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Acepromazina em cães: usos e efeitos colaterais

6 minutos
Se você tiver dúvidas sobre os usos, dosagens e contraindicações da acepromazina em cães, continue lendo. É importante que os tutores saibam tudo sobre este medicamento.
Acepromazina em cães: usos e efeitos colaterais
Samuel Sanchez

Revisado e aprovado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A acepromazina é um medicamento geralmente formulado para tratar a fobia de ruído em cães e gatos, embora não seja seu único uso. Para os tutores é importante conhecer um pouco mais sobre a ação do medicamento antes de aplicá-lo, pois apresenta efeitos colaterais que podem ser graves.

Embora o mercado ofereça outros tipos de medicamentos que incluem opções homeopáticas para o tratamento de algumas patologias que são tratadas com acepromazina, existem outras que requerem seu uso, por isso continua a ser formulado regularmente. Daí a importância de conhecer a fundo esse medicamento.

O que é acepromazina?

Conforme descrito na ficha técnica do Ministério da Saúde da Espanha, a acepromazina é um derivado da fenotiazina que pertence ao grupo dos neurolépticos. Isso indica que atua diretamente no sistema nervoso central, bloqueando diversos receptores que interferem no funcionamento do hipotálamo.

Devido às suas propriedades farmacocinéticas, a acepromazina proporciona um efeito calmante e sedativo que surge entre 40 e 60 minutos após a administração da dose, no caso de cães. A ação como tal dura de 4 a 5 horas aproximadamente.

Seu tempo de ação pode ser considerado rápido e se deve ao fato de o componente ativo ser absorvido principalmente no trato gastrointestinal e então distribuído para os tecidos do animal. Como é metabolizado no fígado, é facilmente evacuado pela urina.

Sob nenhuma circunstância a acepromazina deve ser administrada sem supervisão veterinária. Na verdade, ela só pode ser adquirida com receita médica.

 

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Usos da acepromazina para cães

Principalmente, a acepromazina é usada para controlar fobias de ruído que alguns cães desenvolvem. Seu uso aumenta em épocas festivas como o Natal ou o Ano Novo, devido ao uso de fogos de artifício, cujos sons afetam muitos cães. A função do medicamento é exercer um efeito “tranquilizante”.

Outros usos da acepromazina são os seguintes:

  • Sedativo: a acepromazina em cães é usada como sedativo e, em outras situações, como pré-medicação anestésica, na qual costuma ser combinada com opiáceos, de acordo com estudos sobre a droga. Também é utilizada no pós-operatório para “acalmar” o cão e evitar que ele acorde alterado.
  • Antiemético: quando o canídeo tem cinetose (enjoo causado pelo movimento) ao viajar de carro ou barco, esse medicamento costuma ser recomendado. No entanto, ele não tem ação quando a tontura e o vômito têm outras origens.

Efeitos colaterais da acepromazina

Os tutores nunca devem dar acepromazina aos seus cães sem a autorização e o acompanhamento de um especialista veterinário. O motivo é que se trata de um medicamento que tem efeitos colaterais que podem colocar em risco a saúde do animal.

Além disso, a maioria de seus efeitos nocivos está associada a doses mal administradas. Continue lendo para descobrir quais são os efeitos colaterais que podem ocorrer.

Hipotensão

Conforme indicam estudos científicos, a hipotensão é uma das complicações anestésicas mais comuns em pequenos animais e consiste na queda da pressão arterial. Raças braquicefálicas, como o bulldog ou o pug, são mais suscetíveis a desenvolver hipotensão, assim como os cães grandes (como o galgo).

No entanto, essa regra geral não significa que esse medicamento não possa causar hipotensão em outras raças.

Um cão hipotenso também pode desenvolver taquicardia e baixa frequência cardíaca. Essa ação secundária nunca deve ser neutralizada com epinefrina ou organofosforados, porque a toxicidade da acepromazina será aumentada.

