A agressividade dos cães pequenos em relação aos grandes

Socializar e estabelecer ordens e limites aos filhotes é essencial para evitar possíveis comportamentos inadequados na idade adulta.
A agressividade dos cães pequenos em relação aos grandes
Paloma de los Milagros

Escrito e verificado por a bióloga Paloma de los Milagros.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A agressividade característica dos cães pequenos é conhecida clinicamente como síndrome do cão pequeno e se baseia principalmente no instinto de compensar sua baixa estatura.

Raças de cães pequenos tendem a ser mais propensas a serem dominadoras e desconfiadas. Esse temperamento antissocial é intensificado por cães e outros animais de estimação maiores. Além disso, eles tendem a ser mais possessivos com seus tutores e exigem atenção contínua por meio de latidos.

Para explicar como esse comportamento funciona, os etólogos usam a analogia humana da chamada síndrome de Napoleão. Essa terminologia inclui todos os comportamentos que as pessoas baixas, principalmente os homens, adotam devido ao seu complexo de inferioridade.

No entanto, embora a agressividade dos cães pequenos seja fortemente determinada pela genética, os tutores sempre podem diminuir sua intensidade. Para isso, é preciso apostar na socialização precoce e persistente.

Características da síndrome do cão pequeno

O fator medo é fundamental, pois é a origem da atitude altiva desse tipo de cães. Entre as características mais definidoras estão:

  • Comportamento excitável, com tendência a latir, rosnar e até mesmo ameaçar agredir outras pessoas e cães.
  • Enfrentar cães maiores, cuja ineficácia tende a levar à evasão ou à fuga.
  • Tendência ao não cumprimento de ordens.
  • Resistência ao sair da cama ou do sofá, mesmo quando os tutores não estão neles.
Características

O fato de a agressividade em cães pequenos ter sido um aspecto persistente geração após geração, levou muitos pesquisadores a determinar sua causa.

Por um lado, existem hipóteses biológicas que consideram a mendicância, a busca de atenção ou o aumento da frequência de micção como efeitos secundários da seleção genética. Assim, esses genes típicos de raças pequenas codificariam simultaneamente a aparência infantil e o caráter imaturo.

Por outro lado, há especialistas que, apesar de manterem a justificativa genética, dão maior peso ao reforço dos tutores. Um exemplo seria a hiperatividade, potencializada quando os tutores não exercitam o suficiente seus animais de estimação com base em seu pequeno tamanho.

Eles também destacam a tendência de pegá-los no colo ou ignorar certos comportamentos como latir ou morder, visto que o impacto gerado por essas ações é menor do que no caso de um cão de raça maior.

Como reduzir a agressividade de cães pequenos

Os comportamentos indesejados desse tipo de raça tendem a prejudicar tanto os tutores quanto os próprios animais de estimação. Dessa forma, os cães, cada vez ficarão mais desconfiados e os tutores verão a limitação do seu relacionamento com outras pessoas ou animais.

Além disso, a relação de fidelidade entre ambos frequentemente ficará comprometida, pois a reeducação do animal será cada vez mais difícil.

Como reduzir a agressividade

Quem opta por esse tipo de raça deve estar ciente de que, apesar da aparente vantagem do pequeno tamanho, deve-se considerar a maior dificuldade de treinamento. Por esse motivo, os especialistas recomendam disciplina, tanto no cumprimento de ordens quanto no estabelecimento de limites para os comportamentos inadequados.

Ceder, ignorar ou punir violentamente cães pequenos e agressivos, sem uma perspectiva educacional, aumentará os comportamentos indesejados.

Apostar na socialização também é fundamental para estimular os encontros e as brincadeiras com outros cães, principalmente com aqueles de mesmo tamanho.

As interações com cães maiores ou estranhos devem ser feitas progressivamente. É preciso garantir que seja o próprio animal quem se aproxima para fazer um primeiro reconhecimento.

Caso os tutores tenham dificuldade em educar o seu animal de estimação, é aconselhável recorrer a um treinador. Da mesma forma, priorizar a intervenção nos primeiros anos de vida evitará a necessidade de corrigir atitudes e comportamentos inadequados, e consolidados, no cão adulto.


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