Abscessos em gatos: causas, sintomas e tratamento
Escrito e verificado por o veterinário Daniel Aguilar
A pele dos animais é realmente incrível. Considerada o maior órgão do corpo, a pele é responsável por diversas funções que permitem a saúde e a proteção do indivíduo. No entanto, essa estrutura não está isenta de manifestar diferentes patologias. Uma das doenças mais comuns do sistema tegumentar se manifesta com os abscessos em gatos.
Se você tem um felino como animal de estimação em casa, venha se aprofundar neste artigo junto com a gente. Nas próximas linhas, compartilharemos os fundamentos dessa situação frequente, suas características e a forma correta de abordá-la para evitar complicações secundárias. Vamos lá!
O que são os abscessos em gatos?
Um abscesso ocorre quando uma quantidade considerável de material purulento se acumula dentro de uma cavidade. Os abscessos em gatos representam a infecção bacteriana mais frequente do tegumento dessa espécie. A área normal em que aparece é na pele, mas qualquer órgão pode ser afetado por essa condição.
A olho nu, os abscessos em gatos aparecem como áreas vermelhas e inchadas. Em alguns casos em que a pele sofreu lesões mais graves, a ferida apresentará sinais de ulceração. Independentemente da parte do corpo do animal em que você percebe uma anormalidade, é importante levá-lo ao veterinário para uma avaliação.
Causas dos abscessos em gatos
Uma das principais funções da pele é atuar como barreira de defesa contra os agentes estranhos que habitam o ambiente. Quando o gato sofre uma lesão, seja por mordida ou arranhão de outro animal, abre a porta para que algumas bactérias oportunistas colonizem a pele e iniciem uma série de efeitos adversos que levam à formação de um abscesso.
Além de produzir feridas, os germes têm a capacidade de invadir o interior do organismo do felino de outras maneiras. Seu objetivo é chegar a regiões distantes onde seja viável a produção de abscessos em gatos. Aqui estão as vias de entrada mais importantes:
- Corrente sanguínea: assim que a bactéria atingir a circulação, a septicemia resultante geralmente afetará todo o corpo do animal. Nesse ponto, os abscessos em gatos podem surgir em qualquer órgão interno (fígado, rins e pâncreas são apenas alguns exemplos).
- Via respiratória: às vezes, os gatos podem inalar acidentalmente partículas estranhas não estéreis e germes que atingem os pulmões e causam o crescimento de abscessos.
- Processos dentários: é sabido que a boca dos felinos está repleta de bactérias inofensivas nessa cavidade, mas perigosas para outras regiões. Quando pequenas feridas se originam na cavidade oral que permitem o acesso a esses germes, o aparecimento de abscessos será facilitado.
Sintomas de abscesso em gatos
Os sintomas causados pelos abscessos em gatos nem sempre são os mesmos, e tudo depende da região afetada, do seu tamanho e das bactérias envolvidas. Seu felino pode se mostrar inquieto, agressivo ou com uma atitude anormal devido ao desconforto causado.
Existe a possibilidade de que o pus apareça em diferentes formas: líquido, quebradiço ou ceroso. A pressão exercida por esse acúmulo dará lugar à manifestação dos seguintes sinais:
- Inflamação (principalmente perceptível em abscessos na pele).
- Eritema (vermelhidão da pele).
- Aumento da temperatura da área afetada.
Em alguns casos, os acúmulos de pus estouram, e o curso da doença fica mais complicado devido ao aparecimento de fístulas. Ademais, isso estimula a entrada de bactérias no sangue do animal (bacteremia).
Principais abscessos em gatos
Embora quase nenhuma parte do corpo esteja isenta de ser afetada, os abscessos em gatos tendem a aparecer em certas regiões. Aqui mostramos as mais comuns.
Abscesso perianal em gatos
Localizadas nas bordas do ânus, encontram-se estruturas conhecidas como glândulas anais que, devido à sua localização e função, apresentam alto risco de sofrer uma infecção que pode levar ao aparecimento de novos abscessos. O primeiro sinal óbvio será a coloração anormal da área.