Sedação prolongada

A dose de medicamentos como a acepromazina é calculada de acordo com o peso do animal. Essa é uma tarefa que só pode ser realizada pelo profissional para calcular o tempo de ação. Porém, em cães adultos ou muito fracos, pode ocorrer sedação prolongada.

Isso porque aspectos como idade, estado geral de saúde e raça também devem ser considerados no cálculo da dose a ser administrada.

Falta de coordenação

A acepromazina atua diretamente no sistema nervoso central, causando uma diminuição na resposta motora do cão. Portanto, é normal que o animal acorde com problemas de coordenação ao andar. Mesmo assim, o tutor deve ficar alerta, pois a incoordenação prolongada pode ser um sinal de que algo está errado.

Diminuição do limiar de convulsão

O uso de acepromazina tem sido associado ao risco de convulsões, especialmente em raças ou espécies com diagnóstico de epilepsia. No entanto, estudos sugerem que essa droga reduz o limiar convulsivo. Em qualquer caso, é aconselhável não administrar esse medicamento a animais com história de epilepsia.

Hematócrito diminuído

Outro dos efeitos colaterais da acepromazina em cães está relacionado à redução do valor do hematócrito, segundo estudos. Isso ocorre como resultado do sequestro esplênico transitório de células sanguíneas.

Essa é a razão pela qual esse medicamento não deve ser administrado a cães com anemia ou predisposição à perda significativa de sangue.

Desinibição de comportamento agressivo

Embora o principal uso da acepromazina seja para acalmar ou sedar o cão, pode ocorrer o efeito contrário, quando o animal sofre a chamada “reação paradoxal” e desencadeia um comportamento agressivo. É um efeito colateral mais comum em gatos do que em cães, mas o mesmo cuidado deve ser tomado ao dar o medicamento a um canídeo.

Hipotermia

A acepromazina produz vasodilatação periférica e, portanto, um dos efeitos colaterais mais comuns em cães é a hipotermia. Portanto, é recomendável manter o animal aquecido durante o efeito da droga.

Prolapso da terceira pálpebra

O prolapso da terceira pálpebra ou membrana nictitante é um dos efeitos colaterais menos graves e ocorre apenas durante o efeito da droga. Assim que a sedação começa a passar, ela retorna à sua posição natural.

Dosagem de acepromazina para cães

A acepromazina é administrada por via oral, intramuscular, intravenosa ou subcutânea, e a dose é estabelecida de acordo com a intensidade do efeito que se deseja. Aspectos como peso, idade e raça do animal também devem ser considerados.

Em cães, a dose varia entre 0,5 e 3 miligramas de medicamento para cada quilograma de peso corporal. Mesmo assim, para reduzir os efeitos colaterais, os profissionais tendem a administrar concentrações muito inferiores às recomendadas pelos fabricantes.

Contraindicações do medicamento

A acepromazina deve ser administrada com muito cuidado, mesmo quando prescrita por um veterinário. Os tutores devem seguir as instruções dadas ao pé da letra e informar, durante a consulta, o estado de saúde do cão. Estas são algumas de suas contraindicações:

  • Hipersensibilidade ao ingrediente ativo ou excipientes do medicamento.
  • Disfunção hepática, cardíaca ou renal.
  • Idade adulta ou velhice, desidratação, fraqueza ou choque.
  • Diagnóstico ou histórico de epilepsia.
  • Insuficiência cardíaca descompensada.
  • Doenças hepáticas.
  • Alergia a fenotiazinas.
  • Gestação e lactação.

 

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Acepromazina em cães, somente com supervisão profissional

Vale ressaltar que a acepromazina em cães deve ser administrada com muita cautela. É um medicamento com claras contraindicações e efeitos colaterais que devem ser tratados com urgência. Portanto, seu uso como tratamento para fobias de ruído é totalmente desencorajado.

Se você tiver mais dúvidas sobre esse medicamento, consulte o veterinário responsável para saber os efeitos específicos em seu animal de estimação. É sempre melhor prevenir do que remediar.


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