível a administração por via oral, na clínica ou em casa. Tudo isso dependendo do grau da doença, as características do animal, o tipo de medicamento aplicado, etc…

Um seguimento contínuo à quimioterapia

Antes do início de cada sessão, o ideal é a troca de impressões entre o proprietário do animal com tumor e o  veterinário. Com isso, será possível decidir se o mais conveniente é continuar o tratamento ou paralisá-lo.

Além dessa comunicação, o médico veterinário deve fazer um exame clínico completo. Haverá controle de peso, revisão do tamanho do tumor e confirmação de que não houve evolução.

A duração das sessões da quimioterapia pode ser  entre entre 30 minutos e uma hora. O tempo depende do tipo de medicamento que se utilize. Terminada a sessão, o animal pode voltar para sua casa com toda a normalidade.

Quando a quimioterapia for administrada por via intravenosa, o animal deve ser levado à clínica uma ou duas vezes por semana.

Na maioria dos casos, a quimioterapia é realizada sem sedação. Mas em alguns casos, principalmente, nos gatos, pode ser necessária.

Também se costumam realizar exames de sangue uma vez por semana, junto com um quadro de análises de glóbulos vermelhos e células de defesa. Quando esses exames saem alterados ou com sinais de anormalidade, o melhor é que o animal descanse e espere que esses valores melhorem para fazer a sessão seguinte.

Alguns efeitos secundários da quimioterapia

Normalmente, os cães terminam as sessões de quimioterapia sem  e feitos secundários. Entretanto, alguns animais muito sensíveis podem chegar a ter problemas gastrointestinais na forma de diarreia, vômitos, perda de apetite, etc. Normalmente, são episódios passageiros, que desapareceram em alguns dias. Inclusive, existem medicamentos para aliviar esses efeitos.

Também se fala da perda de pelo (o que ocorre nas pessoas submetidas a esse agressivo tratamento). No caso dos animais, esse efeito adverso é pouco comum.

Alguns conselhos

Se nosso animal de estimação está recebendo quimioterapia, não é necessário alterar seu estilo de vida. Ele pode continuar com todas suas rotinas diárias. Mas é preciso tomar algumas precauções:

  • É conveniente evitar o contato direto com a urina, as fezes e os vômitos de nosso animal, sobretudo nos três dias seguintes à quimioterapia. Esse contato deverá ser feito usando luvas. Se o animal urina ou defeca em casa, deve ser feita uma boa desinfecção.
  • Se formos administrar um tratamento com comprimidos, faremos isso também com luvas. Não devemos partir as pastilhas ou abrir as cápsulas, porque podem produzir uma liberação de gases, nociva para o ser humano.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.