Quando o abscesso cresce e se rompe, a descarga de material purulento será visível e um mau odor característico será notado. Os casos podem piorar após o aparecimento de uma fístula perianal, e a dor desse tipo de abscesso em gatos costuma ser muito alta. A limpeza da área junto com o uso de antibióticos reduzirá muito o desconforto e acelerará a recuperação.
Abscessos por mordidas em gatos
O comportamento defensivo e o cortejo típico dos gatos significam que as mordidas não são consideradas ações estranhas. Essas escoriações, por menores que pareçam, têm grande possibilidade de infeccionar devido à elevada carga bacteriana na saliva do animal (principalmente se for selvagem).
Não confie demais nas aparências: embora superficialmente a lesão pareça estar com um bom andamento na cicatrização, internamente pode estar se acumulando pus, que vai desencadear as reações que mencionamos. Faça uma desinfecção da área lesionada para reduzir o risco de infecção e, se possível, solicite uma avaliação médica profissional.
Abscesso dentário em gatos
Quando os felinos passam por processos de gengivite ou periodontite, pequenas lesões são geradas na membrana mucosa que dão acesso aos germes para causar abscessos em gatos. Embora não seja fácil verificar o interior da boca do seu animal, será fácil identificar essa alteração devido à dificuldade que ele terá ao se alimentar e à redução do apetite devido à dor.
Devido ao seu manuseio complicado, o ideal é deixar nas mãos do veterinário. Após sua avaliação, a extração dos dentes afetados e uma cicatrização profunda da área serão indicadas para sua melhora.
Diagnóstico de abscessos em gatos
A maioria dos pacientes encaminhados para consulta apresenta massa palpável, quente ao toque e que, quando manipulada, causa dor no animal. Durante o exame físico, esse nódulo pode se romper e expelir uma substância fétida e de coloração amarelo-esverdeada a marrom, sendo esse o sinal mais importante de abscesso em gatos.
Para chegar ao diagnóstico de abscessos internos, é necessário recorrer a outros tipos de exames. Os estudos de imagem, como raios-X e ultrassom, permitem que você veja as estruturas internas do corpo. Se o seu animal de estimação tiver uma protuberância estranha no interior, isso pode ser indicativo de um abscesso.
Tratamento de abscessos em gatos
Assim que a doença for diagnosticada, é hora de começar o tratamento. A abordagem clínica baseia-se nos seguintes pontos.
Tratamento antibiótico
Como acontece com qualquer tipo de infecção, a antibioticoterapia será essencial. Para melhores resultados, é aconselhável realizar previamente um teste do tipo antibiograma. Medicamentos de amplo espectro (contra diferentes tipos de bactérias), como cefalosporinas, clindamicina e todos os derivados da penicilina, são os mais recomendados.
Após cerca de 48 horas desde o início do tratamento, prevê-se que os abscessos em gatos tenham diminuído. Em alguns pacientes com imunossupressão (ou que estejam colonizados por microrganismos altamente resistentes), um tratamento médico diferente terá que ser escolhido.
Drenagem e limpeza
Para erradicar os abscessos em gatos, é necessário eliminar o foco de infecção. Para isso, o veterinário dará uma pequena dose de anestésico ao animal. Em seguida, fará uma incisão na parte inferior da lesão e removerá o líquido purulento da cavidade.
Se houver áreas de tecido necrótico, elas deverão ser removidas para facilitar a cicatrização. Visando eliminar todo o conteúdo do abscesso, a área deve ser lavada com uma solução salina. O veterinário pode decidir colocar um sistema de drenagem fixo para nos próximos dias seja realizada a drenagem contínua do abscesso.
Como evitar os abscessos em gatos?
Em caso de presença de feridas na pele do seu animal, recomendamos que você depile a área e limpe com solução salina e uma solução antisséptica. Não cubra a ferida, pois é importante permitir uma boa ventilação para promover a cicatrização.
Fique de olho nos ferimentos do seu animal de estimação. Se notar que não apresentam melhora, leve-o ao veterinário para uma avaliação. Os abscessos em gatos geralmente não apresentam complicações no seu diagnóstico e tratamento. Porém, é importante a comunicação constante com os profissionais. Não deixe que um pequeno problema se transforme em uma situação urgente.
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